•Capítulo 40•

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Puma.

A tensão na sala subiu quando começaram a falar de uma organização criminosa que surgiu do nada, tipo um fantasma que ninguém consegue rastrear.

O Tião, um dos caras mais antigos e respeitados, foi o primeiro a abrir a boca. Ele tava encostado na parede, cigarro na mão, olhando pra gente com aquele olhar de quem já viu de tudo.

— Vocês ouviram falar dessa nova organização, né? — Ele começou, soltando a fumaça devagar. — Os caras tão dominando geral, mas o mais sinistro é que ninguém sabe como eles operam.

O Beto, que tava mexendo no celular, levantou a cabeça, curioso.

— Como assim, ninguém sabe? — Ele perguntou, meio descrente. — Sempre tem um boato, uma pista... qualquer coisa.

O Tião balançou a cabeça, como se estivesse falando com um moleque que ainda tinha muito a aprender.

— Não dessa vez, Betão. Esses caras tão fazendo diferente. — Ele deu uma tragada profunda no cigarro. — Eles se aliaram com cartéis de droga da Colômbia, com a máfia russa, italiana, chinesa, o caralho a quatro. Tão montando um império, só que nas sombras.

Eu ouvia tudo atentamente, sem falar nada. Já vi muita coisa nesse jogo, mas isso... isso era algo novo. O Joca, outro cara da roda, parecia tão intrigado quanto eu.

— E ninguém sabe de onde esses filhos da puta vieram? — Ele perguntou, batendo o dedo nervosamente na mesa. — Nenhum contato, nenhum nome?

— Ninguém sabe porra nenhuma, Joca. — Respondeu o Tião, apagando o cigarro e se inclinando pra frente. — Tão falando que os caras têm tanto dinheiro que podem comprar qualquer um, até polícia de alto escalão. Tem gente dizendo que eles tão entrando nas grandes empresas, nos bancos. Não é só mais sobre tráfico, é sobre poder.

— Tão jogando num nível diferente. — Acrescentei, finalmente entrando na conversa. — Se for verdade, esses caras não tão interessados só na grana, mas em controle total.

O Zé, que tava calado até agora, resolveu falar. Ele é um cara que só abre a boca quando tem certeza do que vai dizer.

— Eu ouvi de um contato meu que eles tão recrutando pesado, mas de um jeito que ninguém percebe. — Ele olhou em volta, como se conferisse se alguém tava escutando. — Dizem que tão pegando gente da alta, CEOs, advogados, políticos... Gente que nunca ia se envolver com o crime, mas que agora faz parte desse jogo sem nem perceber.

A sala ficou em silêncio por um momento, cada um pensando nas implicações. Eu sabia que a gente tava lidando com algo muito maior do que o comum. Esses caras não eram só uma ameaça, eram um perigo real, de uma maneira que a gente nunca tinha visto antes.

— E o que a gente faz? — O Beto perguntou, quebrando o silêncio. — Se eles são tão fodas assim, qual é a jogada?

Tião deu um sorriso frio, sem humor.

— Primeiro, a gente precisa entender como esses putos operam. — Ele disse, a voz baixa e cheia de determinação. — Precisamos descobrir quem tá por trás, quais são os interesses. E, acima de tudo, a gente precisa decidir se vamos entrar nessa guerra ou ficar na nossa.

Eu me inclinei na cadeira, cruzando os braços e observando os rostos ao redor da mesa. Sabia que essa decisão não seria fácil, mas também sabia que não podíamos ignorar essa nova ameaça.

— Se vamos pra guerra, precisamos de informações, precisamos de aliados. — Eu disse, pensando em como lidar com uma organização que ninguém conseguia rastrear. — E se vamos bater de frente com esses caras, temos que fazer isso do jeito certo. Um movimento errado e pode ser o nosso fim.

Lance BandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora