|Capítulo 45|

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1 mês depois

Nina

- Fala com o papai minha gatinha. - Ian a segurava no colo com carinho. - Onde tá onde meu amor?

- Será que não devemos levar ela na emergencia? - Perguntei andando para os lados nervosa.

- Não amor, é normal a cólica, foi a primeira mais também não vai ser a última. - Ele disse fechando os olhos por alguns segundos, ambos estávamos muito cansados, estamos a mais de vinte e quatro horas sem pregar os olhos. - Segura ela aqui, eu vou pegar o remédio.

- Vem com a mamãe minha amorinha. - A peguei deixando sua cabecinha apoiada no meu pescoço.

Respirei fundo enquanto andava de um lado para o outro tentando fazer com que seu choro diminuísse.

- A mamãe sabe que tá doendo meu amor. - Falei baixo tentando acolher a minha garotinha que chorava em meus braços, seu rosto já estava vermelho do choro. - É a cólica não é? Já vai passar neném, a mamãe promete. - Suspirei sentindo uma lágrima solitária escorrer pelo meu rosto, meu coração estava partido por ver seus desespero.

- Eu achei. - Um Ian cansado e com uma cara nada boa entrou no quarto segurando um vidrinho branco de remédio em mãos, o mesmo que foi indicado pela pediatra no caso de cólicas fortes, já tínhamos feito massagem, cinta térmica, peito, mais nada adiantava, era nossa última solução.

Ele se aproximou usando o conta gotas e o colocando na boca de Ayla que então começou a chorar mais ainda, a balancei enquanto tirava meu seio para fora a deixando mamar, era uma coisa que parecia acalma-la mais que a própria chupeta.
Um soluço saiu dentre meus lábios, passei a mão no rosto afastando as lágrimas que não paravam de cair, eu sabia que isso iria acontecer, mais é tão doloroso ver nossa bebê passar por isso sendo tão pequena.

- Você ficar por aí chorando não vai adiantar nada. - Somerhalder resmungou voltando a se deitar. - Espera um pouco que vai passar. - Ele se cobriu virando para o lado, provavelmente indo dormir.

- Era só o que me faltava. - Falei para mim mesma enquanto ia até o quarto de hóspedes, me deitei enquanto deixava Ayla sugar meu peito, acariciei seu rosto com cuidado a olhando com ternura, ela parecia se sentir segura e mais calma, como pode um serzinho tão puro nos fazer de abrigo.

A alguns anos nunca me imaginei sendo mãe ou algo do tipo, pensei que seria apenas a titia Nina, a tia legal, mais agora estou aqui com a minha bebezinha nos braços enquanto choro junto com ela.

Ela estava travando uma batalha interna contra o sono, Ayla não queria adormecer de jeito nenhum, mais aos pouquinhos foi se entregando aos meus carinhos e consequentemente ao sono também.

- A mamãe vai cuidar de você minha princesa, pode dormir neném. - A dei todo o carinho que podia até ela fechar os olhinhos e se entregar ao sono, já está quase amanhecendo, passamos a madrugada toda em claro tentando a acalmar, não sei quantas horas passei aqui tentando a fazer dormir, só sei que não foi pouco tempo.

- Por que está aqui? - Ian disse abrindo a porta me assustando. - Te procurei por toda a casa, vamos para o quarto.

- Queria ficar um pouco sozinha com a minha filha, ela precisava de carinho e não de grosseria. - Pisquei tentando afastar as lágrimas.

- Vai deitar. - Ele disse a pegando dos meus braços com cuidado, pelo menos isso. - Eu vou ficar com ela.

- Obrigada. - Digo baixo tentando sair quando seu braço livre segurou minha cintura, engoli seco a vontade de abraçá-lo e desmoronar ali mesmo.

- Me perdoa por ter sido grosso com você, eu estou tão cansado e acabei descontando em você. - Ele beijou minha testa. - Eu te amo muito Nina, admiro por se preocupar tanto com a nossa bebê, você é uma mãe incrível.

- Tá tudo bem. - Sorri fraco. - Se precisar leva ela para mim, se ela acordar de a chupeta. - Sai pela porta sem escutar o que ele tinha mais a dizer, eu precisava apenas dormir.

