•Capítulo 42•

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Puma.

Enquanto deslizávamos pela neve fresca e fofa, o som do vento cortando o ar e o rangido das lâminas dos esquis sobre a neve criavam uma sinfonia tranquila. Era um dia perfeito para esqui, e o ambiente era tão sereno quanto a conversa que estávamos tendo. Dom, que estava ao meu lado, com sua presença imponente mesmo enquanto esquiava com tanta facilidade, começou a tocar em um assunto que eu sabia que era de extrema importância.

— Puma — Dom começou, inclinando-se um pouco para falar acima do som do vento, — você sabe que essa nova organização está causando uma grande inquietação no cenário global. Eles são incrivelmente discretos, mas o que se ouve é que eles são o próprio homem lá de baixo. São cruéis e implacáveis, não deixam rastro e têm um controle incrível sobre suas operações.

Eu franzi a testa, sentindo um peso nas palavras dele. Sabia que qualquer menção a uma organização tão temida significava que a situação estava se tornando ainda mais complexa e perigosa.

— Entendo. Mas como você está lidando com isso? — perguntei, tentando manter a conversa leve enquanto esquiávamos.

— Estou mantendo uma vigilância constante — Dom respondeu com um tom sério. — Eles são uma ameaça, mas estou fazendo o possível para garantir que meus interesses e os de minha família estejam seguros. E, claro, ter aliados fortes como você e garantir a proteção das minhas relações internacionais ajuda bastante.

A conversa mudou de tom quando começamos a falar sobre nossos filhos.

— E quanto à Luna? — Dom perguntou, olhando para mim com um interesse genuíno. — Tenho ouvido ótimas coisas sobre ela. Chiara mencionou que ela já fala algumas coisas em inglês. Isso é ótimo. Se houver uma possibilidade, eu gostaria de garantir que ela e Matteo possam estudar no exterior juntos, em um ambiente de alto nível e sob proteção.

Sorri, imaginando como seria para Luna e Matteo estudarem juntos fora do país. Era uma oportunidade incrível, e a oferta de Dom era mais do que generosa.

— A possibilidade de Luna estudar fora é alta. Eu já estava pensando nisso. Ela está aprendendo inglês e se saindo muito bem. Eu só quero o melhor para ela e garantir que ela tenha oportunidades incríveis.

Dom assentiu com um sorriso satisfeito.

— Ótimo. Manter a Luna e o Matteo juntos em um ambiente protegido e de alto nível é exatamente o que eu gostaria de ver. Nós dois temos mulheres inteligentes, influentes e de alto nível em nossas vidas. Devemos proporcionar o melhor para nossos filhos e garantir que eles tenham o mesmo nível de segurança e oportunidades que nós buscamos para nós mesmos.

Concordei com ele. O fato de Dom estar tão interessado e disposto a ajudar era um alívio, e eu sabia que a segurança e o futuro da minha filha estavam em boas mãos.

— Eu já estava considerando a possibilidade de Luna morar fora por um tempo. É algo que eu definitivamente estou planejando, principalmente por causa da segurança e das oportunidades que isso pode proporcionar.

Dom fez uma pausa antes de continuar.

— E sobre você, Puma? Eu sei que você tem negócios no Brasil, mas minha opinião é que você deveria considerar viajar mais, aproveitar sua família e, se possível, ficar longe dos lugares onde seus negócios são mais ativos. Às vezes, a segurança vem também de se manter um pouco distante das situações perigosas.

Eu ponderava sobre as palavras dele enquanto deslizávamos pela neve. A ideia de me afastar um pouco do cenário de negócios era algo que já havia considerado, especialmente para proteger minha família. A sugestão de Dom parecia ser um bom conselho, e eu estava começando a aceitar a ideia de que uma mudança de ritmo poderia ser benéfica.

— Eu entendo o que você está dizendo, Dom. E é algo que eu vou considerar seriamente. Afinal, o que importa é a segurança da minha família e garantir que eles tenham uma vida segura e estável.

Dom sorriu, satisfeito com a nossa conversa.

