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Blanca M. Castañeda.

Vê-lo despertou em mim as piores lembranças possíveis, aquelas fotos a sensação que senti quando vivi tudo aquilo. Em pensar que tudo o que vivemos foi uma farsa, tudo o que vivemos foi nada para ele...

Chorei enquanto Carlito me abraçava, meu apetite havia ido embora.

- So não sei onde ele vai passar a noite. - Oliver comentou com Maya e minha mãe, mas eu ouvi e prestei atenção na conversa. - Nós tentamos ficar em alguns hotéis da região e não conseguimos um quarto sequer, estamos tentando desde que chegamos e nada.

Eu não sabia o que fazer. Só preferia que ele ficasse longe. Ainda não estava preparada para falar da gravidez para ele. Não o queria mais por perto.

Subi para o quarto, mas ouvi a porta de entrada da minha casa abrir e fechar e depois de longos minutos abrir e fechar novamente. Alguém havia saído e depois entrado.

De madrugada eu não tinha conseguido dormir pensando em Fernando. Pensando que talvez eu deva contar para ele que será pai, é um direito dele, certo?

Ele notou minha barriga, ele viu que é um bebê e não gordura, mas não estou preparada para lhe contar pessoalmente que ele é o pai, não estou preparada para ter contato com ele, estava me preparando esse tempo todo para tratar esse assunto somente virtualmente.

Me levantei e fui até a janela olhar para ver se ele estava na rua ou não. Vi um rapaz do outro lado da rua, com um casaco de moletom e capuz. De madrugada já não é tão calor quando é de dia, então estava frio. Não conseguia ver o rosto dele, mas reconheci pela mochila preta.

Ele estava sentado no meio fio do outro lado da rua e encostado em um poste. Parecia que estava cochilando, já que sua cabeça estava pendurada.

Do nada ele despertou e se levantou, pegou sua mochila e saiu correndo.

Alguns segundos, depois passou um grupo de moleque correndo na mesma direção que ele foi. Esse grupo de moleque provavelmente eram ladrões.

Fiquei um tempo olhando pela janela, até que ele voltou e se sentou no mesmo lugar, mas dessa vez ficou acordado.

Meu coração ficou partido em ver ele nessas condições.

Não!

Ele merece tudo o que está vivendo e passando!

Um instinto de proteção não me deixou dormir e eu passei o resto da madrugada o observando. Quando amanheceu, ele se levantou do chão, tirou o capuz e saiu andando em direção ao centro da cidade.

Desci as escadas e fui até a sala onde Oliver estava dormindo.

Balancei seu corpo até que ele acordasse.

- Oliver, veja se Fernando está bem? Oliver?

- Hum?

- Mande uma mensagem a Fernando.

- Certo... - Ele se sentou e pegou o celular. - O fuso horário me deixou bem cansado. - Bocejou. - Está preocupada?

- Não.

- Ok... - segundos depois seu celular chega uma mensagem dele. - Ele disse que está tentando novamente um hotel, que vai tentar descansar, pois também está cansado por causa do fuso horário e depois tentará vir falar com você novamente.

Colombiana: Paixão Viciante (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora