Capítulo IX

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S/n

Segurando a mão de Tae, eu me aproximo da sala de jantar, meus joelhos tremem tanto que se batem. Não sei por que estou tão nervosa, mas estou. Só de pensar em ver Taehyung novamente me faz sentir como se um texugo raivoso tivesse se instalado em meu estômago.

É a questão da máfia, digo a mim mesma. Agora que a ideia me ocorreu, não consigo tirá-la da minha mente, não importa o quanto eu tente. É por isso que minha respiração acelera e minhas palmas ficam úmidas cada vez que imagino a curva cínica dos lábios de meu patrão. Porque ele pode ser um criminoso. Porque eu sinto uma borda sombria e implacável nele. Não tem nada a ver com sua aparência e o calor que flui em minhas veias sempre que seu intenso olhar verde-ouro pousa em mim.

Não pode ter nada a ver com isso porque ele é casado, e eu nunca roubaria o marido de outra mulher, especialmente quando uma criança está envolvida.

Ainda assim, não posso deixar de me perguntar há quanto tempo Taehyung e sua esposa estão juntos... se ele a ama. Até agora, eu só os vi juntos brevemente, então, é impossível dizer – embora eu tenha sentido uma certa falta de intimidade entre eles. Mas tenho certeza de que foi apenas uma ilusão da minha parte. Por que meu patrão não amaria sua esposa? Jennie é tão linda quanto ele, tanto que quase se parecem. Não admira que Tae seja uma criança tão bonita; com pais assim, ele ganhou na loteria genética.

Eu olho para o menino em questão, e ele olha para mim, seus olhos enormes assustadoramente como os de seu pai. Sua expressão é solene, a exuberância que exibia quando brincávamos juntos desapareceu. Como eu, ele parece ansioso com a nossa refeição que está por vir, então, eu lhe dou um sorriso tranquilizador.

— Jantar — digo, acenando com a cabeça em direção à mesa que estamos nos aproximando. — Estamos prestes a jantar.

Ele pisca para mim, sem dizer nada, mas eu sei que ele está arquivando a palavra, junto com tudo o mais que eu disse a ele hoje. Crianças pequenas são como esponjas, absorvendo tudo o que os adultos dizem e fazem, seus cérebros formando conexões em uma velocidade estonteante. Quando eu estava no colégio, fui babá para um casal chinês. A filha de cinco anos não falava inglês quando a conheci, mas depois de algumas semanas no jardim de infância e uma dúzia de noites comigo, ela estava quase fluente. O mesmo acontecerá com Tae, não tenho dúvidas.

Já no final desta tarde, ele estava repetindo algumas palavras depois de mim.

Ninguém está na sala de jantar ainda, embora Pavel rudemente me disse para estar aqui às seis quando ele trouxe a bandeja de frutas e queijo para o quarto de Tae. No entanto, a mesa já está posta com todos os tipos de saladas e petiscos, e minha boca saliva com as delícias que nos esperam. Apesar de o lanche da tarde ter saciado o pior da minha fome torturante, ainda estou morrendo de fome, e preciso de toda a minha força de vontade para não cair vorazmente nas travessas artisticamente dispostas de sanduíches de caviar aberto, peixe defumado, vegetais assados e saladas de folhas verdes. Em vez disso, ajudo Tae a subir em uma cadeira com assento infantil e, em seguida, começo a apontar os nomes dos diferentes alimentos em inglês.

— Chamamos esse prato de salada, e a coisa verde dentro dele é a alface — estou dizendo, quando o clic-clac de saltos altos anuncia a chegada de Jennie. Eu olho para ela com um sorriso.

— Olá. Tae e eu estávamos apenas...

— Por que ele não se trocou? — Suas sobrancelhas escuras se franzem quando ela percebe a aparência da criança. — Ele sabe que nos trocamos para o jantar.

— Oh, eu... — Eu pisco.

Ela interrompe com uma torrente de russo rápido, e vejo os ombros do menino se contraírem enquanto ele se afunda em sua cadeira, como se quisesse desaparecer. Aparentemente percebendo que está aborrecendo seu filho, Jennie suaviza seu tom e, eventualmente, consegue o que soa como um embaraçado pedido de desculpas da criança.

Devil's lair (A Obsessão Kim) - Imagine Kim TaehyungOnde histórias criam vida. Descubra agora