— Exatamente. A família vem em primeiro lugar. E com você considerando todas essas opções, eu tenho certeza de que você está no caminho certo para garantir um futuro brilhante para todos.

Continuamos esquiando, cada um perdido em seus pensamentos, mas com um senso de propósito e determinação. O dia estava claro e as montanhas ao fundo pareciam prometer um futuro melhor. Com o apoio de Dom e com as decisões que estávamos tomando, eu sabia que o futuro da minha família estava se tornando mais seguro e mais promissor a cada dia.

Estávamos relaxando e conversando sobre nossas viagens passadas e futuras, e sobre os momentos especiais que compartilhamos com nossos filhos. Eu estava sentado com Dom, Chiara e Ayume, enquanto eles falavam animadamente sobre as viagens que fizemos e as que ainda pretendemos fazer. A conversa era leve e descontraída, e o ambiente estava cheio de risos e boas memórias.

Luna e Matteo estavam lá fora, se divertindo na neve. Eles estavam fazendo um boneco de neve, e a cena parecia perfeita, com as crianças rindo e se divertindo sob a luz suave do sol de inverno. No entanto, a diversão foi interrompida quando um menino um pouco maior começou a jogar bolinhas de neve no boneco de neve de Luna, bagunçando o trabalho dela.

— Olha lá — eu disse para Dom e Chiara, apontando pela janela. — Aquele garoto está acabando com o boneco de neve da Luna.

Ayume, que estava atenta à situação, se levantou e foi até os pais do garoto. Ela tentou resolver a situação de forma civilizada, pedindo educadamente para que o menino parasse de incomodar Luna.

— Poderiam pedir ao seu filho para parar? Ele está destruindo o boneco de neve da minha filha — ela falou com um tom firme, mas amigável.

A mulher, com um sorriso desdenhoso, respondeu:

— Ah, é só uma brincadeira de crianças. Não precisa se preocupar tanto.

O garoto, no entanto, não parava e continuava a destruir o trabalho de Luna. Matteo, que estava observando a cena com crescente frustração, olhou para Dom. Dom, percebendo a situação, balançou a cabeça em sinal de que Matteo poderia agir se quisesse.

Matteo, com um brilho de determinação nos olhos, pegou uma bola de neve e a lançou com força na cabeça do garoto. O impacto fez o menino cambalear e, em seguida, ele avançou para destruir o boneco de neve de Matteo. Matteo não hesitou, empurrou o garoto para trás e começou a socá-lo.

A situação rapidamente se transformou em um pequeno tumulto. A mãe do menino, alarmada, gritou na nossa direção:

— Por favor, mandem o garoto parar com isso!

Dom, mantendo a calma e com um tom relaxado, respondeu:

— É só uma brincadeira de crianças, não precisa exagerar.

Chiara, vendo a situação, rapidamente chamou Matteo e Luna para voltar e se sentar conosco. Ela fez um gesto acolhedor para as crianças.

— Venham aqui, crianças. Sentem-se com a gente. Tudo vai ficar bem — Chiara disse com um sorriso tranquilizador.

Matteo e Luna voltaram para dentro, ainda um pouco ofegantes, mas claramente aliviados por estarem longe do conflito. Chiara serviu chocolate quente para todos, tentando trazer um pouco de conforto e aquecer o ambiente.

— Aqui, crianças, tomem um pouco de chocolate quente. Vai ajudar a esquentar vocês — Chiara disse, passando as xícaras para Matteo e Luna.

Ayume olhou para as crianças com preocupação, mas também com alívio por estarem seguras. Ela se sentou ao meu lado e olhou para Dom e Chiara, tentando mudar o foco da conversa.

— Vamos voltar à nossa conversa sobre as viagens — eu sugeri, tentando desviar a atenção para algo mais leve. — Quais são os próximos destinos que estamos planejando?

A conversa voltou ao que era antes, sobre viagens futuras e memórias passadas. As crianças, agora mais calmas e quentes, começaram a se relaxar e se envolver na conversa.

A tarde continuou com risos e boas conversas, e o incidente na neve logo foi esquecido, substituído por conversas animadas e planos para o futuro.

Lance BandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora