Capítulo LIV

257 30 10
                                    

S/n

Estou de volta. De volta ao covil do diabo.

O pensamento circula pela minha mente atordoada pela dor enquanto o carro para na frente da mansão ultramoderna de Taehyung na montanha. Um homem e duas mulheres em uniforme de hospital, presumivelmente a equipe médica que Taehyung mencionou, estão esperando por nós na entrada com uma maca. Atrás deles está Jennie, irmã de Taehyung, seu lindo rosto pálido e preocupado.

Registro tudo isso apenas de passagem. Todos os meus sentidos são consumidos pelo homem me segurando possessivamente em seu colo.

Kim Taehyung Molotov.

O próprio diabo.

Seus braços poderosos estão em torno de mim, me protegendo contra seu grande corpo, e mesmo que eu tenha acabado de vê-lo matar dois homens, não posso deixar de sentir conforto com seu toque, seu calor, seu perfume familiar de cedro e bergamota. Seu gosto permanece na minha língua, meus lábios latejando com seu beijo, e por mais que eu queira negar, o medo não é a única emoção apertando a boca do meu estômago com o pensamento de ele me manter aqui contra a minha vontade.

— Só mais alguns segundos, zaychik.

Ele murmura, alisando meu cabelo para trás, e um arrepio percorre meu corpo quando meus olhos encontram seu olhar brilhante de tigre.

Eu posso ver o monstro por baixo de sua bela fachada. Agora está claro como o dia.

Pavel salta do carro primeiro, abrindo a porta para nós, e uma onda de tontura me atinge quando Taehyung sai, me segurando apertada contra seu peito. Embora ele seja cuidadoso, o movimento envia uma pontada de dor nauseante pelo meu braço, e os picos das montanhas distantes giram em um círculo nauseante na minha visão enquanto ele gentilmente me coloca na maca.

Fechando os olhos com força, concentro-me em respirar e não desmaiar enquanto sou levada para dentro da casa, com Taehyung bradando ordens para a equipe médica enquanto fala em russo para Jennie e Lyudmila. Presumo que ele esteja explicando o que aconteceu, mas estou com muita dor para me importar, de qualquer maneira.

Nunca levei um tiro antes e não é divertido.

Quando abro os olhos em seguida, estou no meu quarto, com o médico e sua equipe sobre minha maca. Em segundos, um intravenoso é preso ao meu braço esquerdo e estou conectada a vários monitores. Não tenho ideia de onde veio todo esse equipamento médico, mas meu quarto parece ter sido transformado em um quarto de hospital.

O médico, já de uniforme e máscara cirúrgica, pergunta se sou alérgica a látex ou a qualquer medicamento enquanto calça um par de luvas.

— Não.

Resmungo, e uma das enfermeiras coloca um saco com líquido no topo do suporte de soro. Imediatamente, uma agradável moleza se espalha por mim, fazendo minhas pálpebras pesarem.

A última coisa que vejo antes que o mundo desapareça é Taehyung parado no canto do quarto, seus olhos dourados focados em mim com intensidade feroz. Ainda há uma mancha escura em sua bochecha, sangue do homem que ele torturou para obter respostas, mas com o doce alívio da anestesia se espalhando por minhas veias, não posso evitar o sorriso fraco que curva meus lábios.

Vou mantê-la segura, disse ele, e enquanto a escuridão me reclama, eu acredito nele.

Ele vai me manter a salvo de todos, exceto dele mesmo.

Devil's lair (A Obsessão Kim) - Imagine Kim TaehyungOnde histórias criam vida. Descubra agora