•Capítulo 15•

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Ayume Martins.

Enquanto Bruno continuava falando sobre a situação delicada do nosso pai, sua voz transmitia uma mistura de determinação e preocupação. Ele mencionou algo que realmente me fez estremecer: "Ele não vai durar muito tempo lá, mas ainda estamos tentando entender a melhor estratégia para lidar com isso." A gravidade da situação era palpável, e cada palavra aumentava o peso em meu peito.

Sentindo uma dor de cabeça começar a formigar nas têmporas, provavelmente devido ao estresse e ao cansaço emocional, virei-me para minha mãe e perguntei suavemente, tentando não interromper a discussão séria, mas precisando de algum alívio físico para a dor que começava a se intensificar.

— Mãe, você tem alguma pílula para dor de cabeça?

Minha mãe acenou com compreensão e preocupação, chamando imediatamente a moça que trabalhava em nossa casa. Ela prontamente apareceu com uma pílula e um copo d'água, que eu agradeci com um aceno de cabeça, tentando oferecer um sorriso reconfortante apesar do desconforto. Engoli a pílula, esperando que a dor diminuísse logo.

Em seguida, exausta fisicamente e emocionalmente, encostei minha cabeça no ombro do Puma, buscando conforto na sua presença. Ele passou o braço ao redor de mim, me puxando para mais perto, e segurei sua mão firmemente, encontrando um pouco de paz no meio do caos ao sentir seu aperto caloroso e seguro.

Minha mãe, Bruno e Clara nos observavam com expressões mistas de confusão e curiosidade. Minha mãe, sempre perceptiva, notou a dinâmica entre mim e Puma e decidiu perguntar, claramente tentando entender o que estava acontecendo.

— Ayume, o que está rolando entre vocês dois? — ela perguntou, com uma leve suspeita em sua voz. — Eu já ouvi falar no Puma, mas ainda não tinha visto vocês juntos assim.

Senti uma pontada de nervosismo por termos que abordar esse assunto agora, mas sabia que não poderíamos evitar. Olhei para Puma, buscando apoio, antes de voltar minha atenção para minha mãe e responder.

— Mãe, o Puma e eu estamos juntos. — comecei, tentando manter a voz calma. — Ele tem sido um grande apoio para mim, especialmente com tudo o que está acontecendo.

Puma então se inclinou um pouco para frente, claramente querendo contribuir para a conversa e ajudar a esclarecer a situação.

— Senhora, eu me importo muito com a Ayume e estou aqui para apoiá-la em tudo o que ela precisar. Eu sei que as circunstâncias não são as melhores para uma apresentação formal, mas eu prometo que minhas intenções são sinceras. — Sua voz era firme e respeitosa, e ele olhava diretamente para minha mãe, mostrando sua seriedade.

Minha mãe observou-nos por um momento, talvez tentando digerir a informação e avaliar Puma. Depois de um breve silêncio, ela finalmente assentiu, um leve sorriso aparecendo em seus lábios, apesar das circunstâncias.

— Bem, se ele te faz feliz e te apoia, então eu estou grata a ele. — Ela disse, e então se virou para Puma. — Obrigada por cuidar da minha filha.

O alívio por ter a aprovação da minha mãe, mesmo que tivesse sido dado em meio a uma crise, era imenso. Eu apertei a mão de Puma em agradecimento, sentindo-me um pouco mais forte para enfrentar o que quer que o futuro nos reservasse.

Bruno, que tinha ficado quieto durante a nossa troca com minha mãe, parecia observar a interação com uma mistura de surpresa e cautela. Ele cruzou os braços, inclinando-se levemente para trás, como se estivesse tentando digerir a nova informação que acabara de receber. Finalmente, após um momento de reflexão silenciosa, ele falou, sua voz revelando uma ponta de incredulidade.

Lance BandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora