A BABÁ.

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A BABÁ.

POV MARÍLIA.

Confesso que quando aceitei essa entrevista de emprego não imaginava que seria em uma casa tão grande e luxuosa. Quando pisei os pés dentro da casa meus olhos curiosos percorreram todo o ambiente que apesar de chique me parece bem triste e sem vida. Não demorou muito pra Paulinha a governanta que também é amiga da minha mãe que me convenceu a vir até aqui tentar a chance de conseguir esse emprego me levasse até o escritório do seu chefe. Ela bateu na porta e ele pediu que entrássemos, sua voz era grave e impaciente indicando que o dono da voz não era muito bem humorado.

Quando coloquei meus pés dentro do escritório e meus olhos se encontraram com um barbudo de cara fechada e expressões nada gentis meu corpo todo estremeceu e um arrepio subiu percorrendo todo o meu corpo. Seu olhar sobre mim não era um olhar gentil, na verdade não conseguia decifrar o que estava por trás já que uma sobra pairava sobre seus olhos.

Pisquei algumas vezes e sai do meu transe quando o ouvi pedindo pra Paulinha sair. Permaneci travada no mesmo lugar esperando que ele falasse. Ele deu a volta na sua mesa e se aproximou de mim ficando numa distância agradável mais que mesmo assim por algum motivo me tirava o ar. Talvez fosse pela sua aurea ou simplesmente pelo nervosismo já que nunca durante esses 20 anos da minha vida fiquei tão próxima de um homem, ainda mais sozinha em um cômodo fechado.

Henrique: tá assustada? ( Falei um pouco impaciente) Não quero garotas trabalhando pra mim ( a observei bem ) quantos anos tem?

Marília: vinte ( falei tentando não deixar a voz trêmula).

Henrique: é uma garota ( bufei passando a mão nos cabelos) acha que dá conta de três crianças com essa idade.

Marília: sim senhor ( falei mesmo que tudo dentro de mim pedisse pra que eu fugisse dali correndo).

Henrique: vou fazer um período de experiência com você ( ela permaneceu calada) tem dificuldade em falar?

Marília: não senhor.

Henrique: então me responda quando eu falar ( ela acentiu com a cabeça) são três crianças uma menina e dois meninos, Helena tem 10 anos é a mais velha, Léo tem 8 anos o meu filho do meio e tem o Miguel de cinco anos, você vai precisar ficar aqui em tempo integral o que significa que terá que dormir aqui todos os dias menos nós sábados que será o dia da sua folga ( parei olhando pra ela que prestava atenção) normalmente trabalho de casa mais não pode me incomodar estou te contratando pra cuidar deles o que significa que não vou te ensinar nada pois esse vai ser o seu trabalho. Acha que dá conta?

Marília: sim ( falei ainda assimilando tudo).

Henrique: seu salário de experiência será de 15 mil, após os três primeiros meses ajustamos o que significa que você vai ter que fazer todas as atividades com os meus filhos cuidando da agenda deles e garantindo que eles façam tudo que precisam fazer ( respirei fundo) se pensar pelo menos por um segundo em machucar ou cuidar mau dos meus filhos eu corto sua garganta.

Marília: s-sim senhor ( falei quase sem conseguir).

Henrique: vou te apresentar às crianças amanhã cedo então use o dia de hoje pra resolver todas as coisas e arrumar seu novo quarto que a Paula vai te mostrar ( ela permanecia ali parada sem se mecher) já pode ir.

Sai do escritório e finalmente consegui respirar me deparando com Paulinha que veio ao meu encontro me levando até a cozinha. Ela me mostrou toda a casa e também o quarto que ficava lá em cima do lado do das crianças já tava todo arrumado tudo que eu precisava fazer era trazer minhas roupas, minha ficha ainda não tinha caído o quarto era enorme e eu ia ser uma mera empregada. Paulinha me explicou que eu iria precisar está perto das crianças pra que eu pudesse socorrer ou cuidar deles caso acontecesse alguma coisa durante a noite.

Fui até minha casa e eu tinha tanta coisa na minha cabeça enquanto arrumava minhas malas e a primeira delas e que eu não tinha me dado conta de que o salário era muito bom pra mim que sou de família pobre vou poder ajudar minha família isso deixou meu coração quentinho mesmo sabendo que talvez não seja fácil lidar com aquele homem que não me parece ter nem um pingo de luz, ele não se deu ao trabalho nem de ser gentil o que pra mim é um absurdo. Pensei um pouco lembrando que ele é um homem que perdeu a esposa e talvez isso explique o seu comportamento não deve ser fácil ter que criar três filhos.

Durante o tempo que Paulinha me mostrou a casa que era enorme, ela me falou que após o nascimento do filho caçula, a esposa dele morreu poucos minutos depois do parto. O que significa que ele ficou com três crianças pequenas e sem uma esposa. Ele era bonito e só de notar o quanto ele é charmoso com aquele jeito eu fico com vergonha pois quando o observei não queria pensar coisas ainda mais esse tipo de coisas. Minha mãe entrou no quarto com um sorriso no rosto mais também consegui enxergar preocupação nos seus olhos, ela e meu pai são bem conservadores e provavelmente a ideia de eu ir morar na casa de homem solteiro mesmo que sendo pra trabalhar deve tá deixando ela louca.

Ruth: tem certeza que vai aceitar esse trabalho filha?

Marília: mãe não se preocupe comigo ( falei sorrindo pra ela) vai dar certo.

Ela conversou mais um pouco comigo repetindo diversas vezes que eu vou precisar tomar cuidado. Eu amo ela mais as vezes seu cuidado excessivo me deixa um pouco chateada pois parece que ela não confia em mim. Eu sei que vou conseguir cuidar daquelas crianças mesmo não as conhecendo é uma coisa que sinto que posso e consigo fazer até pôr que não posso ficar embaixo das asas dos meus pais pra sempre preciso de novos desafios. As vezes me sinto extremamente uma garota boba por ainda não ter vivido tanto o que me torna inexperiente e ingênua em algumas situações mais sei que isso vai mudar eu posso sentir isso.

 As vezes me sinto extremamente uma garota boba por ainda não ter vivido tanto o que me torna inexperiente e ingênua em algumas situações mais sei que isso vai mudar eu posso sentir isso

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