CAPÍTULO 38

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Caym

Não devia ser tão difícil encarar seus olhos e detestá-los vermelhos e inchados

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Não devia ser tão difícil encarar seus olhos e detestá-los vermelhos e inchados. Nem me irritar por vê-la chorando e sentir desejo de matar a todos, isso inclui a sua odiosa mãe. Eu não devia nem sequer me importar com ela, sequer com suas palavras...

"Até parece o Caym que eu conhecia..."

Por que isso me afeta, me faz me sentir incomodado?

— Sabe que esse Caym não existe mais.

Quando paro de massagear seus pés, Eve se inclina, vendo a minha alma por trás dessa imensidão azul e hipnotizante.

— Se ele não existisse, não teria se arrependido do que disse e nem teria cuidado do meu pé assim... não acredito mais em você.

Nervoso, me inclino para mais perto dela. Parece vulnerável, igual a uma garotinha sensível. Novamente me dá uma raiva pôr vê-la assim, porque não consigo ser... ruim.

— Isso não significa nada, nem muda nossa relação inimiga.

Ela então ergue a mão e toca no meu rosto. Posso escutar a sua respiração pesada.

— Deveria significar e te incomodar... — fala, me acariciando e acelerando meus batimentos.

— Nunca vai significar... — sussurro, próximo da sua boca. — Te odeio.

Avanço, finalmente a beijando e suprindo meu anseio de sentir seus lábios. Não demora para eu penetrar a língua e querer ir além, para devorá-la e tomá-la para mim, só que Eve afasta a cabeça, ofegante e acelerada.

Contudo, para a minha surpresa, ela me puxa de novo pela gola da camisa e entrelaça suas pernas nos meus quadris. Apoio-me sobre o seu corpo, querendo beijá-la novamente, mas ela segura firme o meu queixo, sem desviar dos meus olhos.

— Eu posso sentir seus batimentos acelerados, seu fôlego urgente e ler o seu olhar de desejo. Eu posso e não consegue esconder isso... os seus sentimentos. Não consegue esconder que gosta de mim, que lá no fundo se importa e me quer. Na verdade, sempre foi apaixonado ou não teria tatuado meus olhos e minhas iniciais na sua pele. E nem seria um completo obsessivo.

Eu não reajo, não consigo suportar. Não sei nem como me defender, a não ser a machucando com palavras. Entretanto, nem isso eu consigo agora, porque sentiria a merda da minha consciência pesada.

Apenas tento fugir, escapar dela. Mesmo assim, Eve me segura e roça sua boca na minha, além de me apertar mais forte com as suas coxas.

Não me mexo. Só ouço a minha respiração carregada. É a primeira vez que me sinto tão acuado.

— Eu queria que hoje não fôssemos inimigos... — Ela chora e então me beija, calma e docemente.

Automaticamente retribuo o beijo, sem controlar os arrepios que meu corpo sentiu. Toco no seu rosto, secando suas lágrimas, as quais odeio com todas as minhas forças. Provo dos seus lábios, da sua língua... enquanto Eve geme, puxando os meus cabelos.

Nas Sombras do Amor - DARK ACADEMY (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora