Trabalhar com usuários de habilidades era um caminho de vida incomum. Apesar de você ser uma pessoa sem habilidades, você conheceu ao longo do seu caminho pessoas talentosas; mais especificamente, na sua família. Você sempre quis ter uma habilidade própria, mas é claro, com ela dificilmente sendo hereditária, você tinha pouca ou nenhuma esperança. No entanto, usuários de habilidades que aspiravam a uma vida pacífica e normal, eram registrados pelo governo, e os membros da sua família não faziam exceção. Portanto, você era bem jovem quando foi apresentado a este mundo que poucos chegaram a conhecer, e muitas habilidades fascinantes foram trazidas aos seus olhos.
Foi assim que você finalmente dedicou sua vida a trabalhar para o governo. E, depois de um tempo, você conheceu Ango.
Não foi uma tarefa fácil se aproximar dele. O homem estava sempre ocupado com alguma coisa, pois ele era tão confiável quanto sua habilidade era uma maneira terrivelmente eficiente de coletar informações. Além disso, ele trabalhou duro para tornar o mundo um lugar melhor.
Embora você não fosse uma pessoa má, você não era altruísta o suficiente para se sacrificar pelo bem maior. Você era apenas um funcionário público médio - embora moderadamente competente - e isso era o fim disso. Você conseguia ver habilidades legais, era bem pago, tinha um emprego estável e isso era o suficiente. Claro, às vezes, coisas não planejadas aconteciam, especialmente trabalhando perto de Yokohama, mas nada que você não pudesse lidar. Especificamente, nada que Ango não pudesse lidar. Mesmo que as entidades e organizações que operavam ao redor de Yokohama fossem nada menos que uma catástrofe, ele sempre saía por cima.
E isso te encantou muito bem. Vocês tinham mais ou menos a mesma idade, mas ele era bem mais alto que você, e tinha uma presença bem marcante. Ele tinha aquela personalidade de "bom funcionário público" que te fazia derreter. E sua pinta... um presente do céu se alguém te pedisse. Resumindo, você o queria. Homens de terno sempre pareciam atraentes para você. Mas como você ia convencer um homem que conheceu há poucos meses, e com quem mal interagia, a deixar você acabar com ele? Disso você ainda não sabia.
Mas a vida continua, e eventualmente, as oportunidades surgiram. Você o ajudou em uma missão que não deveria ter feito, e ficou tão terrivelmente incomodada que ele aceitou ir a um encontro com você para compensá-la. Embora ele não soubesse que era um encontro. Ocorrências semelhantes, todas terminando com vocês ficando um pouco mais próximos com o tempo, continuaram acontecendo.
Depois de um tempo, você finalmente o chamou para sair; e ele imediatamente recusou. Essa foi sua primeira tentativa fracassada.
Quando você foi transferido para outra filial, você o convidou para sair novamente; porque dessa vez ele não era seu chefe direto.
Ele recusou mais uma vez.
Você sabia que ele não fez isso por desgosto por você, mas ele sabia que não estava disponível para tal relacionamento. Você o viu no trabalho. Você sabia o quão desgastante era para ele, e não tinha certeza se impor outra responsabilidade a ele era algo justo, uma vez que você realisticamente contemplou a ideia de sair com ele.
Ele partiu para mais uma missão e ficou terrivelmente ferido. Mal conseguia trabalhar, certamente não conseguia ir trabalhar. Desta vez, eles deixaram você cuidar dele. Eles só precisavam de um de seus funcionários de confiança para cuidar dele. Talvez ele não conseguisse ir trabalhar, mas isso não significa que ele não iria trabalhar de casa; portanto, alguém tinha que ajudá-lo e ser confiável o suficiente para guardar um segredo. Ele provavelmente teve uma palavra na decisão; você dificilmente acreditou que era uma coincidência. Vocês já estavam se dando bem naquela época, afinal.
Você morou com ele por semanas. Foi legal morar na mesma casa que ele. Embora você se sentisse um pouco como uma dona de casa, tendo que negligenciar seu próprio trabalho para garantir que ele estivesse confortável o suficiente. Mas foi apenas por um tempo limitado - e você recebeu mais -, então, realmente, não houve desvantagens.
