•Capítulo 20•

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Puma🐺

Acordei cedo no dia seguinte, interrompido pelo som estridente da notificação do meu celular. Era uma chamada do Bruno. O som cortava o silêncio do quarto como uma lâmina afiada, me trazendo de volta à realidade com uma urgência que eu não esperava tão cedo. Com um suspiro, peguei o telefone.

— Fala, Bruno. — Minha voz ainda carregava o peso do sono.

— Puma, preciso que você venha para Heliópolis. Temos uma situação aqui, uma reunião sobre uma nova missão. — A voz de Bruno era séria, direta, o tipo de tom que ele usava quando as coisas estavam prestes a ficar complicadas.

— Tô a caminho. — Respondi prontamente, desligando e me levantando da cama com uma energia renovada pela adrenalina que começava a circular.

Não demorei para me arrumar. Escolhi roupas simples, mas funcionais, adequadas para o que quer que estivesse por vir. A viagem até Heliópolis foi rápida, meus pensamentos girando em torno do que Bruno poderia ter para discutir. Ao chegar, percebi a tensão no ar, um grupo de caras já reunidos, todos com expressões carregadas pela seriedade da convocação.

— O que tá pegando, Bruno? — Perguntei assim que cheguei, cumprimentando os outros com acenos breves.

— Temos uma proposta de missão. Mas é delicada, e queríamos te consultar antes de qualquer coisa. — Bruno começou, me guiando até uma sala nos fundos onde um mapa já estava estendido sobre a mesa, marcado com vários pontos e notas.

Os detalhes da missão foram desenrolados diante de mim. Era uma operação complexa, envolvendo uma série de movimentos coordenados e um nível de risco consideravelmente alto. O que realmente me pegou de surpresa foi a equipe proposta; não era a minha equipe usual, a que confiava cegamente, mas um novo grupo, escolhido por outros critérios que não os meus.

— Bruno, essa equipe... não é a minha equipe. Você sabe que eu só opero com meus caras, aqueles em quem confio pra cobrir minha retaguarda. — Declarei, meu desconforto com a situação crescendo à medida que revisava os planos.

— Eu sei, Puma, mas essa é a direção que os chefes querem tomar desta vez. Eles estão tentando integrar novos membros, dar experiência em campo com missões mais pesadas. — Bruno explicou, tentando mediar a situação.

— Não, Bruno. Se não é com minha equipe, eu não lidero. Não posso garantir sucesso se não posso garantir confiança. Vocês sabem como trabalho. — Minha resposta foi firme, cortante. Era uma linha que eu não cruzaria, não importa a pressão.

A discussão que se seguiu foi tensa. Argumentos foram trocados, alguns tentando me convencer a reconsiderar, mas eu permaneci inabalável. A confiança era a pedra angular do meu método, e sem ela, eu sabia que as chances de algo dar errado eram exponencialmente maiores.

— Tudo bem, Puma. Vamos repensar a abordagem então. — Bruno finalmente cedeu após ver que não haveria mudança na minha decisão.

Deixei a reunião com uma mistura de frustração e alívio. Frustração pelo conflito, mas alívio por ter mantido meus princípios.

Assim que deixei a tensão da reunião em Heliópolis para trás, o celular vibrou no bolso. Era uma notificação de Ayume, um pedido simples, mas carregado de um peso que senti imediatamente: "Precisamos conversar. Vem aqui em casa." A frieza das palavras na tela não deixava pistas do que me esperava, mas cada nervo do meu corpo estava alerta.

Dirigi até a casa dela, o tráfego da cidade mal registrando em minha consciência enquanto eu tentava preparar-me para o que quer que Ayume quisesse discutir. Chegando lá, o ambiente estava silencioso, quase sombrio, como se a casa inteira refletisse o estado de espírito da mensagem.

Lance BandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora