Luta por território

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Eles pararam embaixo de uma majestosa árvore de carvalho, cujas folhas balançavam suavemente com a brisa noturna. Hector sorriu ao notar uma folha presa no cabelo alaranjado de Mark. Ele estendeu a mão para tirá-la, mas no momento em que seus dedos tocaram o cabelo de Mark, o guarda instintivamente segurou a mão de Hector.

Hector ficou surpreso, seus olhos arregalados enquanto sentia a palma da mão de Mark queimando sobre sua pele. A temperatura elevada do toque era inconfundível, transmitindo uma mistura de nervosismo e algo mais profundo.

O rosto de Mark estava corado, uma tonalidade que contrastava vivamente com suas mechas laranjas, pretas e brancas. Mark abaixou as orelhas, uma expressão de embaraço e desconforto tomando conta de seu rosto, ele desviou o olhar, evitando os olhos de Hector.

Mark: *vermelho* Me desculpe, príncipe Hector — murmurou, a voz grave e trêmula.

H: Mark, você está bem?

Mark: *vermelho* estou sim

Rapidamente, Hector se aproximou de Mark, preocupado com a expressão corada e o comportamento estranho do guarda. Antes que Mark pudesse se afastar, Hector segurou-o gentilmente pelo braço, impedindo-o de se distanciar. Com um olhar preocupado, Hector colocou a mão na testa de Mark, sentindo o calor intenso que emanava de sua pele.

H: Mark, você está com a temperatura muito elevada. Você não parece bem!

Mark tentou se afastar, mas Hector manteve sua mão firme, não permitindo que ele escapasse.

Mark: Eu estou bem, príncipe Hector — disse Mark, tentando parecer firme, mas sua voz traía um leve tremor. — É apenas... o clima...

Hector estreitou os olhos, claramente não convencido.

H: Isso não é apenas o clima, Mark. Você está febril. Precisamos fazer algo a respeito!

Mark abaixou as orelhas ainda mais, sua expressão mostrando uma mistura de vergonha e resignação. Ele sabia que Hector estava certo, mas seu orgulho e o desejo de não parecer fraco na frente do príncipe tornavam difícil admitir sua condição.

Mark: Eu... eu só não quero ser um fardo, príncipe Hector — disse Mark, finalmente deixando escapar sua preocupação.

H: Você nunca será um fardo para mim! Vamos!

Antes que Mark pudesse questionar ou protestar, Hector o puxou pelo braço com uma urgência que não deixava espaço para discussão. A preocupação de Hector era palpável enquanto os dois se dirigiam rapidamente pela mansão, passando por corredores e salas ornamentadas até chegarem ao quarto de Mark. Felizmente, uma mala com itens diversos estava nesse quarto, e nela, Hector encontrou o kit médico que sempre carregava consigo.

H: Sente-se, Mark 

Mark obedeceu sentando-se na cama, sentindo-se um pouco tonto e grato por finalmente poder descansar. Hector abriu rapidamente o kit médico e pegou um termômetro, medindo a temperatura de Mark. O número que apareceu no visor confirmou suas suspeitas: Mark estava com febre alta.

H: Você precisa tomar um banho morno — disse Hector, já se levantando para preparar o banheiro. — Isso vai ajudar a baixar sua temperatura antes de eu ministrar qualquer medicamento.

Mark assentiu, sabendo que resistir seria inútil e confiando na habilidade de Hector. O príncipe rapidamente ajustou a temperatura da água, garantindo que estivesse morna, não quente, para ajudar a baixar a febre de Mark de forma segura. Ele voltou ao quarto e pediu que Mark fosse tomar banho e ele assim o fez.

Mark, no banheiro, começou a se despir lentamente, seus movimentos um pouco hesitantes devido à febre e ao cansaço. Ele entrou na água morna, sentindo o alívio imediato enquanto a temperatura começava a ajudá-lo a se sentir melhor. Hector, do lado de fora, preparava o medicamento de forma a garantir que daria a dose correta.

Enquanto Mark estava no banheiro eles mantiveram o diálogo, a fim de Hector saber que Mark estava bem. Depois de alguns minutos, Mark saiu do banho, com a pele ainda quente. Ele se secou e vestiu uma roupa mais simples e voltou ao quarto, onde Hector estava esperando com um copo de água e o medicamento.

H: Aqui, tome isso. Vai te ajudar a se sentir melhor, mas pode te deixar um pouco grogue. Por isso, queria que você tomasse depois do banho...

