•Capítulo 32•

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Estávamos na delegacia no Rio de Janeiro, a atmosfera era opressiva e o ar parecia pesado. Passei a mão levemente na minha barriga, sentindo uma tristeza profunda. Precisava fazer o exame de sangue para confirmar a gravidez, mas com tudo acontecendo, isso parecia uma tarefa impossível.

Bianca, sempre prática, percebeu meu estado e rapidamente pediu um carro de aplicativo. Nosso destino era o Complexo da Maré. Precisávamos falar com o Pantera sobre a situação do Puma. O caminho parecia interminável, cada semáforo vermelho, cada minuto parado no trânsito aumentava minha angústia.

— Vamos ficar bem, Ayume. Precisamos manter a calma — disse Bianca, segurando minha mão com firmeza.

Assenti, mas as palavras não saíam. O caminho até o Complexo da Maré era familiar, mas dessa vez, parecia que eu estava entrando em um território desconhecido e hostil.

Chegamos ao complexo e fomos diretamente ao ponto de encontro onde sabíamos que poderíamos encontrar o Pantera. Ele sempre me tratou como uma filha, e sua presença era reconfortante em meio ao caos. Quando nos viu, ele se aproximou com um ar de seriedade.

— O que aconteceu? — perguntou ele, direto, sem rodeios.

— Pantera, o Puma foi preso. Fomos cercados pela polícia. Eles estavam esperando por nós. Precisamos de sua ajuda — expliquei, tentando manter a voz firme.

Pantera olhou para nós, ponderando. Seus olhos demonstravam preocupação, mas também uma calculada frieza.

— Isso complica as coisas. Ele sabia dos riscos. Mas, o que vocês querem que eu faça?

— Precisamos saber o que podemos fazer para ajudá-lo. Ele não pode ficar preso. Vai ser o fim dele — disse Bianca, tentando manter a calma.

Pantera suspirou, olhando para o horizonte. Ele parecia medir suas palavras com cuidado.

— A situação é delicada. A polícia está com tudo contra ele. Qualquer movimento em falso pode piorar as coisas. Precisamos pensar em uma estratégia, mas não será fácil.

Aquela sensação de impotência começou a tomar conta de mim novamente. O que poderíamos fazer contra um sistema tão poderoso e implacável? Bianca percebeu meu desespero e interveio.

— Pantera, sei que é arriscado, mas precisamos de algum plano. Não podemos simplesmente abandonar ele.

Ele nos observou por um momento antes de falar.

— Vou ver o que posso fazer. Preciso de tempo para pensar e mobilizar algumas pessoas. Mas vocês precisam ser cuidadosas. A polícia pode estar de olho em vocês também.

Assenti, sentindo um pequeno alívio por termos algum tipo de apoio. Mas sabia que a estrada à frente seria longa e árdua.

Nesse momento, Trent, o braço direito do Puma, chegou. Ele tinha um semblante sério, claramente afetado pela notícia da prisão de Puma. Sem olhar na minha direção, ele se dirigiu diretamente ao Pantera.

— Precisamos marcar uma reunião com a equipe dele e a nossa. Temos que tirá-lo de lá o mais rápido possível — disse Trent, sua voz firme e decidida.

— Concordo. Vamos organizar isso imediatamente — respondeu Pantera, assentindo.

Trent deu um rápido aceno com a cabeça e saiu sem dizer mais nada. Eu me senti ignorada, mas sabia que ele estava focado na missão.

Bianca me puxou levemente pelo braço.

— Vamos, Ayume. Você ainda precisa fazer aquele exame.

Saímos do Complexo da Maré e pegamos um carro de aplicativo para a Barra da Tijuca, onde eu faria o exame de sangue. O trajeto foi silencioso, cada uma de nós perdida em seus próprios pensamentos. Chegamos ao laboratório e fiz o exame. A espera pelos resultados parecia uma eternidade.

Lance BandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora