•Capítulo 39•

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Puma.

Às vezes, é difícil acreditar que é a mesma comunidade onde tudo começou, mas o fato é que, quanto mais o tempo passa, mais eu preciso estar em cima do jogo.

É um dia típico aqui. Estou sentado numa mesa de negociação no escritório que transformei em meu ponto de controle. O ambiente é pesado, com os homens que comandam os pontos chave do Complexo se reunindo. É uma sala simples, mas decorada com o que parece um símbolo de poder: uma mesa de madeira escura, cadeiras de couro, e um mapa da área na parede, com marcas e anotações que indicam o território.

— Olha, eu tô te falando, esse setor tem que ser nosso. Não dá mais pra continuar deixando o controle escorregar. — digo, com uma firmeza que só quem está no comando pode ter.

Os homens ao meu redor, cada um com suas próprias áreas e interesses, estão claramente tensos. Negociar com eles nunca é fácil, e eu sei que todo mundo está tentando puxar a corda pro seu lado.

— Puma, isso não é uma questão de querer ou não. O ponto de venda ali é estratégico, e eu tenho meus próprios compromissos. — um deles responde, um cara conhecido como Silva, que sempre foi mais preocupado com seus próprios interesses do que com o bem maior.

Eu olho pra ele, sem perder a calma. Não é a primeira vez que esse tipo de discussão acontece e sei que é apenas mais uma etapa no processo de consolidar nosso poder.

— Silva, não é só sobre querer. É sobre necessidade e sobrevivência. Se a gente não controla isso, outros vão tomar nosso lugar. E eu não tô aqui pra perder. — minha voz é firme e direta, e eu vejo que o resto da sala está prestando atenção. Ninguém quer estar do meu lado errado.

Outro dos homens, conhecido como Tico, balança a cabeça e intervém.

— Puma tem razão. Se a gente não tomar controle agora, vai ser um caos. O território é grande, e a gente precisa se organizar. — ele diz, tentando apoiar minha posição e fazer com que o grupo comece a ver a lógica por trás das minhas palavras.

O clima na sala começa a mudar. Eu vejo os homens começando a considerar o que estou dizendo, e a tensão diminui um pouco. É um sinal positivo. Eu continuo, detalhando a estratégia.

— Vamos dividir os pontos chave. Cada um fica com uma parte, mas o comando central continua com a gente. Vamos garantir que todos os locais estratégicos sejam nossos, e que ninguém mais tenha chance de se infiltrar ou de roubar nosso território. — explico, detalhando no mapa as áreas que estamos interessados em controlar.

Depois de mais algumas discussões e ajustes, conseguimos chegar a um acordo. Não é perfeito, mas é o melhor que conseguimos no momento. Cada um sai da reunião com suas ordens e compromissos, e eu fico ali, observando o mapa com um sentimento de realização.

Mais tarde, estou fora, supervisionando a movimentação. O Complexo da Maré é uma área cheia de vida, com gente de todos os tipos. Há movimento por toda parte: vendedores, crianças brincando, e os residentes andando pelas ruas. Eu ando pelas ruas, me certificando de que tudo está sob controle, que nossas novas aquisições estão sendo devidamente estabelecidas e que ninguém está tentando causar problemas.

Meu pessoal está em ação, reorganizando os pontos de venda e marcando território. Vejo alguns dos novos locais que tomamos posse, com nossas cores e símbolos visíveis. É um trabalho contínuo, mas necessário para manter nossa posição.

À medida que o dia avança, vejo algumas das áreas que antes eram desorganizadas se transformarem. A presença e o controle estão sendo estabelecidos, e é gratificante ver o progresso. Também há uma sensação de tensão no ar, uma constante lembrança de que, nesse mundo, tudo pode mudar a qualquer momento.

Lance BandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora