•Capítulo 18•

265 18 4
                                    

Ayume Martins.
2 dias depois.

Lá estávamos nós dois, deitados em um raro momento de tranquilidade, compartilhando carinhos e o calor da nossa proximidade, quando a paz foi abruptamente interrompida por um som que já aprendi a temer: a notificação do celular de Puma. O ar pareceu ficar mais pesado, um presságio de que algo estava para desabar sobre nós. Eu não pude deixar de observar enquanto ele pegava o telefone e desbloqueava a tela, a expressão em seu rosto mudando rapidamente de curiosidade para choque.

— O que foi? — perguntei, meu coração já batendo mais rápido com uma mistura de curiosidade e medo.

Ele hesitou por um momento, como se estivesse considerando as palavras certas para usar, então finalmente me mostrou a tela. Era uma mensagem de um número desconhecido, mas o conteúdo era explosivo o suficiente para fazer meu mundo girar. A ruiva, alguém com quem ele tinha tido um passado antes de nós, afirmava estar grávida de cinco meses, dizendo que o filho era dele. A mensagem era curta, mas cada palavra parecia um golpe, especialmente sabendo que a gravidez havia começado antes de ele estar comigo.

Senti uma pontada de dor no peito, uma mistura de tristeza. Puma olhou para mim, seus olhos cheios de preocupação e arrependimento.

— Eu... Eu não tinha ideia, Ayume. Isso foi antes de nós... eu realmente não sabia. — Sua voz estava tensa, e ele passou a mão pelos cabelos, claramente perturbado com a notícia.

— O que você vai fazer? — Minha voz saiu mais fraca do que eu pretendia, trêmula com as emoções que eu lutava para controlar.

— Eu vou fazer um teste de DNA. Preciso saber se o que ela está dizendo é verdade. — Ele respondeu prontamente, sua decisão já tomada.

— E... e se for verdade? — Minha pergunta pendia no ar entre nós, carregada de medo e incerteza.

— Se for verdade, então eu assumirei minha responsabilidade. Não vou fugir disso. Mas quero que saiba, Ayume, que você é quem eu escolhi estar. Nada vai mudar o que sinto por você. — Ele segurou minha mão, buscando me dar alguma segurança em meio ao caos.

Nós ficamos ali, sentados na cama, segurando as mãos um do outro enquanto a realidade da situação começava a se assentar. As emoções eram complexas e conflitantes. Eu sentia uma mistura de tristeza, raiva, aceitação e medo do que isso significaria para nós. Puma parecia igualmente confuso e preocupado, mas sua determinação em enfrentar a situação e sua reafirmação do compromisso comigo trouxeram algum conforto.

Após a revelação impactante e nossa conversa emocionada, o celular de Puma tocou mais uma vez, quebrando o breve silêncio que havíamos encontrado em nosso abraço. Ele checou a tela rapidamente e seu semblante mudou para um modo mais focado e sério. Era Bruno ligando, com um tom urgente que só é usado quando as coisas estão realmente sérias.

— Puma, precisa vir pro QG agora. Vamos ter uma reunião com todos os homens pra finalizar os planos antes de agirmos. É importante. — A voz de Bruno soava tensa e carregada de pressa.

— Tô indo agora. — Puma respondeu, já se levantando e procurando suas chaves.

Olhei para ele, sentindo uma mistura de ansiedade e preocupação, sabendo que os riscos dessas reuniões eram sempre altos, especialmente com os planos que eles estavam tramando.

— Cuidado, tá? — Eu disse, minha voz revelando mais medo do que eu gostaria.

— Sempre, princesa. Eu volto logo. — Ele deu um beijo rápido na minha testa antes de sair correndo, deixando-me sozinha com meus pensamentos turbulentos.

Assim que ele saiu, peguei meu celular e disquei rapidamente para Bianca, precisando da companhia de alguém que pudesse entender a confusão emocional pela qual eu estava passando.

Lance BandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora