Casa!

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Mary

Sexta chegou finalmente! Eram dez da manhã e eu estava me arrumando para viajar. Encontraria Lu no hotel, assim seria mais fácil já que o caminho para a rodoviária passava por la.

Me olho no espelho, estava vestindo uma calça jeans preta, uma blusa, listrada branca e nos pés um tênis preto. Olhei para meus braços nus e lembrei dele. Depois do que aconteceu eu não o vi mais. Toda vez que entrava alguém pela porta do bar do hotel meu coração disparava, eu não queria que ele causasse uma cena no meu trabalho. Eu não conseguia entender o que ele queria comigo. Às vezes parecia que ele me queria, outras vezes me afastava, me magoando com suas palavras.

Suspiro e saio do banheiro indo em direção as malas na sala. O ônibus sairia as doze, mas como o trânsito de NY era caótico, precisávamos sair cedo.

Pego meu casaco, as malas e saio de casa, fecho a porta e vou esperar o taxi na calçada, Lu ja estava me esperando em frente ao hotel.

Enquanto taxi não chega me perco em pensamentos, lembrar de tudo o que já passei nesses ultimos meses me fez querer ficar em Sea Bright, me esconder embaixo dos lençóis e não sair nunca mais.

A última coisa que queria em minha vida era encontrar com ele novamente. Nao desse jeito. Na minha cabeça doente eu esperava um conto de fadas. Sonhava com o dia em que ele viria até Sea Bright me buscar, diria que não conseguia mais viver sem mim, e me amava. Então conheceria o filho, o amaria, chorariamos juntos e viveríamos felizes para sempre.

- Que idiota! - falei para mim mesma. - como sou ingênua! - ri de mim.

Sinto alguém me observando, mas não tenho coragem de virar e procurar. E se fosse ele? Senti meu coração acelerar, eu queria que o taxi chegasse logo. Suspirei de alivio quando o taxi chegou. O motorista saiu do carro e me ajudou a colocar as malas no porta-mala. Sentei no banco de trás e o motorista começou a dirigir.

Olhei para cima, ele estava lá me observando de sua janela. Meu coração batia forte. Desviei o olhar. Eu me esqueceria dele, pelo menos enquanto estivesse em casa, junto de Alan.

O taxi parou em frente a rodoviária depois de pegar Lu no hotel. Fomos fazer o check-in na cabine onde compramos as passagens. Depois de conferir as passagens com o motorista entramos no ônibus e nos sentamos. Haviamos comprado passagens em cadeiras juntas. Nos acomodamos em nossos assentos e ônibus saiu.

Depois de 6 horas dentro do ônibus e várias paradas para fazer xixi e pegar passageiros, chegamos ao cais onde a balsa levaria o ônibus por mais duas horas até Sea Bright. Lu e euu dormimos praticamente a viagem toda.

- Chegamos! - Lu me balançou levemente para que eu acordasse. Levantou para sair do ônibus.

Me espreguicei e levantei para sair, esses dias eu não havia dormido bem, então apaguei na viagem.

Descemos do onibus eram dez da noite, a balsa havia quebrado e tivemos que esperar o concerto. Pegamos nossas malas e fomos em direcao a saída. Leo nos esperava em frente a rodoviária e quando nos viu veio nos ajudar com as malas. Entramos no carro e fomos para casa. Lu iria ficar na casa dos pais dela que ficava perto da minha, a deixamos lá.

Minha mãe me esperava na porta sentada em uma cadeira na varanda. Meus olhos encheram de lágrimas, todo o peso da saudade me fez chorar. Desci do carro e corri ao seu encontro, precisava dela, do seu colo.

Ela abriu um sorriso e me recebeu em seus braços. Chorei alguns minutos sentindo seu cheiro enquanto ela alisava meus cabelos. Ela esperou pacientemente que eu parasse de chorar, e me levou para dentro.

Leo já havia colocado minhas malas no meu quarto que agora era de Alan.

Como já estava tarde, minha mãe me falou que Alan ja estava dormindo. Conversamos um pouco e eu subi até o quarto e me deitei ao lado de Alan. Sentir seu cheiro, e olhar para seu corpo tão pequeno me fez derramar mais algumas lágrimas. Eu estava morrendo de saudades. Adormeci abraçada a ele.

...

Acordei com uma mãozinha em meu rosto, Alan me olhava com expectativa.

- Oi meu amor! - falei sorrindo.

- Oi mamãe! - falou alegre. - eu tô sonhando? - tirou a mão do meu rosto e esfregou os olhos.

- Não meu amor, mamãe está aqui com você. - puxei ele para meus braços e o apertei de leve.

- Aí mamãe tá me apetando, vai me queblar! - comecei a rir de suas palavras e afrouxei o abraço. Sentei na cama e comecei a fazer cosquinhas nele. O filhote apareceu na porta e pulou na cama lambendo nós dois.

- Ahh! Saí rufus, saí. Ecaaaa! - Alan ria segurando o filhote.

Eu fiquei observando meu pequeno rindo e feliz. Eu queria ficar aqui para sempre. Sem problemas, sem Aidan, em paz.

Depois de alguns minutos, nós três descemos para a cozinha, onde minha mãe fazia panquecas de chocolate. Minhas preferidas!

- Hum que cheiro bom, se eu soubesse que iria ser recebida assim teria vindo antes! - falei brincando, e dei um beijo na bochecha dela. Ela revirou os olhos e riu.

- Até parece que eu nunca fiz café da manhã pra você! - ela riu.

Passamos a manhã arrumando a casa para o aniversário de Alan, que seria às três da tarde. Ele corria para lá e para cá junto do seu mascote, enquanto mamãe gritava para eles irem para fora. Eu amava aquele caos. Queria poder gravar a cena para poder rever sempre que sentisse falta deles.

A uma da tarde eu fui até uma padaria perto de casa buscar o bolo e os quitutes da festa. Alan havia escolhido o tema do homem de ferro. Era seu personagem favorito. Arrumamos o quintal com mesas e cadeiras de plástico. Colocamos os acessórios pendurados pelo quintal e os jogos que as crianças iriam brincar.

Lu e seus pais chegaram às duas com presentes para Alan. Nossas mães eram amigas de infância. E foi o pai de Lu quem apresentou Leo a minha mãe.

Leo era dono de uma cafeteteria em Greenwich Village. Ela era grande e tinha em torno de 30 funcionários. O pai de Lu havia trabalhado com ele quando foram para NY,  e eles setornaram sócios do restaurante. Mas apesar dele querer ajudar com esses dias difíceis, o pai de Lu não aceita. A mãe dela aceita o dinheiro que Lu manda escondido do marido. Ele é muito orgulhoso para aceitar ajuda.

Subi até o quarto e tirei os presentes de Alan da mala. Levei para o quintal onde iria ser a festa.

Meu filho era um menino muito esperto, alegre e independente. Ao contrário de outras crianças da sua idade, ele não ficava o tempo todo pedindo atenção aos adultos. Ele corria, brincava e conversava com as outras crianças. Eu era mais apegada a ele, do que ele a mim.

Esperamos os convidados chegarem e batemos os parabéns! haviam umas dez crianças que frequentavam a creche onde Alan estudava, e alguns adultos amigos de meus pais, e pais das crianças.

Passamos a tarde conversando, comendo os doces e salgados da festa e olhando as crianças brincarem nos jogos de aniversário. Eu sentia falta de tudo. Do cheiro, das pessoas e da minha casa!

Depois que os convidados foram embora, dei um banho em um Alan exausto e o coloquei para dormir. Eram oito da noite.

Ficamos apenas minha mãe, Leo, lu e eu. Resolvemos assistir um filme. Mamãe e Leo ficaram no sofá e eu e Lu deitamos no tapete. Olhei ao redor, observando a casa em que cresci. Ela era de dois andares. Na parte de baixo ficavam a sala, a cozinha e uma area de serviço. Na parte de cima, ficavam dois quartos e um banheiro. A casa onde morava com Aidan era maior que essa, apesar de a parte em que ele morava ser o dobro da minha. Comparar as duas casas me fez pensar nele. O que será que ele estava fazendo? Será que estava pensando em mim?

Espantei os pensamentos e voltei a obervar o filme. Mas não conseguia prestar atenção meus pensamentos continuavam me levando até ele!

...

Ai, ai!

E aí como o coração?
Prepara pro pior. Tô brincando haha!
Sqn. ;)

Estrelinha plz ;)

Redenção de um cretino irresistível - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora