•Capítulo 5•

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Ayume Martins.

Era 03:25 da madrugada, a festa estava a todo vapor, e nós estávamos no meio da galera, curtindo as batidas do MC Maneirinho que ecoavam pelo espaço. Todo mundo estava numa vibe incrível, dançando, bebendo e se divertindo muito. Decidi dar uma pausa para respirar e peguei meu celular para ver o que estava rolando. Curiosa, abri o WhatsApp e comecei a ver os status dos meus amigos.

De repente, vi um vídeo de um menino que conheço da tropa do meu pai. Ele estava numa festa e, ao fundo, para minha surpresa, aparecia o Puma com uma ruiva no colo, e ela toda entregue, beijando o pescoço dele. Não pude evitar, dei uma risada alta, achando a cena tanto cômica quanto surpreendente. Puma sempre foi meio galinha, mas ver isso tão descaradamente me fez querer aprontar algo em resposta.

Lembrei do cara que tinha passado a noite toda me jogando olhares. Ele era um traficante conhecido na área, todo tatuado, com uma aura meio perigosa, mas definitivamente charmoso. Pensei que seria divertido envolvê-lo no meu plano de provocação. Me aproximei dele com um sorriso malicioso.

— Ei, topa fazer uma coisa comigo? — perguntei, já pegando o celular e abrindo a câmera.

Ele me olhou com um misto de interesse e curiosidade.

— Claro, o que você tá pensando?

— Só quero que você passe seu braço pelo meu pescoço, tipo um abraço. Vou gravar um vídeo rápido pra postar nos status. Mas relaxa, não vou mostrar seu rosto — expliquei, vendo ele relaxar com a condição de manter sua identidade em segredo.

Ele concordou e colocou o braço em volta do meu pescoço, sua presença forte ao meu lado. Preparei a câmera, mas antes que pudesse começar a gravar, ele fez uma pausa e tirou seu próprio cordão, um desses grossos, de ouro puro, e colocou no meu pescoço.

— Assim fica melhor, mais estiloso pra seu vídeo — ele disse, com um sorriso presunçoso.

— Uau! Isso deve valer uma grana, hein? — brinquei, sentindo o peso do ouro contra a minha pele.

— Só um pouco — ele riu, claramente não preocupado com o valor.

Ajustei o cordão e comecei a gravar. Primeiro, foquei no ambiente do baile, mostrando a galera dançando, o DJ no comando, e então voltei a câmera para nós. O cordão brilhava com as luzes do local, e eu fiquei cantando.

Finalizei o vídeo e o revisei rapidamente, satisfeita com o resultado. Postei no meu status, dando risada, imaginando a reação das pessoas, especialmente do Puma, ao verem.

— Pronto, missão cumprida! — declarei, o menino ainda me olhava divertido.

— Você é demais, sabia? — ele comentou, o elogio fazendo meus lábios curvarem num sorriso mais largo.

— Eu tento — respondi com um toque de flerte, antes de nos jogarmos de volta na festa.

Depois de gravar aquele vídeo maluco e devolver o cordão de ouro pro traficante, o clima entre a gente ficou ainda mais intenso. Ele tinha um sorriso que não sei explicar, meio que me puxou pra mais perto. Eu estava me sentindo super ousada depois de toda essa vibe da noite, então quando ele inclinou o rosto perto do meu, eu simplesmente deixei rolar e o beijei. Foi um daqueles beijos que você sente até o último fio de cabelo, sabe? A música alta, o calor das pessoas em volta, tudo contribuiu para o momento.

Mas como tudo que é bom dura pouco, o cara teve que vazar logo depois. Algo relacionado aos "negócios" dele, não perguntei. A festa continuava bombando, mesmo com o céu já começando a clarear. Era aquela hora que você não sabe se é muito tarde ou muito cedo, mas o baile não dava sinais de que ia parar.

Lance BandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora