A música, extremamente grande, devo dizer, terminou e eu desci até o andar debaixo. Mal percebi que dei uma ajeitadinha no cabelo e na roupa logo antes de abrir a porta e encontrar James com o buquê em mãos.
ㅡ Essa foi a coisa mais brega que já fizeram pra mim. ㅡ Foi a primeira coisa que eu disse, com um sorriso completamente bobo no rosto.
Estava começando a perceber que praticamente todos os sorrisos que James arrancava de mim... Eram bobos.
ㅡ Eu tenho duas coisas pra te dizer e espero que nenhuma delas te chateie. ㅡ Ele me entregou as flores e o sorriso em meus lábios deram lugar a uma expressão desconfiada.
ㅡ Não me diz que você é do tipo que faz merda e depois vem me dar flores? ㅡ Deixei o peso do corpo em um pé e pendi a cabeça para o lado.
ㅡ O que? Não, eu não fiz nenhuma merda. ㅡ James encolheu-se dentro do moletom e só aí percebi que eu estava deixando todos eles congelando com a ventania que estava lá fora.
ㅡ Entra. Manda eles entrarem. ㅡ Dei espaço, voltando até a sala, onde Ambar, a única empregada que minha mãe deixou enquanto estivesse fora, veio até mim e pegou o buquê.
James entrou e logo atrás dele entraram os homens da banda, todos tiraram os sombreros e os sapatos logo antes de passar pela porta.
ㅡ Quer que eu sirva um café? ㅡ Âmbar perguntou e eu concordei com a cabeça.
Passei a mão na testa observando os homens se sentarem no sofá e James me olhar com aquela expressão preocupada. Na minha cabeça, eu já estava tentando imaginar qual merda ele tinha feito.
Âmbar trouxe uma bandeja com café e biscoitos e serviu aos homens. Eu agradeci, pedi que ficassem a vontade e puxei James na direção da cozinha.
ㅡ Desembucha. ㅡ Soltei seu braço e fui até a porta aberta, que dava visão para o quintal, a quadra de basquete e a piscina.
Também dava para ver um pouco da cidade, assim como a praia e pier.
ㅡ Meu Deus, isso parece tanto GTA. ㅡ Falei quando a ficha caiu pela primeira vez de que era muito parecido.
ㅡ Como é que é? ㅡ James perguntou e eu percebi que tinha falado em voz alta.
ㅡ Nada. Eu... To pensando em bobagens. Agora fala. ㅡ Cruzei os braços e me virei para ele.
ㅡ Ta. Lembra da aposta que fiz com meus amigos? A que eu tinha que ficar com a Aila ou fazer uma outra coisa que eu não queria fazer? ㅡ Só de ouvir aquelas palavras, meu coração bateu no ritmo errado.
ㅡ Sei, o que tem? ㅡ Continuei fingindo plenitude por fora.
ㅡ A coisa que eu não queria fazer era... Uma serenata. ㅡ Continuei parada olhando para a cara dele.
ㅡ Espera aí... ㅡ Esfreguei os olhos. ㅡ O que? ㅡ Voltei a olha-lo.
ㅡ Ou eu ficava com a Aila ou faria a serenata para alguém. Você ainda não tinha aparecido e fazer serenata para alguém é algo brega, como você mesmo disse. ㅡ James colocou as mãos nos bolsos.
ㅡ Era isso? ㅡ Por um momento quis bater nele por ter me feito teorizar tantas loucuras na cabeça.
ㅡ Era. ㅡ Ele deu com os ombros.
ㅡ James! ㅡ Lhe dei um tapa no braço, que o assustou. ㅡ Eu pensei que você tinha feito alguma merda, por que fez esse suspense todo? E por que pensou que eu ficaria chateada?
ㅡ Porque você pareceu gostar. ㅡ Ele explicou. ㅡ Eu, sinceramente, pensei que você jogaria uma bola de basquete na gente, mas você gostou e eu fiquei com medo de você ficar chateada quando descobrisse que era por uma aposta. Mas, mesmo que tenha sido, acho que foi um dos atos mais sinceros que já fiz por alguém.
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Coração em Jogo
RomancePuerto Vallarta, México, era o seu lar desde criança. Elena Flores tinha uma vida simples, morando com seus pais, indo a escola e fazendo parte do time de basquete. Porém, tudo muda quando sua família ganha na loteria e decidi se mudar para Los Ange...