Assim que cheguei em nosso quarto me deitei e me permiti chorar tudo o que estava preso na minha garganta, meu lado sentimental esta horrível, des do parto sinto meus hormônios uma loucura, como se estivessem trabalhando a mil e não me dessem um descanso sequer, chorei de exaustão, de cansaço, tanto físico quanto mental, não culpo ninguém por isso, mais eu só queria um pouco de compreensão.

Eu não sabia mais o que era ter uma noite de sono completa, não sei como lavar o cabelo sem se preocupar com nada.
Abracei o travesseiro de Ian ainda soluçando.

Ian

Me amaldiçoei mentalmente por ter falado daquele jeito com a Nina, ela estava apenas preocupada com nossa filha e eu estava com tanto sono que nem ao menos percebi o que havia falado, queria apenas fechar os olhos novamente enquanto ela andava pela casa com um bebê no colo, eu me odeio tanto.
Levei Ayla até seu quarto e a arrumei dentro do bercinho branco.

- Sonhe com os anjinhos filha. - Falei, garanti que ela estava bem e então sai deixando a porta aberta para que possamos ouvir quando ela acordar.

Assim que entrei em nosso quarto pude ver o corpo de Nina tremer levemente por baixo do edredom enquanto pequenos soluços saiam de si.
Levantei o edredom me deitando ao seu lado, a abracei por trás tentando dar o conforto que precisava, não era a primeira vez que eu a via chorar assim, parecia sobrecarregada demais, ela realmente estava e eu não conseguia aliviar a barra, por mais que tentasse de qualquer jeito.

- Vai ficar tudo bem. - Sussurrei quando ela se virou deitando no meu peito. - Dorme minha vida. - Acariciei seu cabelo com a ponta dos dedos. - Pode descansar agora.

Fiquei acariciando seus cabelos até que ela pegasse no sono, fechei meus olhos também rezando para que Ayla dormisse por pelo menos mais uma hora, hora só isso que precisava, uma hora de sono sem nenhuma interrupção, o que antes parecia uma coisa normal, para nós pais virou um luxo.

(...)

- Ian. - Escutei a voz sonolenta de Nina chamar, no fundo escutei o barulho do choro abafado, o choro que conhecíamos tão bem.

- Oi amor. - Falei abrindo os olhos devagar, noite que ela ainda estava deitada no meu peito, mais dessa vez com a cabeça tampada pelo edredom.

- Pode pegar ela para mim? - Pediu ainda sem se mexer.

- Claro. - Me levantei calçando minha pantufa e indo até o quarto ao lado do nosso. - Acordou bonequinha. - Me abaixei a pequeno no colo. - Sua manhosa. - Sorri ao perceber que seu choro parou quando a deitei no meu braço. - Você só queria um colinho não é? - Falei olhando diretamente para a imensidão azul que eram seus olhos, era como se eu visse meu reflexo em um espelho.

- Tá tudo bem? - Uma Nina com os cabelos bagunçados e a cara amassada apareceu colocando as mãos sobre meu ombro.

- Ela só está um pouquinho manhosa. - Virei de frente para Nina, para que ela também pudesse admirar a bebê junto comigo. - Conseguiu descansar um pouquinho?

- Consegui sim, será que eu consigo dormir mais alguns minutos? - Ela bocejou se apoiando na parede.

- Pode ir, eu cuido disso. - Selei nossos lábios demoradamente antes de voltar a atenção a minha garotinha.

Me sentei na poltrona nos balançando levemente, ela amava dormir assim.
Agradeci mentalmente quando seus olhos se fecharam totalmente indicando que ela já dormia.

Dessa vez a levei conosco e a coloquei no meio da cama, entre mim e Nina que já dormiu para o outro lado.
Suspirei antes de voltar ao sono novamente.

xxx

Próximo capítulo vai ser o último e já estou trabalhando em mais uma históriaaa, Parmiga! (Vera Farmiga e Patrick Wilson) o enredo está perfeito, até quem não conhece deve ler!
A data de postagem da nova história "Love supports everything" é dia 22/04.

Deixam a estrelinha aqui gente, até a próximaaaa bjuxxxx



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Love Never Ends  - Nian Onde histórias criam vida. Descubra agora