CORES

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HYUNJIN

Era normal pensar em beijar Minho a cada minuto do meu dia?

Nunca pensei que um pensamento como esse fosse me consumir em menos de vinte e quatro horas depois de dar o meu primeiro beijo. Pensando melhor, eu nem pensava que um dia isso aconteceria comigo, mas aqui estava eu, dentro de um elevador com o garoto que não saía da minha cabeça.

Minho havia passado no alojamento onde eu ficava para me trazer, conforme combinamos ontem, e durante o caminho não trocamos muita conversa, porque precisava se manter focado no intenso trânsito de Seul.

Saímos do elevador qua ao oitavo andar, onde Minho morava e o segui para a sua porta, sentindo um certo tipo de ansiedade me dominar. Não havíamos nos beijado desde ontem, e eu nem queria pensar no motivo que me fazia querer repetir aquela sensação.

Deveria estar fugindo, não entrando no apartamento dele.

-Gosta de praia? -foi o que ele perguntou, assim que entramos no seu apartamento. Parecia um questionamento muito aleatório para mim, que estava perdido em pensamentos.

Olhei para Minho , me lembrando da sensação de ter seu corpo em cima do meu e da sua boca na minha, me beijando como se eu fosse o único homem do mundo. As reações corporais que me causou ainda eram novas para mim, porque nunca havia sentido nada parecido, porém não era por falta de conhecimento, pois não era um cara burro. Podia não saber os detalhes do que deveria fazer com um homem nessas circunstâncias, entretanto sabia o suficiente para entender que meu pênis ficaria duro para Minho durante qualquer beijo mais intenso que fôssemos trocar.

O maior problema nisso, era como fazer com que voltasse ao normal. Eu nunca havia me tocado e nem pensei em fazer isso ontem, enquanto esperava baixar durante o banho.

Será que nos beijaríamos novamente?

-Você pode me beijar, se é isso que você quer -Minho me trouxe de volta para a quer realidade, ao dizer aquelas palavras, e eu desviei meu olhar para a sua boca

- O que foi? Não quer?

Estava tão óbvio assim?

O que estava acontecendo comigo?

-Precisamos fazer o trabalho -sinalizei, desviando minha atenção para a porta do seu escritório. - Vamos?

Ajustei a alça da minha mochila no ombro e caminhei em direção à sala em que sempre trabalhávamos juntos, ignorando a vontade que sentia de puxá-lo para um beijo. Não iria cair nessa tentação estranha que estava me tomando, era apenas o início de um ciclo vicioso, que podia ser cortado antes de se tornar pior.

Agora que havia provado de um beijo o qual nunca esteve nos meus planos precisava lembrar de quem eu era e seguir em frente. Se fosse necessário ver no histórico quem Minho também era, usaria isso a meu favor.

Não servia para um romance.

Não servia para algo casual.

Eu era um nada.

E meu maior medo era esquecer disso.

Um barulho de click de foto sendo tirada chamou a minha atenção, e eu olhei para Minho , que apontava a câmera do celular para o quadro no cavalete em frente à janela.

𝐎 𝐒𝐈𝐋𝐄𝐍𝐂𝐈𝐎 𝐃𝐎 𝐀𝐌𝐎𝐑 Onde histórias criam vida. Descubra agora