PAI

213 37 28
                                    

MINHO

"Sabe como somos rigorosos com tudo dentro da HAPPINESS, Minho. Você tem até o final da próxima semana, para acertar com a tesouraria o valor devedor."

O aviso claro, junto da ameaça escondida em cada espaço de uma palavra para a outra, voltou à minha cabeça enquanto dirigia até o meu apartamento fora do campus.

Minha mãe havia feito o que prometeu, sem se importar em como aquilo seria recebido pela universidade, tamanha a raiva que ela sentia de mim.

Meu semestre estava atrasado há duas semanas, e como eu era de uma família muito importante, que todos sabiam que estava indo bem nos negócios, a universidade não demorou a cobrar.

Fiquei tão envergonhado, ao explicar para a senhora Barb, a diretora financeira, que provavelmente minha mãe havia esquecido, que quase me enfiei na lata de lixo minúscula que existia na sua sala.

Merda! O que eu faria? Me negava a voltar para os braços da minha mãe, mas também não existia uma forma de eu pagar os milhares de dólares que a HAPPINESS cobrava pelo meu curso.

Deixei o meu carro no estacionamento e caminhei em direção ao elevador que me levaria para o oitavo andar, onde meu pequeno apartamento ficava. À medida que esperava, senti meu celular vibrar no bolso da minha calça e assim que o peguei, revirei os meus olhos, ao ver a malévola em pessoa me ligando.

-Por que você está fazendo isso? - foi a primeira coisa que questionei, assim que atendi.

A sua risada fria me causou arrepios bem na região da minha nuca.

-O que você descobriu? O semestre da HAPPINESS atrasado ou o contrato do seu apartamento cancelado?

O quê?

-Você cancelou o contrato do meu apartamento? Está me expulsando da minha própria casa? -aproveitei para gritar, já que o estacionamento estava vazio.

-Minha casa, você quer dizer -Ela corrigiu, não escondendo o seu deboche.- Era eu que pagava.

-Você não tinha esse direito...

-Eu falei o que faria, caso você continuasse com esses excessos de rebeldia, não falei? Sabe como tive que mentir sobre a sua ausência na semana passada em Paris? Inventei que você pegou uma virose e não poderia comparecer!

-Deveria ter dito que voltei para Seul!

Ouvi sua respiração agitada do outro lado.

-Vai continuar com essa rebeldia? Eu posso ir ainda mais fundo, e você sabe disso -Ameaçou.- Volte para o seu curso e me acompanhe no desfile no próximo final de semana, que acontecerá em Paris, dessa forma, tudo irá voltar ao normal.

Soltei uma risada repleta de sarcasmo,
que com certeza só a deixou mais irritada.

-Nos seus sonhos.

-Lee Minho! - ela gritou.- Eu não estou brincando! Lembre-se que fui eu que o criei e que não pode me vencer.

Suas palavras frias só acenderam mais a raiva dentro de mim.

-Já pensou que a criação pode superar o criador? Não? É por isso que as pessoas que entendem de negócios, dizem que você pensa pequeno. -Foi como ouvir um touro bufar do outro lado do telefone.- Você não disse que era para esquecer que existia, assim que passasse por aquela porta? Eu esqueci, mãe.

-Até você se lembrar do meu dinheiro.

-Eu vou dar um jeito, caso não se lembre, eu ainda tenho um pai...

𝐎 𝐒𝐈𝐋𝐄𝐍𝐂𝐈𝐎 𝐃𝐎 𝐀𝐌𝐎𝐑 Onde histórias criam vida. Descubra agora