CAPÍTULO 37

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Maeve

Caym não muda sequer o semblante, diante de tudo o que eu disse

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Caym não muda sequer o semblante, diante de tudo o que eu disse.

Eu sou é uma trouxa de dar atenção a ele, de tentar tocar no tema "compaixão"! Deimo só ama a si mesmo.

Bufo e me levanto para ir embora, só que ele covardemente usa as sombras e segura as minhas pernas. Em seguida, para atrás de mim, acariciando o comprimento do meu cabelo solto.

Pressiono os olhos e os punhos.

— Eu devo engolir o choro e mastigar a dor, me envenenar com a derrota e buscar o antídoto na vitória. Já os outros, não são da minha conta, não dependo de pessoas com falsas compaixões, nem de amor com sinônimo de ruína — sussurra lentamente, frase por frase.

— E o que sente no seu coração, Caym?

Ele fica em silêncio.

Então me viro, observando a sua feição sombria.

— Algo já te fez ficar tão acelerado, a ponto de sentir seus batimentos machucarem o seu peito? De sentir que o coração iria pular pela boca?

Novamente o silêncio.

— Isso é impossível... e eu te conheço para saber que há sim um coração aqui — coloco a mão no lado esquerdo do seu peitoral — capaz de sentir dores, medos, alegrias e todos os sentimentos que te fazem um ser humano. E uma hora você vai deixar tudo isso transparecer.

— Só espero que você esteja viva até lá para presenciar esse "coração". E hoje, por pena e talvez... "reciprocidade", te darei uma trégua. Fique aqui, já volto.

— Não, eu não vou cair no seu... — Nem terminei de falar e o Caym virou as costas, me deixando plantada no mesmo lugar.

Tento me mover, mas esse diabo cercou minhas pernas com suas sombras novamente.

Não demora nem três minutos e ele retorna, desta vez, montado em cima de uma moto. Ele está todo de preto, até seu capacete. Parece um anjo da morte.

— Sobe, vamos dar um passeio.

Retraio-me, receosa.

— Não gosto de motos, nem de você.

— Se for dificultar a minha boa vontade, gatinha, terei que fazer as coisas à força, por isso, sobe logo!

Resmungo vários palavrões praguejando e me aproximo.

— É bem patético ter medo de moto, sabia?

— Eu não tenho medo! — exclamo, com o ego atacado.

Tomo o capacete da sua mão e tento vestir, só que nem colocar isso eu sei direito.

Caym puxa o meu braço e se inclina com a sua grande altura, para abotoar o fecho para mim. Faço careta para ele e me afasto para subir na moto. Sinto-me estranha e desequilibrada, parece que vou tombar para o lado.

Nas Sombras do Amor - DARK ACADEMY (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora