25

17 1 0
                                    

Blanca M. Castañeda.

Acordei apenas no outro dia, sentindo meu estômago se perfurar de fome.

Me sentei na cama e peguei meu celular para verificar as horas. Logo na barra de notificação tinha 57 chamadas perdidas de Fernando e 108 mensagens.

Limpei os olhos para ter certeza que era ele e li novamente o nome na tela do meu celular, estava salvo ainda como "meu amor".

Senti meu coração bater mais e abri as mensagens dele. Todas perguntando onde eu estava, onde estava minhas roupas, com quem eu estava, se ia voltar e quando eu iria voltar.

A única pessoa que de fato sabia onde eu estava era Olívia, mas pedi para que ela não comentasse com ninguém, porém tenho certeza que as pessoas sabem onde estou, só não sabem o endereço.

Não respondi nenhuma mensagem de Fernando. Desliguei meu celular e fui tomar um banho.

Já faz 4 dias que sai do Brasil, e ele somente vem se dar conta agora que eu não estava lá. Uma tristeza profunda volta a tomar conta do meu peito enquanto tomo banho. Me sinto tão enganada. Eu fui um nada para ele, somente agora ele se deu conta da minha ausência.

Eu estava começando a entender que ele nunca mais voltaria, eu jamais voltaria para uma pessoa que fez o que ele fez.

Será que sou uma namorada ruim?

Me questiono, tentando me auto analisar em minhas ações como namorada.

Eu não quero, nunca mais, entrar em qualquer outro relacionamento pelo o resto da minha vida.

Depois que tomei banho, vesti um vestido branco, florido, longo e justo ao corpo, desci as escadas de casa.

Decidi que para não ficar me remoendo mais do que já estou, vou sair para andar um pouco pela cidade hoje, revisitar lugares que há anos não vou e aproveitar os 35 graus que estava fazendo hoje.

Falei com minha mãe e minha irmã e quanto comia alguma coisa leve, minha irmã decidiu abrir a boca dela.

- Está gordinha, irmã. Esse vestido deixou você com o bichinho marcando.

Apenas a olhei com cara de tédio.

- Você acha? - Pergunto preocupada com meu peso, nunca fui de ser acima do meu peso habitual.

- Eu acho. Está gordinha. Vira de lado. - Viro, ela olha e ainda por cima pega nos meus culotes.

Tiro sua mão de lá e ela ri. Minha mãe apenas observa tudo e não fala nada.

Me despedi delas depois que comi, deixando avisado que iria passear um pouco, eu precisava disso para distrair. Ou tentar.

Caminhando por algum tempo, passei em frente a uma barraquinha de Arepas e senti vontade de comer. A foto do anúncio estava linda, chamativa. Fiquei morrendo de vontade, então parei na barraquinha e fiz meu pedido.

Enquanto aguardava ficar pronto, reconheci a pessoa ao meu lado. Era o Carlos, vulgo Carlito, como a gente chamava na escola. Seu físico estava diferente, mas seu rosto não mudou nada.

Falei com ele e nos abraçamos. Ele perguntou por onde andei que nunca mais me viu e eu falei que estudei 5 anos no Brasil, mas que agora estou de volta. Ele se manteve em Cartagena, mas estava focado nos estudos e se formou recentemente, assim como eu, mas no curso de química. Ele sempre foi muito nerd mesmo.

Continuamos conversando, até que nossos pedidos ficaram prontos, peguei o meu e paguei. Ele fez o mesmo assim que pegou o dele.

Estava tão cheirosa essa Arepa, parecia tão saborosa, eu nem sabia que estava com tanta vontade assim.

Colombiana: Paixão Viciante (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora