HYUNJIN
Iríamos viajar essa noite para ir visitar a minha mãe, mas por ser final da semana, precisei ficar até tarde na biblioteca, trabalhando em reorganizar os livros.
Já não tinha nenhum aluno e funcionário aqui dentro, precisaria entregar a chave para o segurança, assim que saísse.
Faltava apenas uma estante para terminar todo o serviço, ir para o meu dormitório e tomar um banho para partir para São Francisco.
— Por que essa história não me parece estranha? — Minho questionou atrás de mim.
Olhei para trás e o vi deitado no sofá em frente à janela grande da biblioteca. Ele segurava um mangá de ponta cabeça, e mesmo assim, consegui identificar o nome.
— Porque Death Note é uma série de mangá famosa, e você não mora em um buraco negro?
Ele semicerrou os olhos para mim e se endireitou no sofa, se sentando nele e cruzando suas pernas despidas de calça.
— Está cheio de graça, Hwang- comentou, dando batinhas ao seu lado no sofá.
Ainda faltavam duas horas para sairmos do campus em direção ao aeroporto, então me aproximei dele e me deitei no sofá, com minha cabeça em seu colo. Estendi minha mão, e ele me entregou o mangá.
— Não é nem um pouco romântica essa história — ele comentou.
Sorri, deixando cair o mangá ao meu lado no sofa.- Ela é um pouco macabra, mas é muito interessante.
- Teria coragem de matar alguém colocando o nome em um caderno macabro desses? — perguntou ele, curioso.— Cuidado com a sua resposta, pode ficar sem namorado.
Eu ri, e ele me acompanhou.
Minho tocou meu cabelo e começou uma carícia gostosa, enquanto eu pensava na minha resposta.
- Você está pensando muito.
- Não teria coragem, apesar de entender um pouco da lógica do personagem principal.
- Ele era o quê? Um tipo de anti-herói?
- Light queria livrar o mundo do mal, ainda que fosse da forma errada. - Minhas mãos pararam no ar por um momento. — O que torna uma pessoa anti-heroína? Ter um bom objetivo, mas seguir caminhos errados?
Ele deu de ombros.
— É você que é o leitor aqui, nerd.-Revirei os meus olhos, rindo da sua forma de falar.
Seu rosto se aproximou do meu e me beijou rapidamente, sem que eu pudesse evitar.
- Nossa regra permanece a mesma, se revirar os olhos, irei beijá-lo — disse, me deixando completamente bobo por ele. - Agora sobre a sua pergunta... Pode ser que esteja certo.
- Eu quase sempre estou.
- Convencido!
Ele tentou me empurrar pelo peito para fora do seu colo, mas segurei sua mão sobre ele, levando a outra até a parte de trás do seu cabelo. Minho sorriu de lado, mantendo aquele brilho no olhar apenas para mim, ao passo que permanecia com o carinho na minha cabeça.
Minha conexão com alguém nunca foi tão grande, e o que eu tinha com Minho, só crescia conforme os dias passavam.
Nunca entenderia o que um garoto como ele, viu em um garoto como eu, porém seria sempre grato por Minho ter me enxergado e me arrancado da escuridão em que estava vivendo.
Puxei sua nuca, aproximando o seu rosto do meu e o beijei. Sentindo os lábios macios sobre os meus da forma avassaladora de sempre. Nenhum beijo poderia ser tão bom quanto o que ele me dava.
Eu o amava com todo o meu coração.
Senti sua mão adentrar a minha camiseta e tocar meu peito, trazendo um arrepio por toda a minha pele à medida que o beijo ficava mais intenso do que deveria.
Tinha plena consciência de onde estávamos e por isso, encerrei o beijo e me levantei depressa.
— É melhor eu voltar a trabalhar! Você deveria vir me ajudar, ao invés de ficar me distraindo.-Ele arqueou as sobrancelhas.
— Estou te distraindo? Não fiz nada.-
Semicerrei meus olhos.Minho nunca teria vergonha na cara, e eu gostava disso.
Dei as costas e voltei a trabalhar na estante inacabada à minha frente. Levou alguns minutos até que colocasse o último livro na prateleira, mas consegui finalizar o trabalho a tempo.
Senti braços musculosos me abraçarem por trás e me virei a tempo de sustentar o corpo que se jogou nos meus braços. Minho circulou as pernas ao redor da minha cintura e aproximou mais a sua boca da minha, com os olhos fixos em mim.
— Temos tempo para nos divertir - murmurou, tão tentador e explícito, que meu pau reagiu dentro da cueca.
Nem conseguia dar uma resposta para ele, porque minhas mãos estavam ocupadas a segurando, mas esperava que ele entendesse pelo meu olhar, que esse lugar não era o ideal para isso.
E eu tinha certeza de que Minho me entendia.
Ele só não gostava de me ouvir às vezes.
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𝐎 𝐒𝐈𝐋𝐄𝐍𝐂𝐈𝐎 𝐃𝐎 𝐀𝐌𝐎𝐑
Romance-𝗨𝗺 garoto que foi obrigado a viver no silêncio e um garoto que se prendeu ao silêncio para não desabar.. Como os caminhos escuros e solitários desses dois poderiam se tornar, de uma hora para a outra, um recomeço? 🥇𝗛𝗬𝗨𝗡𝗛𝗢.|21|03|24| 🥈𝗛�...