Capítulo 33

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Quando a noite tiver chegado
E a terra estiver escura
E a lua for a única luz que veremos
Não, eu não terei medo. Oh, eu não terei medo.

Stand By Me - Ben E. King

Desde a noite anterior, não preguei os olhos um minuto sequer e, por alguma razão, não consigo dormir

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Desde a noite anterior, não preguei os olhos um minuto sequer e, por alguma razão, não consigo dormir. Já são quase dez da manhã; todos saíram, exceto Verônica, Sofia e eu. Guilherme até tentou nos convencer a ir junto, mas foi em vão. Verônica não estava com vontade de sair, Sofia... bem, não tenho visto ela muito desde ontem. Aquela garota tem me preocupado, e eu? Só quero dormir e parar de pensar sobre ontem.

Voltei para o quarto pouco depois das duas da manhã; Nicholas já estava dormindo há um bom tempo, o notebook aberto em cima da cama.

Ele não para de trabalhar nem no final de semana, não é?

Ontem estava tão quente quanto o inferno, e hoje já está começando a esfriar. O tempo é bem bipolar mesmo, até parece Verônica.

Rio comigo mesmo com minha piadinha sem graça.

As nuvens lá fora estão carregadas de chuva; acredito que em menos de três minutos vai cair um toró de água. Chuva não é ruim, eu amo, só acho que sempre que chove alguma coisa acontece, seja boa ou ruim.

Abro a geladeira para ver o que tem para comer, estou morrendo de fome. De lá, tiro uma jarra de suco de morango, morangos, Danone, torradas e coloco tudo em cima da mesa. Não sei se Verônica e Sofia estão dormindo; vou lá ver. Pego alguns pães de queijo e outras coisas que eles deixaram para nós.

Coloco tudo em uma bandeja quando as primeiras gotas de chuva começam a cair lá fora. O que eu disse? O primeiro trovão faz um estrondo no céu, fazendo toda a minha espinha arrepiar.

Suspiro, olhando pela grande janela de vidro. Tem algo mais bonito do que o tempo assim? Acinzentado, com as nuvens sobrecarregadas, prontas para soltar tudo o que guardaram por muito tempo? A chuva me lembra de Nicholas e de mim, a forma como nos conhecemos.

Calma aí, nós nos reencontramos, mesmo que eu não me lembrasse dele.

Pego a bandeja e vou em direção ao quarto das meninas; estamos apenas nós aqui. Chloe e Lizzie foram com eles. As pobrezinhas até dormiram cedo por isso.

Bato na porta e em seguida entro. Verônica e Sofia estão deitadas na cama, de barriga para cima; quando me veem, limpam as lágrimas dos olhos.

— Devo voltar outra hora? — pergunto, sem me mexer.

— Não, chega aí. — diz Verônica com a voz rouca. Elas realmente estavam chorando, e eu não quero ver ninguém chorando, porque senão vou chorar também.

Coloco a bandeja em cima da cama, próximo a Sofia e Verônica.

— Isso parece ótimo. — Responde Sofia, mas ela não parece com muita fome, assim como Verônica. O que está acontecendo?

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