Capítulo LI

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S/n

O ar corre para meus pulmões famintos por oxigênio, e eu balanço meu punho cegamente, visando aquele rosto presunçoso. Ele o intercepta com facilidade, dedos brutais pegando meu pulso e prendendo-o no chão enquanto ele enfia o cano da arma embaixo do meu queixo.

— Mova-se de novo, e eu estouro a porra da sua cabeça — ele rosna, e eu acredito nele.

Vejo minha morte em seus olhos escuros e neutros.

— Que porra é essa, Arnold?

Uma segunda voz exclama, e outro homem aparece acima de nós. Também segurando uma arma, ele parece ser uma dúzia de anos mais velho do que meu captor, com cabelo grisalho e ralo e pele avermelhada pelo esforço da corrida. Respirando pesadamente, ele ordena:

— Coloque uma bala nela e pronto.

— Ainda não — murmura Arnold, os olhos grudados na minha boca. — Ela é linda. Você já percebeu isso?

— Não é assim que fazemos as coisas. – A voz do outro homem fica rouca.

— Quem dá a mínima? Ela é carne morta, de qualquer maneira. Quem se importa se saborearmos antes de enterrá-la?

Meu estômago revira com uma nova onda de náusea, e apenas o ferro frio preso sob meu queixo me impede de arrancar os olhos do idiota quando ele solta meu pulso e pressiona um polegar grosso e sujo em meus lábios firmemente fechados.

— Apenas termine a porra do trabalho já.

O tom do homem mais velho é mais cortante, mais impaciente e, por um momento, estou meio com medo, meio esperançosa de que Arnold irá obedecer. Mas ele apenas se inclina e arrasta uma língua úmida e com cheiro de carne seca pela minha bochecha, como um cachorro – e quando um grito involuntário de nojo escapa da minha garganta, ele enfia o polegar na minha boca, empurrando-o tanto que eu engasgo.

— Isso é bom, vadia — ele sussurra, os olhos brilhando com luxúria e excitação selvagem. — Isso é real...

Um estalo agudo quebra o silêncio e ele puxa a mão de volta. Um milissegundo depois, ele está de pé acima de mim, a arma subindo enquanto ele gira rápido como um relâmpago, mas ainda não rápido o suficiente.

A segunda bala o acerta contra a árvore atrás de mim, e enquanto me rastejo para trás em minhas mãos e bunda, vejo o homem mais velho já no chão, a boca frouxa e o crânio aberto, o cérebro espirrando como queijo cottage mofado.

Devil's lair (A Obsessão Kim) - Imagine Kim TaehyungOnde histórias criam vida. Descubra agora