Estou no meu escritório, imerso em números e planilhas que parecem não ter fim. A luz suave do abajur de mesa ilumina os gráficos, enquanto a vista panorâmica de Tokyo serve como plano de fundo silencioso para meu trabalho. Cada célula preenchida é uma peça do quebra-cabeça que compõe os relatórios financeiros do mês.
De repente, a porta se abre sem cerimônia, e eu levanto os olhos apenas o suficiente para ver quem é. Claro, é meu irmão, Angry. Ele entra na sala com uma pasta de documentos na mão, sua expressão séria contrastando com seu apelido.
— Smiley, trouxe os documentos que você pediu. — diz ele, com sua voz firme e profissional, mas eu consigo perceber um toque de impaciência, típico dele.
Ele se aproxima da minha mesa e coloca a pasta bem na minha frente. Eu paro o que estou fazendo, descanso a caneta ao lado do teclado e olho para ele, notando as olheiras que denunciam horas de trabalho sem descanso.
— Obrigado, Angry. Alguma coisa importante? — pergunto, pegando a pasta e começando a folhear os papéis.
— Sim, tem algumas pendências que precisam da sua assinatura e um relatório sobre a nova aquisição em Osaka. Acho que você vai gostar dos números, eles são promissores. — ele responde, cruzando os braços e se recostando levemente na cadeira em frente à minha mesa.
Eu faço um sinal de cabeça, indicando que estou ouvindo, enquanto examino rapidamente os documentos. Os números realmente são promissores. Minha mente já começa a traçar planos sobre como integrar essa nova aquisição ao nosso portfólio de hotéis de luxo.
— Ótimo trabalho, Angry. Vou revisar tudo isso agora. Alguma outra coisa que eu deva saber? — digo, olhando para ele novamente.
Ele hesita por um momento, como se estivesse pensando se deve ou não continuar.
— Na verdade, sim. Temos uma reunião agendada com os investidores na próxima semana. Preciso que você dê uma olhada na apresentação que preparei. Acho que podemos impressioná-los com as novas projeções. — ele finalmente diz.
Sorrio de leve, apreciando o comprometimento do meu irmão com o negócio. Mesmo com todas as diferenças, ele sempre foi alguém em quem eu podia confiar.
— Claro, deixe a apresentação comigo. Vou revisar tudo e te dou um feedback amanhã. — respondo, antes de voltar minha atenção para a pasta.
Angry acena com a cabeça, parecendo satisfeito, e se levanta para sair da sala. Assim que ele fecha a porta, me permito um suspiro profundo. O trabalho nunca para, mas com o apoio de Angry, sei que estamos no caminho certo. Volto minha atenção para os documentos, a mente já mergulhando nas estratégias e planos que nos levarão ao próximo nível.
Assim que Angry sai, me volto para os documentos na minha frente, absorvendo os números e analisando os gráficos. As projeções são boas, mas cada detalhe precisa ser perfeito. Perder o foco não é uma opção, especialmente com a reunião de investidores se aproximando.
Fico imerso no trabalho de novo quando a porta se abre novamente. Levanto os olhos, esperando ver Angry de volta, mas desta vez é Baji, meu motorista particular. Ele entra com um sorriso travesso no rosto, algo que sempre me deixa um pouco desconfiado.
— Ei, Smiley! — ele diz, se inclinando contra a porta. — Tá muito ocupado? Podemos conversar?
Eu suspiro, voltando a atenção para os documentos.
— Baji, eu adoraria, mas tenho uma apresentação importante para preparar. A reunião com os investidores é amanhã e não posso me distrair. — respondo, tentando ser firme.
Baji não se dá por vencido. Ele se aproxima da minha mesa e se senta na cadeira em frente, cruzando os braços e me olhando com aquele sorriso insistente.
— Ok, só me escuta então. Você merece um pouco de diversão. Além disso, trabalhar sem parar não vai te ajudar a estar no seu melhor amanhã. Uma pausa pode ser exatamente o que você precisa.
— O que você quer dizer com isso?
— Simples, que tal irmos a boate mais luxuosa de Tokyo, hm? Beber um pouco, ver umas gatinhas dançando no poledance... parece ser ótimo não acha?
— Agradeço muito o seu convite, mas realmente eu não posso ir hoje. Fica para a próxima, talvez no final de semana. — falo e assino alguns documentos.
— Eu não tô afim de ir sozinho, você sempre foi o meu parceiro de boates e baladas. Qual é, parceiro. Você pode ficar lá por algumas horas e depois ir embora.
— É uma ótima oferta, mas a minha apresentação precisa ficar perfeita. Não posso perder meu tempo com boates, não hoje.
— Cara eu pago alguém para fazer para você ou então você usa IA ou ChatGPT. Vamos, Smiley.
Eu hesito, olhando para ele. Ele tem razão em parte, uma pausa poderia clarear minha mente. E, conhecendo Baji, ele não vai sair daqui até eu ceder. Dou uma última olhada nos documentos antes de me decidir.
— Tá bom, Baji. Eu vou com você. Mas só por algumas horas, ok? Preciso voltar e terminar isso ainda hoje. — digo, fechando a pasta.
Baji sorri ainda mais, claramente satisfeito.
— Prometo, só algumas horas. Vai ser divertido, você vai ver — ele diz e se levanta da cadeira. — As oito tá ótimo?
— Pode ser.
— Vou te buscar na sua casa, esteja pronto nesse horário. Você vai amar o lugar onde eu vou te levar, é simplesmente a melhor boate de Tokyo.
— Espero que seja bom mesmo, porque se for ruim, eu vou te demitir. — falo rindo.
— Não vou te decepcionar. — ele diz e da uma piscadela.
Talvez essa noite me dê a clareza que preciso para finalizar a apresentação, já que eu tenho um rascunho apenas por enquanto. E, de qualquer forma, um pouco de diversão não fará mal. Acompanhar Baji pode ser a pausa que eu realmente preciso.
Observo Baji saindo do meu escritório com um sorriso vitorioso no rosto. Ele conseguiu, me convenceu a sair da minha caverna de planilhas e relatórios para aproveitar um pouco da vida noturna de Tokyo. Eu não consigo evitar sorrir também. Baji sempre teve esse talento de me tirar da rotina.
Volto para minha mesa por um momento, guardando os documentos na pasta e ajeitando tudo em seu devido lugar. Ainda tenho um pouco de tempo antes de sair, meu relógio marca 17:30, então aproveito para organizar minhas ideias sobre a apresentação. A reunião de amanhã é crucial, mas talvez Baji tenha razão. Um pouco de diversão pode ajudar a clarear minha mente.
Se a boate for tão boa quanto Baji promete, talvez eu realmente consiga relaxar e aproveitar a noite. Afinal, ele nunca me decepcionou quando se trata de escolher os melhores lugares da cidade.
Ajusto a gravata e o meu paletó. Dou uma olhada pela janela, contemplando a vista de Tokyo. A cidade nunca dorme, e talvez esta noite eu também não deva.
— Espero que essa noite seja boa. — falo para mim mesmo.
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Tokyo Light (+16)
Fanfiction[𝗢𝗯𝗿𝗮 𝗙𝗶𝗻𝗮𝗹𝗶𝘇𝗮𝗱𝗮] Smiley é um empresário milionário, acostumado com o glamour e a decadência das noites de Tokyo. Dono de uma rede de hotéis de luxo, ele é uma figura imponente e reservada que prefere observar o mundo à distância. Freq...