•Capítulo 19•

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Puma🐺

Depois de garantir que tudo estava sob controle no galpão, dei uma última olhada em todos os presentes, cada um exibindo sinais de alívio misturado com o cansaço típico após uma tensão extrema. O Xavier, já um pouco mais recuperado do susto inicial e da correria, conversava baixinho com alguns dos nossos, parecendo cada vez mais agradecido à medida que a realidade de sua liberdade começava a se assentar.

— Escuta aqui, galera — chamei a atenção de todos, a voz firme, carregando o peso do líder que precisa reconhecer o esforço de sua equipe. — Eu tenho que dizer, vocês foram excepcionais hoje. Cada um cumpriu seu papel com a precisão que eu esperava e isso... isso fez toda a diferença. Sem vocês, a operação não teria sido o sucesso que foi.

Olhares de orgulho se cruzaram entre nós. Bruno deu um passo à frente, o respeito mútuo claro em seu olhar.

— Puma, nós seguimos suas ordens porque sabemos que você nunca nos levaria para o fogo sem ter um plano sólido. E hoje mostramos o que acontece quando confiamos um no outro. — Sua voz estava carregada de lealdade e a satisfação de um trabalho bem feito.

— Agora, vamos embora daqui. Próxima parada: Heliópolis. Vamos levar o homem para casa e garantir que ele tenha um reencontro seguro e tranquilo com a família. — Concluí, já iniciando os preparativos para a nossa partida.

Os veículos foram inspecionados mais uma vez, garantindo que não houvesse falhas ou rastros que pudessem ser seguidos. Tudo tinha que ser limpo, cada detalhe cuidadosamente revisado. Subimos nos carros, o clima agora um pouco mais leve, mas ainda sob a sombra da vigilância constante.

A viagem para Heliópolis foi silenciosa, cada um de nós perdido em seus próprios pensamentos. Eu dirigia o veículo que levava o pai da Ayume, observando pelo retrovisor como ele olhava para fora, seus olhos absorvendo a liberdade recém-conquistada, mas com a cautela de quem sabe que ainda não está completamente seguro.

Chegamos em Heliópolis sob a cobertura da noite, as ruas tranquilas sob o manto escuro, apenas a luz fraca dos postes iluminando nosso caminho. O bairro, normalmente um reduto de atividade constante e olhares curiosos, parecia nos dar uma trégua, como se o próprio lugar reconhecesse a importância do momento.

— Vamos fazer isso rápido e sem chamar atenção. — Murmurei para a equipe enquanto nos aproximávamos da casa da família da Ayume.

A chegada foi emocionante, marcada por lágrimas e abraços apertados. A mãe da Ayume correu para abraçar o marido, segurando-o como se nunca mais quisesse soltar. Ayume estava lá também, seus olhos encontrando os meus por um momento, cheios de lágrimas e gratidão. Ela se aproximou rapidamente, me dando um abraço apertado.

— Obrigada, Puma. Obrigada por trazer ele de volta. — Sua voz era um sussurro, mas carregava uma força emocional imensa.

— Era o mínimo que eu poderia fazer. — Respondi, segurando-a perto. Sentir o peso da preocupação se dissipar entre nós era revigorante.

Depois de garantir que tudo estava bem e que a família estava segura e reunida, dei um passo atrás, permitindo-lhes seu espaço. Observar a cena, uma família que se reencontrava após uma provação tão intensa, reforçava o porquê de fazermos o que fazemos. Não era só sobre o controle, o poder ou mesmo a sobrevivência. Era sobre fazer a diferença, sobre proteger aqueles que amamos e garantir que, no final do dia, poderíamos olhar para trás e dizer que fizemos algo bom, algo justo.

E enquanto eu recuava, pronto para deixar a família aproveitar seu momento, sabia que, apesar dos perigos e desafios constantes, aquele tinha sido um bom dia, um dia que faria toda a diferença no mundo de alguém. Aquilo era o que importava. Aquilo era o que me mantinha seguindo em frente.

Lance BandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora