Aidan?

240 18 0
                                    

Mary

Acordei as oito da manhã e Alan não estava mais na cama. Ele acordava cedo, ja que estava acostumado a ir pra escola de manhã. Fiquei deitada por alguns minutos observando meu antigo quarto. A cor rosa foi substituida por azul no momento em que eu soube que estava gravida de um menino. 

Em cima da mesa de cabeceira havia uma foto de Alan na maternidade. Ele estava enrolado em uma manta azul, enquanto eu dormia ao lado do berço. Minha mãe havia tirado a foto. O quarto estava cheio de fotos de nós três, eu, ele e mamãe, em todas estávamos sorrindo.

Meus pensamentos me levaram para Aidan. Será que ele seria um bom pai? Que amaria Alan, como eu o amava? Ele havia ido embora sem saber sobre o filho. Talvez se ele soubesse voltaria e ficaria conosco. Não! Ele não ficaria! Sua mãe havia me falado que era normal meninas aparecerem em sua casa alegando estarem grávidas dele.

"O que você está tramando?"

"Eu havia me esquecido o tipo de pessoa que você era!"

"Com quantos mais você está fodendo?"

Suas palavras doíam como facas encravadas em meu peito. Ele achava que eu apareci em sua casa com intenção de dar um golpe. Se eu soubesse que ele estava em Nova York eu nunca teria ido. Ele me achava uma qualquer que foi atrás dele so porque ele tinha dinheiro! Pisquei para afastar as lágrimas que ameaçavam cair. Eu não iria mais chorar por ele. Não deixaria ele me humilhar mais uma vez.

Ouvi mamãe gritar com rufos e Alan rindo la embaixo, resolvi levantar da cama, não iria deixar que aidan me afetasse. Entrei no banheiro, tomei um banhho e fiz minha higiene. Hoje nós iríamos levar Alan para a praia. Ela ficava a 10 minutos a de carro da minha casa. 

Eu não precisava trazer roupas para cá, meu guarda roupas estava cheio. Eu ainda tinha roupas de cinco anos atrás.
Eu só havia levado algumas para NY. Abri o guarda roupas e vasculhei procurando um biquini e uma canga. Achei um verde, e uma canga de croche e vesti.

Quando eu estava mexendo no guarda-roupa vi o vestido que usei no meu aniversário de dezenove anos e o vestido que usei no enterro do meu pai.
A alegria e a tristeza juntas no meio das roupas. Era isso o que Aidan era para mim. Os sentimentos que ele me causava, Alegria e tristeza! Eu deveria ter me livrado desses vestidos a  muitos anos, assim como deveria ter me livrado dos sentimentos que tinha por ele.

Eu não entendia o porque dele me machucar tanto e eu ânsiar tanto por ele. Eu devo ser alguma sádica. Que tinhano feitiche de humilhacao. Só podia!

Desci as escadas e Alan estava correndo em volta da sala atrás de Rufus. O bichinho estava se divertindo com a brincadeira do dono. 

Correu até mim, me abraçou e me deu um beijo molhado. Abracei seu corpinho,  sentindo o cheiro de seu perfume infantil. Como eu amava esse garotinho. Ele já estava vestido com o short de praia e uma camiseta.

Minha mãe estava na cozinha preparando a cesta que iríamos levar. Fui até ela e lhe dei um beijo. Quem diria que seriamos tão próximas depois do nascimento de Alan. Eu não contei para ela quem era o pai dele, e ela respeitou minha decisão e não perguntou nada sobre ele.

Leo chegou e Alan saiu correndo abraça-lo. Ver como ele amava Alan aquecia meu coração. Esperava que ele pedisse a mão da minha mãe logo e assim teríamos ele para sempre na familia.

Colocamos as coisas no carro e fomos até a casa da Lu buscar ela. Quando chegamos lá ela vestia uma canga em croche rosa e um biquíni pretopor baixo.

Chegamos à praia, armamos os guarda-sóis e as cadeiras de armação. Alan e rufus corriam pela areia. Mamãe e Leo sentaram embaixo de um dos guarda-sóis  e eu e Lu sentamos embaixo de outro. Todos passamos protetor solar e começamos a comer das delicias que minha mãe havia colocado na cesta.

