HYUNJIN
Era estranho estar na posição de consolar, quando sempre fui a pessoa que era consolada. Enquanto Minho chorava nos meus braços, por não ter uma mãe que prestava o suficiente para ser merecedora do amor dele, eu sentia algo poderoso crescer dentro de mim.
Eu estava aqui para ajudá-lo em tudo o que precisava, para ser seu amigo, seu amor, seu confidente, literalmente para tudo.
Ele sabia e confiava em mim.
Diante todo o amor que eu vinha sentindo se fortalecer entre nós a cada minuto que passava, também senti a coragem de enfrentar o mundo por esse garoto. Não conseguiria viver sem ele e achava que acabaria percebendo isso, quando voltasse da viagem que pretendia fazer para fugir de qualquer embate.
Obrigado por confiar por nós dois, Minho.
— Por que está me olhando assim ?- ele perguntou, com o rosto levantado e os olhos em minha direção.
Sorri de lado, notando que as lágrimas já haviam cessado. Levei minhas mãos ao seu rosto e o sequei, antes de respondê-lo.
- Nada demais... Você está melhor?
- Me diga — pediu, beijando meu braço, que estava parado bem na sua frente e próximo à sua boca. — Preciso me distrair.
Provavelmente já haviamos perdido a primeira aula e ainda tínhamos uns quarenta minutos até a próxima, foi por conta disso e porque ele precisava de outra coisa descansando em sua mente, que confessei:
- Estava pensando que sou grato por estar tendo a oportunidade de ser nesse momento, o que você tem sido para mim nas últimas semanas.
- Um tipo de suporte?
Eu fiz um gesto positivo com a cabeça.
—Obrigado por ter sido paciente por nós dois, mesmo quando estava quebrado - agradeci, aproximando o meu rosto do seu e deixando um selinho nos seus lábios. — Obrigado por ter sido insistente em relação a mim no início. - Dei um selinho na sua boca novamente. — Obrigado por me querer, quando eu nem fazia ideia do quanto necessitava de você em minha vida.
Seus olhos voltaram a marejar, e ele segurou o meu rosto.
— Estou emotivo, não pode me falar essas coisas e esperar que eu não tire minhas roupas aqui, e suba em você.
Dei risada, ignorando o que aquelas palavras faziam com o meu pau, e Minho me acompanhou.
- Uma coisa não tem nada a ver com a outra, e você sabe disso.
- Quem falou? Minhas emoções estão
ligadas diretamente ao meu pau.- Tapei a sua boca com a minha mão, ao ouvir vozes de algum grupo de universitários próximo a nós. Minho a tirou algum tempo depois, com um brilho divertido no seu olhar. Não era tão cheio de vida como o de antes, mas eu sabia que ele voltaria aquele modo, só precisava de um tempo.— Não quer ser visto comigo?-
Havia muito mais do que divertimento
naquela pergunta. Minho também estava um pouco inseguro, por causa do que o fiz passar no dia anterior. Insegurança era um sentimento que eu reconheceria até a dois metros de mim.— Não... É só que você estava falando palavras vulgares.
Ele riu fraco.
— Eles com certeza já ouviram piores.-Minho aproximou seu rosto do meu e me roubou um beijo.— Obrigado por ter me dado uma chance — ele também agradeceu.
E existia outra alternativa? Simplesmente não conseguia imaginar uma.
- Quer me falar o que aconteceu?
- perguntei, conseguindo demonstrar que ainda estava preocupado com o quanto ele chorou nos últimos minutos.Minho soltou um suspiro, que soou triste nos meus ouvidos.
— Acho que consegui fazer com que minha mãe nunca mais volte a nos incomodar.-Então, ele começou a me contar sobre a discussão feia que teve com Julie nessa manhã e a briga que a levou a mostrar que estava gravando toda aquela situação.-Eu a ameacei e consegui ver o medo no seu rosto. Nunca tinha a visto tão apavorada — disse ele. — Julie não irá nos incomodar, agora que tenho essa gravação.
- Sinto muito que tenha chegado a esse ponto.
- Eu também, Hyun.
Essa foi uma das poucas vezes que ele falou o apelido que quase todos usavam para me chamar. Ele saindo dos seus lábios, era ainda mais especial e delicado.
— Por que está sorrindo assim? -
Nem percebi que estava sorrindo como um bobo e até iria explicar, porém uma mancha vermelha no seu rosto chamou a minha atenção e quebrou meu sorriso.Agora que cada parte do seu rosto estava voltando à cor normal, porque ele já não chorava mais, notei que uma vermelhidão forte não saía da sua bochecha. Levei minha mão até ele e o toquei com cuidado, sentindo seu corpo se esquivar de mim, como se ardesse.
Aquilo era...
-Ela bateu em você?- perguntei, sentindo todo meu sangue ferver dentro da meu corpo.
— Ah, isso... - Minho tocou seu rosto e fez uma careta. → Nada demais, vindo de Julie.
Fechei minhas mãos em punho, sentindo mais raiva daquela mulher do que na noite em que ela esteve na minha frente, me mandando sair da vida de seu filho. Ela era o pior tipo de pessoa. Nenhum nome poderia definir tamanha maldade que a compunha.
Minho tocou minha mão e me forçou a abri-la. Seus dedos se entrelaçaram nos meus, me fazendo notar a diferença que tínhamos de tamanho nessa parte do corpo.
— Vai ficar tudo bem — garantiu. -
Precisei chorar, porque estava precisando disso há algum tempo e irei superar isso. Estou melhor sem ela, do que com. — Não queria parar de segurar sua mão, então tomei a sua boca com a minha, esperando que ele sentisse que eu estaria aqui para sempre a partir de agora.
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𝐎 𝐒𝐈𝐋𝐄𝐍𝐂𝐈𝐎 𝐃𝐎 𝐀𝐌𝐎𝐑
Romance-𝗨𝗺 garoto que foi obrigado a viver no silêncio e um garoto que se prendeu ao silêncio para não desabar.. Como os caminhos escuros e solitários desses dois poderiam se tornar, de uma hora para a outra, um recomeço? 🥇𝗛𝗬𝗨𝗡𝗛𝗢.|21|03|24| 🥈𝗛�...