DESEJO

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HYUNJIN

Era estranho ver Minho triste.

Não parecia que era ele, era como se fosse uma cópia oposta. Muito diferente da original, que amava me provocar e irritar na mesma medida.

Disse a mim mesmo, enquanto o esperava se arrumar no seu quarto, que o motivo de não ter soltado a sua mão no caminho até o seu apartamento, foi por causa dessa estranheza em vê-lo tão distante. Era uma forma de conforto, e eu não era um sem coração.

No entanto, o que vi naquele ginásio, ainda estava na minha cabeça.

Tinha uma péssima sensação quando Lee Julie vinha na minha mente.

Ninguém olha para um filho da maneira como ela olhou para Minho, e disso eu tinha certeza, porque minha mãe não me lançava um olhar daqueles nem quando me colocava de castigo na infância, quando eu ainda era um menino travesso e que se divertia com coisas que não deveria.

Minho também mudou depois que saiu por aquela porta, após a conversa com aquela mulher, e tudo refletiu em seu jogo.

Até para mim, que não fazia ideia de como jogar bem vôlei, notei que ele não estava concentrado. Só não entendia porque o treinador não pediu para a reserva ocupar o seu lugar, talvez aquilo as tivesse feito ganhar o jogo. Será que todos estavam ruins? Eu não entendia nada sobre esportes, apenas de videogame. Era mais fácil quando tinha apenas que apertar botões para desenvolver as habilidades.

A porta do quarto em que Minho estava se abriu, e eu perdi a capacidade de continuar os meus pensamentos, quando o garoto surgiu na minha frente.

Ele usava um estilo de roupa que ficaria horrível na maioria dos garotos, mas nele... era completamente único.

A começar pela sua calça jeans clara e larga, de cintura baixa. Apenas seu quadril impedia a peça de não cair e mostrar sua cueca preta. Como eu sabia disso? A marca da cueca estava acima do jeans.

Subi meu olhar pela cintura livre de qualquer camisa e me deparei com mais uma daquelas blusas curtas que ele usava. Algo que parecia ser feito propositadamente para prestar atenção naquela parte de baixo.

Ou na de cima.

Foi o que pensei, ao ver seus piercings sob a blusa apertada.

E por um momento pensei em como seria vê-los.

Pera o que?

Desviei meu olhar rapidamente, me sentindo muito estranho por estar o olhando dessa forma. Eu não deveria notar aquilo ou era para ser notado? Minha boca estava completamente seca, e assim que olhei para o seu rosto, não vendo nenhuma maquiagem forte que apagasse a sua beleza natural, senti meu coração acelerar de uma maneira diferente das outras vezes.

Ele sorriu, e fiz um esforço, que me custou um beliscão no meu próprio braço - feito discretamente -, para não descer meu olhar novamente pelo seu corpo.

-Podemos estabelecer uma regra para essa noite? -Minho perguntou,se aproximando e me  causando mais nervosismo. Seus olhos brilhavam em chamas na minha direção. - Hoje à noite, não olhe para ninguém assim. Eu tenho ciúmes.

Não consegui responder, não quando ele segurou minha mão e me fez levantar.

Lambi meus lábios instintivamente, atraindo sua atenção para eles. Sentia como se ao nosso redor existisse um ar que pesava, principalmente quando ele olhava para a minha boca de um jeito pecaminoso.

-Como eu estou? - Ele sorriu de lado, subindo o olhar para os meus olhos.

Minho se afastou um pouco e deu uma voltinha para mostrar as suas roupas, como se não tivesse notado há pouco.

𝐎 𝐒𝐈𝐋𝐄𝐍𝐂𝐈𝐎 𝐃𝐎 𝐀𝐌𝐎𝐑 Onde histórias criam vida. Descubra agora