- então, o que tá rolando entre você e o aidan? - Lu olhava para mim curiosa.

- não entendi! - arqueei a sobrancelha. - Ela riu.

- Erick me ligou ontem depoisque saí da sua casa e Aidan estava bêbado ao seu lado perguntando por você! - colocou uma uva na boca. Ela estava se divertindo. - e eu percebi que havia algo quando você praticamente saiu correndo do pub aquele dia depois deles aparecerem em nossa mesa. 

- Nós trasamos! - respondi baixo.

- A-ha! Eu sabia! - deu um grito. Mamãe e Leo nos olharam curiosos. 

- xiiii sua louca! - tapei sua boca com uma das mãos. E olhei para mamãe, ela já havia voltado a conversar com Leo.

- Porque não me contou? Nem parece que sou sua amiga! - se fez de ofendida.

- Porque é mais dificil do que parece. - dei um suspiro cansado. 

A chamei ela para darmos uma volta na praia. Então contei a ela tudo o que vinha acontecendo e de onde eu conhecia Aidan. Omiti apenas a parte dele ser o pai de Alan. Não que eu não confiasse nela, ela era a pessoa em quem eu mais confiava em minha vida. Mas eu tinha certeza que se ela soubesse iria tirar satisfação com Aidan. E eu poderia perder Alan.

- Não acredito que aquele desgraçado pensou que você havia ido para NY dar um golpe nele! - ela estava irritada. - vou cortar as bolas daquele idiota quando voltar!

- Não você não vai! - segurei em seus ombros a fazendo olhar para mim - eu não vou mais ter nada com ele, além disso eu vou procurar outro lugar para morar quando voltar.

- Isso amiga! E eu vou te ajudar! - falou irritada. - quem aquele cretino pensa que é?

Voltamos para junto dos outros e ficamos conversando e vendo Alan e rufus brincarem.

As doze horas voltamos da praia. Almoçamos no restaurante dos pais da Lu e passamos boa parte da tarde lá. 

Eu e Lu combinamos de ir até uma pequena boate que havia inaugurado antes de eu ir para NY. As dez ela chegou, linda em um vestido preto e curto. Eu vesti um vestido vermelho de alças finas e um scarpin preto. Fiz um coque em meus cabelos, deixando duas mexas soltas e uma maquiagem leve.

Nos despedimos de minha mãe e Leo que assistiam um filme na tv e fomos para a boate.

Entrando dentro dela, a musica eletrônica era alta e as luzes piscavam em cima de um palco com um DJ. 

Fomos até o bar pedir nossas bebidas. Um barmen gatinho nos serviu duas vodkas, tomamos de uma vez e pedimos mais. 

- Vem Mary vamos dançar! - ela me puxou para a pista de dança que tinha no meio do salão. 

Começamos a dançar a música agitada. Lu ria enquanto mexia os braços. Depois de dançar três musicas, voltamos para o bar e pedimos mais bebida. No quinto drink eu já estava meio bêbada. Lu falou que iria no banheiro e eu fui para a pista dançar mais.  O Dj havia mudado a música, agora era uma batida sensual. 

Eu comecei a mover meu corpo ao som da música, em um ritmo lento e sensual. Senti alguém encostar em minhas costas, ele era duro, e alto, me esfreguei nele enquanto dançava, ele colou o corpo em mim e passou um braço por minha barriga, levando a mão até meu pescoço enquanto o outro me segurava junto do seu corpo. Ele era forte e seu corpo quente e familiar.

Eu queria aquele estranho, e seu volume em minha bunda me dizia que ele também me queria. Talvez fosse a música sensual, ou a bebida. Mas eu queria foder com esse estranho.

Ele beijou meu pescoço e eu senti meu corpo arrepiar. Como eu podia ansiar por alguém que eu não conhecia?.

Me virei para encará-lo. Eu queria ver se ele era bonito. Meu coração acelerou. A bebida deveria estar pregando uma peça em meu cérebro.

- Aidan?!

...

Redenção de um cretino irresistível - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora