Tokyo Light (+16)

Quem é ele?

Sentado à mesa, saboreando uma porção de sushi com Baji e Sanzu, sinto o ambiente animado, mas minha atenção é capturada pela barra de poledance.

Ali, um  dançarino habilidoso se movimenta com graça e sensualidade, seu corpo contornando a barra com facilidade enquanto suas mãos habilmente manipulam um cinto cheio de notas de dinheiro. É impossível desviar o olhar, fico hipnotizado pela sua performance provocante e cativante. Mesmo entre amigos e boa comida, me pego intrigado pela arte da sedução que se desenrola à minha frente.

A forma como ele desce, sobe e gira na barra de poledance me faz morder a boca levemente e eu sinto meu coração bater mais rápido, junto com um certo calor subindo.

Observo o dançarino com admiração enquanto ele se move com uma graciosidade hipnotizante sob as luzes pulsantes da boate. Seu corpo parece uma obra de arte em movimento, mas meus olhos são puxados de volta para ele quando sinto o cutucão de Baji.

— Vamos tirar uma foto, Smiley! — Baji exclama, empolgado, segurando a câmera com entusiasmo.

Desvio meu olhar do dançarino com relutância, prontamente posando para a foto com um sorriso. No canto do meu olho, percebo o olhar divertido do Sanzu. Ele ri suavemente, claramente se divertindo com minha momentânea distração.

Retribuo o sorriso, sabendo que ele capturou o momento em que fui pego admirando mais do que deveria. Neste mundo de sedução e jogos de poder, até os olhares furtivos têm seu próprio significado.

— Tá excitado é? — diz Sanzu e bebe um pouco mais do seu coquetel.

— Não, só estou admirado. Aquele dançarino dança tão bem... — não consigo evitar em perguntar a Baji ao meu lado. — Quem é aquele dançarino? Ele parece ser incrível.

Baji sorri de maneira cúmplice e responde com um tom de admiração:

— Aquele ali é o Ran Haitani. Ele é a maior estrela desta boate. Todo mundo o conhece não só por causa das suas habilidades de dança, mas também porque ele tem uma conta bombástica no OnlyFans. — ele diz e pega mais um pouco de sushi.

— Tá sabendo demais hein? Como sabe disso?

— Ué eu sou curioso. A primeira vez que eu vim aqui eu perguntei para o bartender quem era ele e ele me explicou isso que eu acabei de falar.

— E você já abriu a conta no OnlyFans para ver as fotos? — pergunta Sanzu malicioso.

Baji olha para com um sorriso e diz:

— Já olhei. E é, ele é um puta homão. Mas eu sou hétero. — ele diz e sorri.

— Eu pegaria ele fácil. Mas pelo jeito ele deve ser uma "puta" cara, já que ele é uma estrela aqui. — diz Sanzu e se levanta para pegar mais bebida. — Vou no bar, querem mais bebidas?

— Me traz mais um copo de whisky. — diz Baji e entrega o copo para ele.

— E você risonho, vai quer mais bebida?

— Por enquanto não, valeu.

Sanzu se afasta da mesa e vai para o bar, e eu fico aqui surpreso com a revelação, meu interesse aumentando enquanto observo Ran com um novo entendimento. Ele não é apenas talentoso, mas também tem um magnetismo que vai além da pista de dança. É fácil entender por que ele é tão famoso aqui.

Converso animadamente com Baji enquanto aguardamos Sanzu voltar as bebidas. E quando ele retorna, um sorriso travesso está estampado em seu rosto, esticando ao máximo suas cicatrizes.

— Então, o que eu perdi? — Sanzu pergunta, erguendo a sobrancelha com curiosidade se se senta na cadeira.

— Nada demais, a não ser o Smiley perdidamente olhando para o Ran. — brinca Baji rindo.

Antes que Sanzu possa responder, Ran passa perto da nossa mesa acompanhado por um homem mais velho. O contraste entre os dois é notável, mas não posso deixar de notar o olhar confiante do Ran e o ar de admiração do homem mais velho.

— Quem será aquele cara? — murmuro, mais para mim mesmo do que para meus amigos.

Sanzu sorri de forma enigmática enquanto observa a cena.

— Parece que Ran tem mais fãs do que imaginávamos. — ele comenta, levando o copo à boca e em seguida olha para Ran.

— Ele é pago para isso. Portanto ele só tem que fazer o trabalho dele. — comento. — Não deve ser nada fácil.

— Cada um escolhe o que quer, certo? — diz Baji e come mais um pouco do sushi.

Eu mal presto atenção na conversa, pois fico intrigado com a dinâmica entre o Ran e o seu acompanhante mais velho, ponderando sobre as histórias que essa boate esconde sob suas luzes cintilantes.

Observo Ran à distância, a figura esbelta e elegante se destacando sob as luzes vibrantes da boate. Cada movimento seu é gracioso, quase hipnótico, como se ele estivesse dançando ao ritmo da música que preenche o ambiente.

De repente, ele para e segura a mão do homem mais velho que o acompanha. O gesto é íntimo, quase possessivo, como se estivesse guiando seu parceiro por um caminho que só ele conhece.

Com uma confiança inabalável, Ran o conduz através da multidão, se desviando habilmente das pessoas que se aglomeram ao redor. Eu sigo seus passos com o olhar, intrigado pela dinâmica entre eles. O homem mais velho parece surpreso, mas não resiste, permitindo ser levado pelo carisma magnético do Ran.

Eles se aproximam de uma área mais exclusiva da boate, onde um segurança robusto guarda a entrada. Ran troca um olhar breve e significativo com o segurança, que imediatamente abre a porta, permitindo que eles passem. É uma demonstração de poder sutil, uma prova do respeito e da influência que Ran exerce nesse ambiente.

Continuo a observar, fascinado pela cena. Ran tem essa habilidade de transformar qualquer interação em um espetáculo, de tornar cada momento memorável. E ali, sob a luz suave da área reservada, ele continua a ser o centro de todas as atenções, mesmo quando parece estar focado em apenas uma pessoa.

E eu, mais uma vez, me vejo admirando o artista que ele é, imaginando o que ele irá fazer com aquele homem naquela área reservada.

— Aí o que é aquela aérea? — pergunto para Baji e aponto para a área onde Ran entrou.

— Ali é a área reservada onde as pessoas podem contratar os dançarinos ou dançarinas para dançar em particular. Por que a pergunta?

— Curiosidade. — falo e Sanzu me olha e sorri.

— Tá querendo uma dança particular com a putinha bicolor? — brinca Sanzu rindo.

— Vai se foder, na moral Haruchiyo. — falo rindo e ele ri junto.