Eu Te Amo, Irmão

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Estou deitado na minha cama, abraçado a um travesseiro, enquanto as lágrimas escorrem pelo meu rosto. A escuridão do quarto parece me envolver, refletindo a tristeza e a decepção que sinto. A noite, que deveria ter sido perfeita, se transformou em um pesadelo.

Cada vez que fecho os olhos, as cenas do jantar voltam à minha mente, trazendo de volta a humilhação e a dor. O comentário cruel, os olhares de julgamento, tudo isso ainda pesa sobre mim. Tento encontrar conforto no travesseiro, mas a mágoa é profunda demais para ser abafada.

Eu amo Smiley, mas não consigo deixar de pensar que talvez eu não pertença ao mundo dele. As lágrimas continuam a cair, molhando o tecido do travesseiro, enquanto luto para encontrar uma saída para essa angústia.

A dor é intensa, e a sensação de não ser aceito é esmagadora. Tudo o que queria era uma noite especial, mas acabei descobrindo o quão difícil pode ser encontrar meu lugar ao lado de alguém que amo tanto.

De repente, ouço uma batida na porta. É Rindou, chamando meu nome.

— Ran, posso entrar? Estou preocupado com você. — ele diz preocupado.

Suspiro, tentando manter minha voz firme.

— Rindou, não estou nas minhas melhores condições. É melhor você voltar outra hora.

Mas ele insiste, com sua voz suave e cheia de preocupação.

— Eu só quero ajudar. Sei que você está passando por um momento difícil. Por favor, me deixa entrar.

Suas palavras de consolo começam a quebrar minha resistência. Sinto um pequeno conforto em sua insistência e, com um último suspiro, decido me levantar da cama. Caminho até a porta e a abro lentamente. Quando Rindou me vê, seu rosto se transforma em uma expressão de choque.

— Minha Santa Madalena... — ele diz visivelmente surpreso.

Eu limpo as lágrimas com os dedos e, ao olhar para eles, vejo que estão pretos por causa do delineador borrado. Sorrio, tentando aliviar a tensão.

— Estou em um estado horrível, não é?

Rindou ri levemente, apesar da preocupação ainda visível em seus olhos.

— Sim, mas estou aqui para ajudar. Vamos cuidar disso juntos.

Eu me sento na cama junto com Rindou. Ele me puxa para um abraço apertado, e a sensação de conforto e segurança faz com que as lágrimas voltem a escorrer pelo meu rosto. Soluço em seu ombro, incapaz de segurar a onda de emoções que me invade.

Enquanto ele me segura, começo a contar tudo o que aconteceu no jantar.

— Foi horrível, Rindou. As pessoas... elas me julgaram, me humilharam. Fizeram comentários cruéis sobre o meu trabalho, sobre quem eu sou... como seu simplesmente fosse uma pessoa sem valor... um objeto sexual...

Rindou permanece em silêncio, apenas me segurando mais firme, permitindo que eu despeje minhas frustrações e tristezas.

— Eu só queria ter uma noite normal, uma noite em que eu pudesse me sentir aceito. Mas em vez disso, fui ridicularizado. E eu não suportei... eu tive que sair de lá.

Ele acaricia minhas costas, sua presença um bálsamo para minha dor.

— Ran, sinto muito que você tenha passado por isso. Você não merecia ser tratado assim. Eles não têm o direito de julgar você. — ele diz e deposita um beijo em meu ombro.

Choro ainda mais intensamente, aliviado por finalmente compartilhar minha dor.

— Eu sei, mas isso não torna mais fácil. Eu me sinto tão... deslocado. Como se nunca fosse ser aceito no mundo do Smiley... por mais que eu o ame.

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