ㅡ O que foi aquilo? ㅡ Bela perguntou assim que me sentei na mesa com elas, de frente para minha bandeja que já estava lá.
ㅡ O que?
ㅡ Você foi lá na mesa dos jogadores e tirou o James do lado da Aila. ㅡ Flora disse num tom de choque.
ㅡ A Aila ficou encarando a porta do refeitório até vocês voltarem. Acho que ela já te odeia. ㅡ Olhei na direção da mesa deles e percebi que Aila estava olhando pra mim. Quando percebeu que eu a notei, ela olhou para James e riu de algo que ele estava falando.
ㅡ Eles são namorados? ㅡ Se sim, eu acabei de ser uma baita de uma inconveniente. Quem vai até um cara com a namorada ao lado e pede pra falar com ele em particular? De repente me senti a garota mais ridícula do mundo.
Na hora nem pensei nisso. Eu estava tão focada na ideia de poder continuar a tradição com meus pais em meus jogos que não pensei em nada disso.
ㅡ Não. ㅡ Maria respondeu.
ㅡ Mas a gente acha que eles estão ficando. A Aila vive andando com ele. ㅡ Bela explicou mordendo a sua maçã.
ㅡ A Aila vive andando atrás dele. ㅡ Maria corrigiu. ㅡ Não vi o James fazendo força pra andar com ela ainda.
Elas focaram a atenção em sua comida e eu continuei com a incógnita na cabeça.
ㅡ Mas, não era ela que ele esperava beijar na biblioteca? ㅡ Flora e Bela me encararam confusas e eu que enfiar a minha maçã na minha goela. O que estava acontecendo comigo? O colégio me deixa burra? Ou é os Estados Unidos?
ㅡ Como assim? ㅡ Flora perguntou já esperando a fofoca.
ㅡ Olha só, não espalhem pra ninguém, a Elena não precisa de uma fama ruim na primeira semana de aula. ㅡ Maria se ajeitou no banco para explicar. ㅡ Resumidamente, o James beijou a Elena na biblioteca ontem pensando que era a Aila, porque o cabelo delas é exatamente igual.
ㅡ Ele te beijou? ㅡ As duas perguntaram juntas com o queixo caído.
ㅡ Ele pensou que eu fosse a Aila. Não conta como um beijo de verdade. ㅡ Nem eu acreditava nisso.
ㅡ Conta, sim. Como foi?
ㅡ Rápido e esquisito. Eu me assustei e empurrei ele. ㅡ Simplifiquei. ㅡ Mas, não contem pra ninguém, por favor.
ㅡ Não vamos contar. ㅡ As duas ergueram as palmas de suas mãos direitas abertas.
Nós continuamos almoçando até o intervalo terminar. Quando voltei ao armário para ver qual seria minha próxima aula, quis sentar no chão do corredor e chorar.
Educação física? Sério?
Eu e minha maldita boca grande. Agora quem vai ficar correndo lá fora no sol em volta da quadra por que ainda não está em nenhum time? Pois é, eu. Pelo menos era assim que funcionava na minha antiga escola. A educação física era separada. Os alunos que jogavam basquete iam pra quadra fechada jogar basquete. As animadoras treinavam e os caras do futebol jogavam futebol. Não tinha um time de futebol feminino lá e eu não nasci pra ser animadora, porque sou toda dura e não sei dar saltos ou nada parecido. Tinha um time de basquete feminino, então essa foi minha única alternativa.
E os alunos que não estavam em time algum, corriam e faziam exercícios. O basquete foi minha única alternativa porque me recuso fortemente a correr.
Peguei a roupa no meu armário depois de desistir da ideia de sentar no chão e chorar e fui na direção do vestiário. Eu tinha uma calça legging, uma de moletom e um short, desses estilos de correr mesmo, porque foi o que a escola pediu que comprassemos para as aulas de educação física, para dias frios e quentes. Eu ia correr no sol, então peguei o short.
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Coração em Jogo
RomancePuerto Vallarta, México, era o seu lar desde criança. Elena Flores tinha uma vida simples, morando com seus pais, indo a escola e fazendo parte do time de basquete. Porém, tudo muda quando sua família ganha na loteria e decidi se mudar para Los Ange...