Maeve Radry é o tipo de garota que sempre precisou lutar para encontrar o seu lugar no mundo, nada nunca foi fácil, ainda mais tendo que carregar o fardo de um sobrenome tão poderoso e estimado pela sociedade Dark. Para completar a sua luta diária...
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Abi me encara desconfiada, após perceber o meu olhar rápido no Caym.
— O que foi, dona Eve?
— O que foi o quê? — disfarço e volto a atenção para o meu livro.
— Está acontecendo algo? — Jule pergunta, desligada da situação.
— O Caym é o problema. Ele está aqui com os amigos e o irmão — Abi explica.
— A fortaleza é tão grande e eu tenho que ficar esbarrando com ele — comento nervosa.
— Mas eu notei que faz um mês que ele parou de te perturbar — Abi diz, e olha bem no fundo dos meus olhos.
Estou estranhando o comportamento dela. É como se soubesse de algo que eu não sei.
— Sim... ainda bem — pigarreio, disfarçando.
— Só vou esperar você nos contar a verdade.
— O quê? — indago contra a Abi. — Que verdade, louca?
— Ares não aguentou e revelou que você mentiu e no final de semana continuou na academia.
— Maldito Ares! — exclamo.
— Como assim, você nos enganou, Maeve? — é a vez da Jule me acusar.
Dou de ombros.
— Enganei, porque mudei meus planos e não queria que vocês também desistissem de ir para suas casas. Foi só isso, vão me crucificar, jogar pedras?
— Tenha certeza de que se tivesse uma pedra aqui a gente tacaria bem no meio da sua testa.
— Não vou discordar da Abi.
— Belas amigas vocês, repensando se vou conseguir suportá-las por cinco anos.
Jule me joga uma almofada e quase vira uma guerra, se Abi não tivesse nos detido.
— Vocês se concentrem, hoje é a nossa aula de inicialização das Sombras das Trevas, com o professor Lazar.
Suspiro, ansiosa e nervosa. Só o professor já causa arrepios.
— Será que hoje vamos conseguir conjurar sombras? — pergunto.
— Hoje, na primeira aula?! — Jule é irônica. — Sabe que tem gente que leva anos para conseguir conjurar, né? É impossível esse feito, claro, desde que você não seja um Deimo trapaceiro. — Ela revira os olhos.
— Obviamente os pais dele o ajudaram a ascender. Mas vamos conseguir na raça.
— Estou ansiosa — falo, fechando o livro. — Quero muito provar a minha magia para todos, provar que sou merecedora de estar aqui.
— Não temos dúvidas de que seja merecedora, afinal, é uma Radry. Só por ter esse sobrenome já é poderosa. Entretanto, tenha calma, ascender à magia é um processo demorado.
