•Capítulo 16•

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Ayume Martins.

Na manhã seguinte, me encontrei mais uma vez no meio de uma reunião crucial, mas desta vez com um papel ativo no plano que estava sendo desenvolvido para ajudar meu pai. Diferente dos outros na sala, eu tinha a vantagem de não possuir antecedentes criminais, uma "ficha limpa", o que me tornava a candidata ideal para visitar meu pai sem levantar suspeitas. Minha mãe, por outro lado, estava sendo procurada pela polícia e não poderia se arriscar.

O ambiente estava carregado de tensão e expectativa. Os melhores homens da facção estavam reunidos: Jefinho, Fumaça, Bruno, Breno, Astro, Puma e outros caras que compunham a nata do planejamento estratégico. Todos sabiam que o tempo era um luxo que não tínhamos.

Puma, que assumiu a liderança da reunião, começou a delinear o plano, sua voz firme ecoando na sala silenciosa.

— Ok, pessoal, precisamos ser rápidos e precisos. Ayume vai visitar o pai dela. Ele ainda está detido localmente, esperando a decisão da juíza, que, felizmente, está do nosso lado e está atrasando a transferência para o presídio federal.

Bruno interveio, passando algumas folhas de papel com notas e observações.

— Ayume, sua visita não será apenas emocional. Você precisa passar informações codificadas para ele. Ele precisa saber os passos que estamos planejando aqui fora.

Eu acenei, sentindo o peso da responsabilidade. Jefinho, especialista em comunicações codificadas, continuou.

— Vamos usar um sistema de codificação simples. Cada palavra que você usar terá um significado específico. Por exemplo, se você mencionar 'saudade', isso vai significar que ele deve estar pronto para uma possível movimentação nossa em até 48 horas.

— Se falar sobre 'tempo', isso indicará que ele precisa agir de acordo com o plano de segurança que já discutimos com ele. — Fumaça adicionou, ajustando seus óculos enquanto verificava suas anotações.

Eu absorvia tudo, anotando mentalmente cada código e seu significado correspondente. Breno então mencionou a logística da visita.

— Astro e eu vamos te acompanhar até a entrada do centro de detenção, mas de lá, você entrará sozinha. Manteremos uma vigilância discreta do lado de fora, qualquer coisa estranha e nós interviremos.

Puma colocou sua mão sobre a minha, dando-me um olhar de encorajamento.

— Amor, sei que é muita pressão, mas você é a única que pode fazer isso agora. Confiamos em você.

Eu respirei fundo, sentindo a seriedade do momento, mas também a confiança que todos depositavam em mim.

— Eu não vou decepcionar vocês, nem ao papai. — Prometi, minha voz firme apesar do nervosismo que sentia.

A reunião prosseguiu com mais detalhes técnicos e verificações de segurança. Cada membro tinha um papel essencial, e a coordenação precisava ser perfeita. Quando todos os pontos foram revisados e o plano de ação definido, a reunião foi encerrada com um sentimento coletivo de determinação.

O plano estava delineado, mas os detalhes ainda precisavam ser afinados para garantir que tudo corresse sem falhas. Puma, após a reunião formal, puxou-me de lado para revisar pessoalmente cada aspecto da minha participação.

— Escute, Ayume, quando você entrar na prisão, cada movimento seu será observado, não apenas pelos guardas, mas possivelmente por outras entidades interessadas em seu pai. — Puma explicou, seu tom sério destacando a gravidade da situação.

— Entendi, vou manter a calma e seguir o plano à risca. — Respondi, tentando esconder minha ansiedade.

— Boa, agora, além das palavras codificadas, você também vai levar uma carta para ele. — Puma continuou. — Essa carta terá duas camadas. A primeira será uma mensagem normal, falando sobre a família, como todos sentem falta dele, essas coisas. Mas sob essa camada, terá uma mensagem escrita com tinta invisível, que só pode ser revelada sob luz ultravioleta.

Lance BandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora