•Capítulo 10•

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Ayume Martins.

Na manhã seguinte, depois de uma noite tumultuada de pensamentos e sentimentos embaralhados, acordei com o suave aroma de café invadindo o quarto. Puma, que aparentemente tinha se levantado mais cedo, trouxe café da manhã na cama para mim. A bandeja estava carregada com uma caneca fumegante de café, algumas torradas, e meu doce preferido, um pequeno pote de geleia de morango.

Dei um sorriso leve ao ver o esforço dele para fazer as pazes, ou pelo menos suavizar o clima pesado que tinha se instalado entre nós.

— Obrigada, Puma, isso foi muito fofo da sua parte. — Agradeci, ainda meio surpresa com o gesto.

Ele retribuiu o sorriso com um aceno de cabeça, parecendo aliviado por eu ter aceitado o gesto de paz.

— Você está melhor hoje? — ele perguntou, sentando-se na beirada da cama, sua expressão carregada de preocupação genuína.

— Estou sim, muito melhor, obrigada. — Respondi, começando a saborear o café, que estava perfeitamente doce como eu gostava.

Puma ficou mais um pouco, apenas conversando sobre coisas leves, tentando não tocar nos assuntos tensos de ontem. Depois de alguns minutos, ele se levantou, dizendo que precisava ir trabalhar.

— Preciso resolver algumas coisas hoje, mas qualquer coisa me liga, tá bom? — ele disse, se inclinando para dar um beijo leve na minha testa antes de sair do quarto.

Assim que ele saiu, respirei fundo, sentindo um misto de alívio e saudade. Decidi tomar um banho para realmente acordar e depois me preparar para estudar. A faculdade não ia esperar que minha vida amorosa se resolvesse, afinal.

Após o banho, vesti uma roupa confortável e me sentei com meus livros. Mas antes que eu pudesse realmente me concentrar nos estudos, meu celular vibrou com uma nova mensagem. Era do Reizinho, aquele que havia trazido um pouco de leveza para o churrasco outro dia.

WhatsApp On

Reizinho: Ei, Ayume! Topa dar um rolê pela favela e almoçar comigo hoje? Preciso de companhia pra almoçar mais tarde.

Eu: Oi, Reizinho! Claro, adoraria! Me tira um pouco da rotina de estudos. Que horas?

Reizinho: Que tal às 12h? Posso te buscar aí, se quiser.

Eu: Perfeito, te vejo então.

WhatsApp Off

Guardar os livros de lado por um dia certamente não iria me matar, e sinceramente, eu precisava de um descanso mental. Reizinho era divertido e tinha uma energia contagiante que eu sabia que ia me fazer bem.

Assim, passei a manhã tentando focar nos estudos, mas a verdade era que a perspectiva de passar o dia com Reizinho tornava tudo mais leve. Estava ansiosa pelo nosso encontro, curiosa sobre o que ele queria explorar e feliz por ter algo para me distrair das complicações emocionais que pareciam me seguir ultimamente. Era uma chance de respirar ar fresco, literal e metaforicamente.

Depois de escolher uma roupa casual, mas legal, uma camiseta simples e jeans, finalizei com um tênis confortável e uma jaqueta jeans por cima, afinal o clima estava meio indeciso hoje. O som da buzina da moto do Reizinho, ecoou lá fora. Desci as escadas correndo e lá estava ele, na sua GT BMW, que realmente chamava atenção, brilhando sob o sol.

— Nossa, que moto linda! — exclamei, genuinamente impressionada enquanto colocava o capacete que ele me ofereceu.

— Vamos fazer ela brilhar mais ainda pela favela. Pronta para o almoço? — Ele disse com um sorriso.

Lance BandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora