ESPAÇO

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MINHO

-O que aconteceu? -Chan perguntou, e eu o acompanhei com o olhar, Hwang sair da cafeteria rapidamente.

-É por causa de Changbin, certo? -apenas quis confirmar, já que me parecia bem óbvio.

Ainda não havia perdoado o babaca pelo que havia feito semestre passado. Um belo foda-se para o que ele estava sentindo, aquilo não dava direito de machucar alguém que nem estava no nosso meio.

-Ele não quer trazer nenhum sentimento ruim para o seu irmão logo agora no início das aulas -Seungmin respondeu para Chan, mas aquilo não me pareceu ser tudo.

O único problema é que mesmo que Changbin e Felix não tivessem se aproximado da nossa mesa naquele momento, Seungmin ainda não falaria para mim, porque me detestava.

-Olha quem resolveu aparecer -Felix disse, parecendo feliz ao lado de Changbin e com os olhos graúdos e azuis caídos em mim.- Sabia que chan e eu ficamos preocupados ?

-Prometo que vou explicar tudo depois- respondi, já me levantando.- Changbin, é bom ver que você parece melhor. Não cometa mais tolices, e tudo vai ser melhor do que antes, não como antes, porque o nosso passado não era um dos melhores, entende? Agora eu preciso ir, vejo vocês depois?

Changbin soltou uma risada fraca.

-É bom ver que você continua o mesmo.

Eu não queria continuar o mesmo, porém estava um pouco atrasado para iniciar uma conversa tosca sobre isso com eles. Apenas dei as costas, ouvindo Chan dizer alguma coisa, entretanto sem compreender ao certo o que.

Saí da cafeteria e procurei por HyunJin de longe, o encontrando perto do prédio de Literatura. Ainda estava cedo para a sua primeira aula, então tentei apressar os meus passos para alcançá-lo e até teria conseguido isso, se um garoto, de pele clara, incrivelmente lindo e que eu chamava de melhor amigo, não tivesse atravessado a minha frente.

-Porra, Han! -estressei-me e nem fiz o favor de disfarçar. - O que você quer?

-Caramba, gatinho, eu não vejo você há três meses e recebo esse tratamento? - Ele abriu seus braços. - Espero de você, no mínimo, um abraço.

Por cima dos seus braços, vi HyunJin entrando no prédio de Literatura e soube que havia perdido a chance naquela hora.

Olhei para o ser à minha frente com tédio.

-Que tanto grude, hum? Não vou transar com você.

Ele revirou os seus olhos e me puxou para um abraço, me apertando com seus braços fortes e musculosos de atleta e deixando um beijo no topo da minha cabeça.

-Por que está tão nervoso no nosso primeiro dia? E nem tudo se resume a sexo, gatinho. Sou seu amigo, esqueceu?

Deixei que me abraçasse e até o abracei de volta, para em seguida, me afastar dele e olhá-lo.

-Estava apenas indo para a aula- respondi e pensando melhor, resolvi contar:

-Mudei de curso, agora estou fazendo Artes.

-Isso é sério? E sua mãe? -Han questionou e se colocou ao meu lado.- Vamos até o prédio de Artes, e você me conta mais sobre isso, o que acha?

Jisung sabia um pouco da confusão que eu vivia com a minha mãe, porque um dia havia me pegado discutindo com ela. Meu amigo nunca concordou com a maneira como eu lidava com os meus problemas, mas ele sempre esteve ao meu lado, me dando o suporte que eu precisava.

Desconfiava que Chan sabia de algumas coisas também, porém estava respeitando o momento em que eu me abriria para eles também. Era fofo da parte dele.

𝐎 𝐒𝐈𝐋𝐄𝐍𝐂𝐈𝐎 𝐃𝐎 𝐀𝐌𝐎𝐑 Onde histórias criam vida. Descubra agora