Cap_47

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Pov_Faye


- Você está presa por estupro de vulnerável do Art. 217 do Código Penal. Você tem o direito de ficar calada, ou tudo que disser poderá e será usado contra você em juízo. Você tem direito a um advogado...

Em questões de segundos, eu estava sendo algemada e, no outro, eu estava presa em uma sala sem ninguém. Mas que merda está acontecendo, meu Deus? A Freen me denunciou! Que merda! Eu preciso dar um jeito de falar com a Aurora. Um policial passa por mim e peço para fazer uma ligação, ele autoriza, mas fica colado comigo o tempo todo.

Ligação on

- Alô, quem é? - escuto sua voz mansa do outro lado.

- Aurora, sou eu, a Faye.

- O que você quer?

- Eu fui presa por estupro de vulnerável, deu merda, a Freen me denunciou e agora estou aqui presa.

- Você só faz merda, Faye, pelo amor de Deus. Você só tinha uma coisa para fazer e fez errado. Esquece que eu existo, não me ligue mais e finja que nunca nos vimos. Vou mandar dinheiro para você ver se consegue um advogado, mas vai ser só isso, e não me ligue mais...

Ela desligou a porra do telefone na minha cara, vadia desgraçada. Eu sabia que não era para me juntar com ela, mas para ficar com a Freen. Faço qualquer coisa, mas isso não vai ficar assim. A raiva já estava tomando conta de mim. Quem ela pensa que é para falar assim comigo? Que pegue esse advogado e enfie no rabo. Tenho dinheiro para pagar um bom advogado também. O policial me levou de volta à cela. Um tempo depois, vejo uma figura feminina se aproximando da minha cela. Ela usava um terno preto com saltos, o que lhe dava um ar de superior. Mas assim que ela chegou à minha cela, todo meu encanto sumiu.

- Eu falei que você ia pagar pelo que fez. Você vai apodrecer na cadeia, Faye, e sinto informar, mas as pessoas lá dentro não são muito receptivas com o crime que cometeu. Garanto que não irá passar uma semana viva lá dentro com as outras presas, e vou garantir que nenhum advogado pegue o seu caso. Senti meu sangue gelar enquanto Rebecca falava, com um sorriso no canto do rosto, mas seus olhos vermelhos pareciam estar em chamas enquanto me olhava, me dando a certeza de que era verdade o que ela estava falando.

- E você pensa que sabe de tudo, né? - soltei em um fio de voz, e Rebecca ainda me fitava com seus olhos em chamas.

- A única coisa que sei é que você vai morrer aí dentro, Faye, e eu vou fazer questão que isso aconteça.

- Disso eu não tenho dúvidas, mas creio que você não é burra o bastante para acreditar que fiz isso sozinha, né? Eu tinha que jogar as cartas na mesa para, pelo menos, ter uma oportunidade de sair daqui sem nada acontecer comigo, e Rebecca era minha única opção no momento.

- Sei que não tem mais ninguém envolvido e vou descobrir quem é. Eu pessoalmente estou na frente do caso como advogada da Freen.

- Você nunca vai descobrir quem é, mas eu posso te dizer. Suas sobrancelhas se franziram ligeiramente, ela estreitou os olhos para mim.

- E o que você vai querer? Creio que não vai me dar nada de bandeja.

- Na verdade, eu vou te contar toda a verdade, mas você vai me prometer que não vai me deixar ir para a cadeia?

- Isso não é negociável, você não vai ficar livre, você cometeu um crime.

- Eu não abusei da Freen – soltei de uma vez e vi seus olhos se arregalando.

- Como?

- Eu não abusei dela, eu vou te contar a verdade, mas você tem que prometer que não vai me deixar morrer na cadeia e vai deixar os advogados me ajudarem, é só isso que quero.

Entre Amores e Sorrisos: O Romance da Dentista e da Advogada (FreenBecky)Onde histórias criam vida. Descubra agora