Capítulo 22

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🚨 Capítulo envolvendo abuso sexual, para quem e sensível sobre o tema, pule esse capítulo, e se for continuar, leia com cuidado..

(•••)

Eu tenho um pressentimento
Tudo está prestes a mudar
Não, eu nunca serei o mesmo
E está a uma semana de distância
Eu tenho um pressentimento
Tudo levou a isso
E do jeito que isso acontece
Nós nunca esqueceremos

Let's Go Make a Memory - A Week Away

       Sinto como se tivesse levado uma surra, minha cabeça dói demais

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       Sinto como se tivesse levado uma surra, minha cabeça dói demais. Tento levar minha mão à nuca, mas é impossível. Abro os olhos vagarosamente, sentindo tudo doer. Sinto o cheiro de ferro penetrando pelo meu nariz, o que me deixa enjoada.

       Sangue...

       Quando finalmente desperto, me vejo em um pequeno quarto com paredes cinzas e manchas vermelhas.

       — TEM ALGUÉM AÍ? — grito. —  ALGUÉM! — Tento me soltar. — QUE DESGRAÇA, ME SOLTA! — Olho para minhas mãos, que estão presas por grilhões de ferro a cada lado da cadeira de ferro.

       Que merda é essa?

       — Vejo que acordou! — diz um homem muito mais velho ao entrar. Será que foi Heitor quem o mandou, por eu ter quebrado sua delicada mãozinha? — Também vejo que você gosta de falar palavrões.

       — O que você quer? Quem é você?

       — Uma pergunta de cada vez! — responde ele, andando de um lado para o outro. Seu olhar desceu até minha barriga. — Não é nada pessoal, é apenas uma conta pendente com seus pais.

       — Meus pais?

       — Sabe, ninguém estaria passando por isso se ele não tivesse a tirado de mim.

       Tirado quem?

       Lembrança de meses atrás invadem minha mente. Lembro-me do que aquele homem disse quando tentou me matar.

      Alguém que odeia seu pai, mas ama sua mãe.

       — Então é isso? Uma vingancinha só porque minha mãe escolheu meu pai? Tsc, tsc, tsc. Não dá para culpá-la. — Ele é feio, e agradeço por não ser meu pai. — O que seria de mim? Devo agradecer ao papai. Graças a ele, nasci quase perfeita.

       Ele me dá um tapa no meu rosto. Mas esse tapa foi menos doloroso do que as próximas palavras que saem da sua boca.

       — Agradecer? — solta uma risada cheia de rancor. — Como? Pelo que sei, eu o matei. Ele está morto e adivinha? Foi por sua culpa, Melzinha.

       Que culpa eu tenho de minha mãe ter escolhido meu pai?

       Tento me soltar numa tentativa inútil de escapar.

       — Cala a boca... — digo.

       — Ouvir o grito de dor de sua mãe foi tão satisfatório. Isso também foi culpa dela. Ela o escolheu.

       Não.

       Não quero ouvir mais.

       — Eu fiz tudo por aquela filha da puta.

       — CALA A BOCA! — Mas ele não se cala.

       — Sabe qual a última coisa que ele disse antes de morrer? "Melissa". Eu fiquei com uma peninha. Pobre Melissa que ficou órfã de pai.

       Vou matar esse filho da puta.

       — Você deve achar que estou aqui para te matar, mas é aí que você se engana. Pelo menos hoje, não se juntará ao seu pai. O que acha de um filme, hein? — Ele só pode ser um lunático que fugiu de algum hospício. — Pode entrar!

       No mesmo instante, entra um homem. Se esse que entrou há alguns minutos atrás é feio, imagine esse, com a barba e cabelos grandes.

        — Deixe-a assistir. — Diz ao outro homem. — Se ela tentar alguma coisa, desconte naquela ali. — Aponta para o canto do quarto e sigo seu olhar.

       Victoria.

       — Eu vou te matar, filho da puta.

       — É assim que fala com seu sogro, vadia?

       O quê? Sogro?

       Nicholas.

       Sempre soube que Nicholas foi adotado, mas filho dele? Do homem que matou meu pai? Isso que ele tem medo que eu o culpe?

       Não, não pode ser. Ele não pode ser o pai de Nicholas. E eu não o culparia por isso.

       Aponta a arma para minha barriga, e eu tenho medo. Pela vida dos meus filhos, pela vida de Victoria. Se ele ousar tocá-los, será um homem morto. Ele se aproxima e levanta meu rosto pelo queixo apenas para olhá-lo.

       — De um recado ao meu filho, "o jogo começou."

       Ele se aproxima do outro homem.

       — E solte-a, isso será mais divertido assim. Se ela não olhar para o notebook, pode atirar naquela vadia. — Refere-se a Vick. — E depois disso? Pode brincar um pouco. Com as duas. Apenas mantenha o bebê vivo.

       O homem se aproxima do notebook velho e enferrujado e o liga, mas eu não paro de olhá-lo.

After the truthOnde histórias criam vida. Descubra agora