30 SEGUNDOS

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HYUNJIN

Perguntei-me durante todo o caminho até o apartamento de Minho, se aquilo era o certo a se fazer. Tudo era muito recente ainda, mal havia conseguido me concentrar no meu trabalho na biblioteca, porque a cada aluno que entrava pela porta, eu tinha a sensação de que era o ruivo ao meu lado, mas ele não foi me procurar, e aquilo era um pouco estranho, porque se tratava de Lee Minho, o garoto que era tão insistente quanto malévola durante a vida toda.

foi sua mensagem no final do dia me deixou mais confuso quanto ao que ele queria comigo, e sem pensar muito, decidi vir até o seu apartamento. Lembrei-me no caminho da promessa que havia deixado em aberto antes do nosso beijo e pensei muito em voltar para o meu dormitório, porém acabei deixando o taxista me levar até Minho.

Agora estamos aqui, em completo silêncio, no seu carro.

Nem se eu tentasse, conseguiria fazer algum barulho, ainda assim, era estranho.

O carro parou, e eu olhei ao redor, me deparando com uma grande casa branca com um jardim impressionante na parte da frente. Era tão verde e bem cuidado, que tinha quase certeza de que pagavam muito mais do que eu ganhava para alguém deixá- lo dessa forma.

-Não dá tempo de desistir, trevo de quatro folhas - Minho disse, chamando minha atenção. Ele sorriu, e meus olhos foram atraídos para sua boca, trazendo a lembrança do quanto seus lábios eram macios quando me beijou. - Vamos?

Assenti, voltando a ficar nervoso. Por que vim parar aqui? Como ele mesmo disse, não dava tempo de desistir. Por isso, saí do carro ao mesmo tempo que Minho e esperei que tomasse a frente, para acompanhá-lo até a entrada da casa.

-Vai gostar do meu pai - garantiu ele, subindo as poucas escadas até a área aberta da frente da residência. Fiz o mesmo, quase colando o meu corpo ao seu, quando ele parou de repente. - Depois desse jantar... Podemos conversar?

Minho não precisava me dizer sobre o que queria falar, seus olhos já me diziam tudo, e ainda que soubesse que aquele momento chegaria, não sabia dizer um sim sem sentir todo o meu rosto começar a esquentar. Apenas assenti em resposta, provocando um sorriso de lado dele.

Mais tarde, seria a assinatura do meu constrangimento oficial. Eu sentia.

-Filho! -Ouvi uma voz masculina distante e olhei na direção, observando um homem alto, com poucos cabelos grisalhos, se aproximar de nós.- Você trouxe o Hyunjin.

-Ele conseguiu vir -Minho respondeu, parecendo um pouco desconfortável, quando seu pai o abraçou apertado.

Se o homem percebeu, ignorou por completo e se afastou para vir até mim.

- Pode me chamar só de Lee, o pai desse ruivinho - ele se apresentou, estendendo a mão para mim- Minho me falou muito sobre você.

Tinha até medo das coisas que ele tinha para falar sobre mim. Apertei a mão de Lee e sinalizei em seguida:

-É um prazer conhecê-lo.

-Vamos entrar. - Sem que eu esperasse, ele me abraçou pelos ombros e fez o mesmo com Minho, nos guiando para a porta grande da sua casa.- Ari está alucinada porque ganhou uma casinha da Barbie, então não repare na bagunça, Hyun. Minha filha esqueceu que tem um quarto.

-Tudo bem -respondi.

A porta de entrada era tão larga, que conseguimos passar por ela ao mesmo tempo, sem precisar esmagar o corpo um do outro. Quando entramos na sala, Lee nos soltou e foi até uma pequena garotinha de cabelo longo escorrido, que estava agachada, de costas para nós e brincando com uma grande casinha de boneca. Era interessante o quanto o mundo infantil havia evoluído. Agora eles faziam casas da Barbie gigantes.

𝐎 𝐒𝐈𝐋𝐄𝐍𝐂𝐈𝐎 𝐃𝐎 𝐀𝐌𝐎𝐑 Onde histórias criam vida. Descubra agora