•Capítulo 37•

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Puma.

Meses se passaram desde que a gente descobriu que ia ter uma menina. A gravidez foi uma montanha-russa, cheia de momentos bons e alguns sustos, mas a Ayume sempre foi forte. A barriga dela crescia cada dia mais, e eu acompanhava tudo de perto, sentindo aquele misto de ansiedade e felicidade por saber que, em breve, a nossa pequena estaria nos nossos braços.

Quando chegou o grande dia, a Ayume já estava preparada. A gente tinha arrumado tudo, o quartinho estava perfeito, com todos os detalhes que ela queria, e eu só pensava em como aquela criança ia mudar a nossa vida para sempre. Naquele dia, eu acordei cedo. Ayume estava agitada, andando de um lado para o outro, ajeitando as últimas coisas, e eu já sabia que era hoje. Aquelas dores que ela começou a sentir não eram como as outras vezes. O rosto dela, mesmo tentando disfarçar, mostrava o desconforto.

— Amor, acho que é hoje — ela disse, com a voz meio trêmula, mas com um brilho no olhar.

— Vai dar tudo certo, tô aqui com você — falei, tentando passar a maior calma do mundo, mas meu coração batia a mil por hora.

A gente foi pro hospital, e no caminho, eu segurei a mão dela, sem soltar por um segundo. Ela estava nervosa, mas tinha uma força que eu nunca tinha visto antes. Chegando lá, os médicos prepararam tudo, e logo a Ayume estava na sala de parto. Eu fiquei do lado dela o tempo todo, vendo a mulher que eu amo passar por aquela dor toda para trazer a nossa filha ao mundo. Cada contração parecia mais forte que a outra, e eu só conseguia segurar a mão dela, tentando dar o máximo de apoio.

Depois de alguns minutos, que pareceram uma eternidade, ouvi o primeiro choro da nossa filha. Aquele som mexeu comigo de um jeito que eu nem consigo descrever. As lágrimas escorreram pelo meu rosto, e eu olhei para a Ayume, que estava exausta, mas com um sorriso que iluminava tudo.

— Ela tá aqui, amor. Nossa menina tá aqui — disse eu, com a voz embargada de emoção.

— Ela é linda, Puma... nossa Luna — Ayume respondeu, com a voz fraca, mas cheia de amor.

A enfermeira entregou a Luna nos braços da Ayume, e eu fiquei ali, ao lado delas, admirando aquele momento que eu sabia que nunca ia esquecer. Luna era perfeita, com aquele rostinho redondinho, as bochechas rosadas e os olhinhos fechados, tentando se acostumar com o mundo. A gente ficou ali, curtindo aquele instante de paz, de felicidade plena.

Mas então, algo mudou. Ayume começou a respirar de forma estranha, e eu vi que o rosto dela estava ficando pálido.

— Puma... eu não tô me sentindo bem... — ela disse, com a voz quase sumindo.

O pânico tomou conta de mim na hora. Chamei os médicos imediatamente, e de repente, tudo virou um caos. Os médicos vieram correndo, tiraram Luna dos braços da Ayume e começaram a examinar ela. Eu fui tirado da sala, sem entender o que estava acontecendo. Meu coração estava disparado, e eu fiquei ali, do lado de fora, sem poder fazer nada, só esperando, com o maior medo de perder a mulher que eu amo.

Aqueles minutos que eu passei no corredor foram os piores da minha vida. Eu estava desesperado, pensando em todas as coisas que podiam dar errado. Luna estava nos braços de uma enfermeira, chorando, e eu não sabia o que fazer. Eu queria estar ali, do lado da Ayume, mas ao mesmo tempo, sabia que os médicos estavam fazendo de tudo para cuidar dela.

Depois de um tempo, que parecia infinito, o médico saiu da sala. Ele tinha uma expressão séria, mas ao mesmo tempo, um olhar de quem queria me tranquilizar.

— Puma, sua esposa teve uma queda de pressão severa, mas conseguimos estabilizar ela. Ela vai precisar ficar em observação por algumas horas, mas parece que vai ficar tudo bem — disse ele, com aquela voz que tentava passar calma, mas eu ainda estava tenso.

— Ela vai ficar bem, né? — perguntei, ainda segurando Luna, tentando conter o desespero.

— Estamos fazendo tudo o que podemos. Ela é forte, e é muito importante que você esteja ao lado dela nesse momento — respondeu o médico.

Eu não conseguia relaxar. Mesmo com a notícia de que ela estava melhor, o medo ainda estava lá, me consumindo. Luna, no meu colo, parecia sentir a tensão, mas eu tentava acalmar ela, enquanto meu coração estava em pedaços. Fiquei ali, esperando, torcendo para que a Ayume se recuperasse logo, que tudo isso passasse e a gente pudesse voltar para casa juntos.

Algumas horas depois, os médicos me deixaram entrar para ver a Ayume. Ela estava deitada na cama, pálida, mas acordada, com um sorriso fraco quando me viu entrar. Me aproximei, colocando Luna nos braços dela, e fiquei ali, ao lado das duas, sentindo aquele alívio tomar conta de mim.

— Eu tô bem, amor. Foi só um susto — Ayume disse, tentando me tranquilizar.

— Eu fiquei com tanto medo... — confessei, passando a mão no rosto dela, tentando segurar as lágrimas.

— Mas agora estamos aqui, juntos. Eu, você, e nossa Luna — ela respondeu, olhando para a nossa filha com tanto amor que fez meu coração se aquecer.

Aqueles dias no hospital foram longos, mas Ayume foi se recuperando aos poucos. Eu estava ali o tempo todo, cuidando das duas, garantindo que nada mais ia acontecer. Quando finalmente voltamos para casa, foi como se um peso enorme tivesse sido tirado dos meus ombros. A nossa família estava completa, e eu sabia que, dali em diante, ia fazer de tudo para proteger as minhas meninas.

E assim, a vida seguiu. Luna foi crescendo, cada dia mais linda, e a Ayume foi se recuperando, voltando a ser a mulher forte que eu sempre admirei. A gente sabia que a vida era cheia de desafios, mas juntos, a gente podia enfrentar qualquer coisa. Eu tinha as duas pessoas mais importantes do mundo ao meu lado, e isso era tudo o que eu precisava.

(...)

Lance BandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora