2. capítulo quatro

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ㅤㅤㅤ― É aqui. ― Alice disse e Lucas estacionou o carro.

ㅤㅤㅤOs dois ficaram em silêncio por um longo momento enquanto a garota olhava pela janela, os olhos de lápis-lazuli fixos para o lado de fora. Não parecia hesitante, pelo contrário, estava chateada com algo que Lucas tentou inútilmente descobrir o motivo, mas ela se recusou a dar uma resposta decente.

ㅤㅤㅤOs orbes azuis rolaram para ele quase que entediados e houve uma troca de olhares significativa, a última coisa que desejava era trazer Lucas para aquele lugar, mas foi um deslize em sua fala que soou como um convite. Sentia-se vulnerável, a ideia de ser exposta daquela forma não a agradava nenhum pouco, porém não poderia se deixar vacilar.

ㅤㅤㅤ― Como é o nome dela mesmo? ― Indagou.

ㅤㅤㅤ― Georgia. ― Respondeu como se estivesse passando uma informação ultra-secreta. ― A Audrey você já conhece.

ㅤㅤㅤ― Certo. ― Lucas assentiu positivamente.

ㅤㅤㅤA casa brilhava com piscas-piscas. No quintal, havia um boneco de neve usando um cachecol e um gorro verde que a fez lembrar de Amy, imaginou onde a amiga estaria passando a véspera de natal. Tocou a campainha mais vezes do que o necessário, Lucas tossiu forçadamente e sorriu para ela na tentativa de quebrar aquele clima estranho do qual ele não sabia a origem, mas sentia que estava prestes a descobrir. A porta foi aberta por uma mulher e a expressão em seu rosto esboçava a alegria de ver a irmã mais nova.

ㅤㅤㅤ― Alice! ― Exclamou em um tom entusiasmado.

ㅤㅤㅤ― Georgia! ― Alice imitou o tom de voz, porém carregado de uma ironia amarga, o rosto ficou sério em seguida. ― Onde a Drey tá? ― E assim entrou sem esperar um convite ou apresentar o rapaz que a acompanhava, Georgia continuou olhando sobre o ombro observando-a.

ㅤㅤㅤDesconcertado, Lucas Smith observou a mulher diante dele dos pés à cabeça com uma expressão surpresa com semelhanças entre elas; ele pigarreou fazendo os olhos grandes que se assemelham muito com os da irmã, porém vários tons mais claros, se fixarem nele. Enquanto os olhos de Alice eram como um mar tempestuoso, os olhos de Georgia eram como o mar em um dia ensolarado de verão.

ㅤㅤㅤLucas deu um sorriso amarelo e antes que pudesse falar algo, a mulher tornou a virar a cabeça e gritou por cima do ombro.

ㅤㅤㅤ― Alice, quem é ele?

ㅤㅤㅤ― Deixe-o entrar. ― Gritou em resposta.

ㅤㅤㅤ― Você o conhece há mais de uma semana?

ㅤㅤㅤ― Claro que conheço, deixe ele entrar, sua paranóica.

ㅤㅤㅤ― Posso confiar?

ㅤㅤㅤNão houve resposta.

ㅤㅤㅤGeorgia soltou um suspiro pesado ao balançar a cabeça negativamente e revirando os olhos de modo que ele pode ver Alice.

ㅤㅤㅤ― Er... Tem algum problema se eu ficar? ― Indagou um pouco envergonhado. ― Se tiver, eu posso ir embora. ― Apontou com o por cima do ombro com o polegar.

ㅤㅤㅤ― Não, não tem problema algum. ― disse exibindo um sorriso que fez seu rosto mudar totalmente de expressão. ― Pode entrar, fique a vontade.

ㅤㅤㅤ― Obrigado.

ㅤㅤㅤ― Pode deixar seu casaco aqui. ― Apontou para o cabideiro e apontou a direção com o nariz afilado. ― Alice está na cozinha.

ㅤㅤㅤLucas agradeceu mais uma vez e seguiu para onde ela indicou; os olhos castanhos correram pelo local, tentando capturar os pequenos detalhes.

ㅤㅤㅤO que mais atraiu sua atenção, além da árvore de natal recheada de presentes, foi uma mesa de vidro cheia de porta-retratos. Procurou Alice em alguma foto e encontrou apenas uma onde uma garotinha de cabelos castanhos com reflexos avermelhados no sol e olhos azuis escuros estava com a cara emburrada e ao seu lado a garota loira anos mais velha e olhos azuis céu sorria.

o diário de alice taylor.Onde histórias criam vida. Descubra agora