Capítulo 39

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• Fernando Zorzanello •

Aline: Como se sente sabendo que o pai do seu filho armou para te tirar tudo? — Era a voz da Aline.

Júlio tentou passar por mim, mas o segurei pelo braço e neguei, balançando a cabeça, com uma dura expressão.

Algo que aprendi sobre a Maiara era que sabia bem como defender a si e as pessoas que considera. Também queria ter a prova de quem era a irmã do Júlio.

Maiara: Não vou cair no seu jogo, Aline. Fernando nunca armaria contra mim, nem mesmo quando pensava que tinha motivos para tal — respondeu a minha garota com firmeza, me enchendo de orgulho.

Aline: Eu sei e você sabe que o merdinha do Baltazar, que nunca nem considerei pai, quis te deixar quase tudo, não sabe? — Aline foi cruel e ainda gargalhou, mas a gargalhada foi interrompida por um grito e um estalo estridente.

Maiara: Cala a sua boca! Merdinha é a sua vida, garota perversa! — Maiara gritou.

Aline: Quem você pensa que é pra me dar um tapa, vadia cuidadora? — gritou de volta.

A raiva pulsou em minhas têmporas.

Maiara: Não sou nada, mas antes ser nada do que ser um demônio disfarçado de anjo como você!

Aline: Volta aqui! Ainda não acabei! — Os berros da Aline se precederam de barulhos de sapatos batendo no piso.

Maiara saiu de dentro do banheiro tão rápido que quase passou por mim sem perceber. Posicionei meu corpo na frente dela e, assim que me notou, se jogou em meus braços. Não ficaria ali para fazer qualquer coisa que pudesse me arrepender.

Maiara: Fernando! — disse ao me abraçar, me apertando como se fosse aliviar sua dor.

Fernando: Vamos embora daqui.

Me afastei do seu abraço apenas para segurar sua mão e arrastá-la para longe daquele lugar. Júlio teria a triste tarefa de lidar com a sua irmã sozinho.

Minha intenção ao passar por aquela porta era ir direto para o estacionamento, mas ela parou de caminhar quando passou pelos amigos, que a encaravam preocupados. Isis segurou em sua mão livre para questioná-la:

Isis: Querida, aconteceu algo? Aonde está indo?

Gustavo: O que você fez? — Gustavo esbravejou, se direcionando a mim.

Maiara: Gustavo! — Maiara o repreendeu.

Roze: Amiga? O que houve? — Foi a vez da Roze se preocupar.

Maiara: Vamos... lá fora.

Os seus amigos assentiram e não me desgrudei dela no caminho até o pequeno jardim lateral, que antecedia o estacionamento.

Passei um braço por suas costas e agarrei sua cintura. Dei tempo demais para o Gustavo. Ele precisaria lidar comigo ao lado dela até que fôssemos embora.

Maiara: E a Isabel? — perguntou a eles, e Roze se apressou a responder.

Roze: Ela já foi, amiga.

Maiara: Você veio com o Gustavo, certo? Voltam hoje?

Gustavo: Não sabemos. Esperávamos passar um tempo com você e prestar apoio — Gustavo sonhou em voz alta.

Fernando: Prometemos ao Felipe que voltaríamos rápido — me intrometi.

Roze: Tô com saudade dele. — Roze fez beicinho, seus olhos estavam menos inchados que os de Maiara.

A parte que me faltavaOnde histórias criam vida. Descubra agora