SENTIMENTOS

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HYUNJIN

Achei que iria morrer afogado com o gás do refrigerante que havia causado meu engasgamento, porém consegui respirar assim que Minho fez a volta e bateu nas minhas costas.

Ele soltou um risinho, que arrepiou a minha nuca, e quando voltou para o seu lugar, não escondeu seu olhar divertido em minha direção.

-Você está bem?

Respirei fundo, tentando voltar com os batimentos do meu coração ao normal, mas ainda o sentindo disparado no peito.

Eu ainda encarava Minho, assustado.

-Estou -respondi, bebendo um pouco da água que tinha vindo junto do refrigerante. Senti minha garganta relaxar.

-Desculpa.

Deveria ter sido uma visão maravilhosa, ver um mudo se afogando. Lê- se: péssima.

-Você está todo vermelho, é claro que peguei pesado na pergunta - ele respondeu.-Só estou curioso a respeito de você.

-Deveria ter perguntado a minha cor favorita então -acabei sinalizando, o fazendo soltar outra risada.

-Não quero saber isso ainda.

A verdade é que ele gostava de me perturbar, estava cada vez mais óbvio.

-Podemos falar sobre a premissa do projeto?- perguntei, voltando ao motivo de estarmos reunidos aqui.

Minho soltou o ar, cruzando os braços em uma pose que me dava a certeza de que não cederia.

-Apenas quando responder a minha pergunta, temos tempo para falarmos da premissa.

-Por que você quer saber uma coisa dessas?

Eu sentia que ficaria vermelho durante todas aquelas horas com ele.

-Preciso saber se serei o seu primeiro beijo, quando revirar os olhos para mim.

Engoli em seco e pisquei duas vezes seguidas, me sentindo um pouco febril ao me dar conta do que ele estava falando ou era apenas a minha pele aumentando de temperatura?

Não sei o motivo certo, entretanto meus olhos desceram para a sua boca e ficaram ali por alguns segundos, com minha mente nublada, sem qualquer pensamento coerente. Minho não podia estar falando sério.

Ele estava apenas sendo ele mesmo.

Minha boca ficou seca, e eu voltei a olhar em seus olhos, os encontrando mais brilhantes.

-Não vai me responder?

-Não.

Era a resposta para a sua pergunta, mas o deixei confuso.

-Não para a primeira ou segunda pergunta?

-Primeira.

Eu queria encarar o chão, após dar a minha resposta, porém ainda continuei o olhando, só para saber qual reação teria. Minho não pareceu ficar muito surpreso com o que eu disse, e até conseguia imaginar o motivo.

Era meio óbvio um cara como eu nunca ao menos ter beijado.

-Nunca quis?

Já estava atolado no momento constrangedor, então por que não tornar a situação pior, não é mesmo?

- É difícil para mim ter qualquer tipo de relacionamento, desde os mais amigáveis até os românticos - expliquei.

-Você ao menos já tentou?

𝐎 𝐒𝐈𝐋𝐄𝐍𝐂𝐈𝐎 𝐃𝐎 𝐀𝐌𝐎𝐑 Onde histórias criam vida. Descubra agora