Promessa interrompida

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Uma semana se estendia como um véu pesado de luto sobre o castelo, cada dia era marcado pelo silêncio e pela ausência que Will deixara para trás.

Jhon, após um período de recolhimento, reunia a coragem necessária para enfrentar as memórias e retornar ao castelo. Cada passo em direção ao lugar que antes era cheio de risos e vida era uma jornada emocionalmente desafiadora.

Ao adentrar os portões familiares do castelo, Jhon era envolvido por uma atmosfera de tristeza que pairava sobre cada pedra e corredor. Cada canto, antes preenchido pela presença vibrante de Will, agora ressoava com o eco da saudade. Era como se as paredes do castelo guardassem não apenas os segredos do reino, mas também as lembranças vívidas de um príncipe que se fora.

Caius, percebendo a angústia de Jhon, oferece um apoio silencioso. Seus olhares se encontram, uma comunicação não verbal que transmitia solidariedade e compreensão. Caius não proferia palavras, mas sua presença era um suporte, um lembrete de que Jhon não estava sozinho nessa jornada de enfrentar as memórias dolorosas.

Jhon, mesmo sentindo o peso da dor, mantinha seu olhar firme no caminho à sua frente. A firmeza em seus passos contrastava com a turbulência emocional que o assolava. Era uma demonstração de força interior, uma decisão consciente de enfrentar a tristeza de frente.

Ao adentrar a sala do trono, Jhon cumprimenta o rei com uma expressão contida. O sorriso forçado do rei era como uma máscara que escondia a tristeza profunda em seus olhos. A troca de poucas palavras entre eles carregava o peso da perda compartilhada, uma conexão silenciosa que ultrapassava as formalidades.

O caminho de Jhon o leva ao quarto onde Philip estava se recuperando. Cada passo era uma jornada íntima, um confronto constante com a realidade difícil de aceitar.

Jhon encontrou forças para subir as escadarias familiares, passando pelos corredores onde risos e brincadeiras uma vez ecoaram.

Caius, compreendendo a necessidade de Jhon de enfrentar esse momento sozinho, se retira, deixando Jhon diante da porta do quarto de Will. Era um território carregado de memórias e emoções, um lugar que ninguém da família ousara explorar após a tragédia.

Jhon, diante da porta que guardava as lembranças de seu amigo, respira fundo antes de entrar. O quarto, agora silencioso, era um relicário de momentos compartilhados. Cada objeto, cada sombra, contava a história de Will.

Ao abrir a porta do quarto, Jhon depara-se com um ambiente que, mesmo sob a luz do dia, exibia uma penumbra melancólica. As janelas estavam fechadas, as cortinas impediam a entrada de qualquer raio de sol. O quarto que outrora pulsava com vida e alegria estava agora mergulhado na escuridão de luto.

A escuridão parecia se apoderar do espaço, transformando o dia em noite, e as sombras dançavam sobre os móveis que um dia foram testemunhas de risos e conversas animadas. O silêncio naquele quarto era tangível, uma tristeza que pairava no ar e ecoava nas paredes que, por muito tempo, ressoaram com a vitalidade de Will.

Philip, sentado na beira da cama, parecia imerso em suas próprias lembranças. Ao lado dele, uma muda de roupa de Will permanecia, uma presença tangível do homem que se fora. As roupas, mesmo inanimadas, carregavam o vestígio do cheiro que se desvanecia a cada dia, uma tentativa de segurar o que restava da presença de Will.

Quando Jhon entra no quarto, Philip permanece imóvel, seus olhos estavam fixos no vazio. Não há qualquer reação perceptível em seu rosto. Seu olhar, antes cheio de vida, agora estava perdido, como se estivesse mergulhado em um abismo de pensamentos e lembranças.

A ausência de resposta de Philip ecoa no quarto, destacando a magnitude do impacto da perda. Jhon, ao observá-lo imerso em sua própria tristeza, sente o peso do luto que paira sobre eles. Cada objeto no quarto, cada silêncio compartilhado, é uma lembrança de que a vida que existia ali foi substituída por uma sombra dolorosa daquilo que foi.

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