Mark tomou o medicamento sem questionar, confiando plenamente em Hector. Ele se deitou na cama novamente, sentindo o cansaço aumentar. Hector se sentou ao seu lado, aplicando compressas mornas em sua testa para ajudar a diminuir a febre e cobrindo-o cuidadosamente com as cobertas.

Mark tentou protestar, preocupado em ser um fardo, mas o sono o venceu rapidamente. Antes de apagar completamente, ele olhou para Hector com gratidão, murmurando um agradecimento quase inaudível.

Enquanto Mark dormia, Hector permaneceu ao seu lado, atento a cada detalhe para garantir que ele estivesse confortável e seguro. Ele trocava as compressas com regularidade, monitorava a respiração de Mark e observava qualquer sinal de desconforto. A preocupação de Hector era profunda, mas ele também sentia uma grande responsabilidade em cuidar de seu leal guarda e amigo.

Hector sabia que, com o devido cuidado, Mark logo estaria recuperado. Ele estava determinado a proporcionar a Mark todo o apoio necessário, assim como Mark sempre esteve ao seu lado, protegendo-o e apoiando-o incondicionalmente. 

Hector pediu a um dos criados que avisasse a Jhon que ele estava cuidando de Mark. Ele permaneceu ali por algumas horas, trocando as compressas na esperança de ajudar na melhora de Mark, mas nada parecia adiantar muito. Preocupado, Hector decidiu se levantar para retirar um pouco de sangue e fazer alguns testes rápidos. No entanto, assim que ele se levantou, Mark, ainda semiconsciente, o puxou pelo braço, derrubando-o na cama.

Mark subiu em cima de Hector com uma agilidade surpreendente para alguém em seu estado. Seus olhos estavam brilhando com uma intensidade feroz. Antes que Hector pudesse proferir uma palavra, Mark o beijou intensamente, com uma paixão que não havia sido revelada até então.

Hector, pego completamente de surpresa, sentiu o peso do corpo de Mark sobre o seu, e sua mente entrou em um turbilhão de emoções. Ele tentou se afastar, mas a força de Mark, combinada com a urgência de seus movimentos, o manteve no lugar. O beijo era profundo, carregado de uma necessidade primal que Hector nunca havia sentido antes.

Mark, com seus sentidos aguçados e em um estado de vulnerabilidade, parecia estar agindo instintivamente. Hector sentiu o calor da febre irradiando do corpo de Mark, ele tentou o afastar mas a força de Mark era avassaladora, ele beijava Hector de uma forma feroz e desesperada, como se fosse devorá-lo a qualquer instante.

Jhon, ao perceber a ameaça iminente em seu território, agiu instintivamente e invadiu o quarto. Quando ele se deparou com Mark em cima de Hector, seu instinto protetor entrou em ação. Sem pensar duas vezes, Jhon puxou Mark com força de cima de Hector e o empurrou contra a parede, desferindo um soco certeiro em seu rosto.

Mark, ainda febril e agindo por instinto, reagiu com uma ferocidade surpreendente. Seus olhos brilhavam de raiva e confusão enquanto ele se levantava, pronto para retaliar. Ele lançou-se contra Jhon, e os dois começaram uma briga violenta. Os sons de socos e grunhidos ecoavam pelo quarto, transformando o espaço tranquilo em uma zona de conflito.

Hector, atordoado pela rapidez dos eventos, tentou intervir. Mas a luta se tornou extremamente violenta, afinal era um tigre e um leão que estavam se enfrentando. Mark era movido pela ferocidade que era inerente a sua natureza, e Jhon lutava para proteger seu território e era possível perceber uma satisfação nisso, seus olhos brilhavam pela animação do combate enquanto o sangue dos dois se misturavam nessa batalha feroz por território.

Rapidamente, diversos guardas invadiram o quarto ao ouvir os barulhos da luta. A cena era caótica: Mark e Jhon trocavam golpes ferozes enquanto Hector tentava mediar a situação. Os guardas, bem treinados e disciplinados, se uniram para separar os dois homens, imobilizando Mark com eficiência.

Hector, aproveitando a distração, correu até sua mala médica e rapidamente pegou uma seringa de sedativo. Com precisão, ele administrou o sedativo em Mark, que gradualmente começou a perder a força e a resistência. Seus movimentos se tornaram lentos e descoordenados até que ele finalmente cedeu ao efeito da medicação, caindo em um sono profundo.

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