Você gemeu quando sua testa bateu na mesa novamente. Se não fosse pelo seu amor pelos móveis que você e Yuuji compraram, você estaria batendo a cabeça, independentemente de qualquer sangue ou concussão que recebesse. Estúpido. Hoje foi estúpido. Tudo deu errado desde o momento em que você foi para o campus da sua universidade. Desde chegar atrasado, perder uma prova, entregar projetos inadequados, até receber críticas públicas do seu professor favorito por escrever um artigo controverso e comer comida ruim do refeitório da sua universidade, seu dia foi o pior.
Ir para casa não melhorou as coisas. Você pensou que se sentiria bem quando desabotoasse seu sutiã para libertar seus bebês da prisão e se servir de um café quente. Mas, mais uma vez, você estava errada. Como você estava desde o começo do seu dia. O café deveria ser seu aliviador de estresse, mesmo que beber muito faça você palpitar. Por algum motivo, você continua fazendo isso.
Talvez esse seja o problema. Talvez eu goste de me punir, você pensou. Talvez eu simplesmente não mereça as melhores coisas da vida. Ótimo, agora você estava chafurdando na autopiedade.
Você reprime um soluço e, em vez disso, bate a cabeça novamente na mesa. Talvez dormir ajudasse; esqueça tudo, não sucumba a nada e apenas descanse. Obviamente, seus pensamentos, bêbados de cafeína, não estavam ajudando.
O som da porta rangendo atrás de você o impediu de gemer sobre a vida. Por alguma razão, talvez porque você goste de pensar em si mesmo como indigno, você decidiu fingir dormir. Foi estúpido. Tudo sobre o seu dia parecia estúpido. Você se sentiu estúpido.
A caneca de café quente perto da sua cabeça ainda estava fumegando, indicando que eles eram novos. Mas ainda assim, você fechou os olhos e se forçou a respirar lentamente. Quando os passos atrás de você pararam de fazer barulho contra o assoalho, você suspirou um som de alívio. Você conseguiu! Você conseguiu enganar—
Braços cercaram sua cintura, e sua respiração engatou. Um corpo quente pressionado contra suas costas com suas cabeças aninhadas perto das suas.
"Eu sei que você está acordado, idiota."
Foi um milagre. Só a voz dele e você sentiu a tensão no seu ombro desaparecer.
"Ei, Yuuji," você murmurou, e um leve som de apreciação retumbou em sua garganta. Se você fosse um gato, seria um ronronar.
"Ouvi você entrar, mas você não me acordou." Ele murmura em seu cabelo, braços ainda ao seu redor. O corpo dele estava enrolado no seu, e você aproveitou cada chance para sentir seu calor.
"Não queria te acordar." Você respondeu. "Achei que você poderia precisar de um sono de beleza."
Você quase consegue imaginar Yuuji fazendo beicinho com seu comentário.
"Você está dizendo que eu sou feio?" Os braços dele apertaram sua cintura, e você mordeu o lábio para conter o sorriso que ameaçava aparecer.
"Não. Mas você insinuou isso."
Um minuto se passou, Yuuji não te deixou ir. Simples assim, você sabia que ele sabia dos seus problemas sem te pressionar a falar sobre isso. A maneira dele de confortar é ficando ao seu lado. Bem, nesse caso, em você.
"Quer comer um pedaço de bolo?", ele perguntou. Você se empurrou para fora da mesa e sentou-se ereta. Você não queria que Yuuji a visse assim, cheia de autopiedade e autoaversão.
"Nah, acho que vou dormir."
Você se virou para andar, mas Yuuji de repente se agachou diante de você. Preocupação estava estampada em seu rosto, sobrancelhas franzidas e lábios franzidos.
