Capítulo 1 - Bullying

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Eu nunca pensei que reescrever um livro fosse ser tão confuso. Sim, eu separei o capítulo 1 em 2 e por isso a notificação. Para os que chegaram agora, saibam que eu reescrevi até o capítulo.. bem, vocês vão ver quando chegarem nele, então é provável que vocês encontrem uma mudança brusca de escrita. Mas as atualizações chegarão rapidamente (talvez uma vez por dia). Espero que todos gostem. Boa leitura!

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EU SEMPRE FUI UMA GAROTA UM TANto antissocial. Sempre em um canto lendo um livro, escutando minhas músicas, ou mesmo só observando as pessoas correrem de lá para cá no pátio. Se eu me importo? Nem um pouco.

Tudo bem, tudo bem. Às vezes eu me pego pensando em como seria tentar ter um grupo de amigos, rir com algumas colegas e sair nos fins de semana, mas quando eu considero realmente a decisão de tentar entrar em algum grupo, eu penso na paz que tenho sendo assim, contida em meu canto.

Sei que eu não teria dificuldades de ter amigos de classe ou mesmo de conseguir um namorado na escola, porém um pequeno e sutil detalhe, quase que irrelevante se coloca no caminho contra isso: abrir a boca para falar sobre mim, sobre a minha vida pacata, e ouvir as histórias legais de vida das outras pessoas em relação à minha faz meu estômago se revirar e minha cabeça doer.

Por isso, gosto de pensar que a paz que possuo aqui, atrás da quadra, com um livro de fantasia em mãos, é bem melhor e menos trabalhoso do que ser social.

O livro é ótimo e, antes que eu me desse conta, já estou totalmente absorta na história, o cérebro excluindo todos os sons externos dos jogos na quadra. Sou apenas eu, as palavras e o mundo que se expande a cada letra.

E estou tão absorta que só noto que há três pessoas diante de mim quando recebo um cutucão com o pé.

— Alyss, minha grande amiga! — olho na direção da voz irônica, não me surpreendendo quando vejo ninguém menos que Horace e seus dois amigos: Jerome e David. — O que está lendo aí?

Eu tinha dito que gostava da paz que as quadras proporcionam? Pois é, esqueça isso. A paz acabou agora.

Relutante, mostro a capa do livro para os garotos que soltam uma gargalhada. Horace avança um passo e toma o livro da minha mão, ignorando o meu grito de protesto.

— Tão bonita — ele emite um estalo na língua, fechando o livro sem marcar a página e entregando-o para Jerome. — E prefere ficar aí, lendo essas fantasias.

Tão forte, penso em dizer, e você prefere vir aqui me provocar.

— Qual é, Alyss — ele se agacha para ficar da minha altura. Seu sorriso é largo, mas está longe de ser bondoso. — Você já tem dezesseis anos. Está na hora de largar essas fantasias idiotas.

Abaixo o olhar. Já é a terceira vez esse mês que ele me provoca a respeito das minhas leituras. Horace foi transferido para essa escola ainda esse ano e desde o primeiro dia ele se destaca nos esportes e o diretor o considera seu estudante favorito.

E também foi nesse dia que uma garota saiu chorando da escola e Horace, rindo.

E conforme os meses foram passando, o número de pessoas saindo da escola tristes aumentaram. Algumas até com hematomas no rosto — inclusive garotas. E eu sei: Horace fora quem os fizera. E o diretor não acredita nenhuma denúncia. Não, não quando a sua estrela, o aluno que representa os esportes no colégio, está sendo acusado tão gravemente.

— Eu gosto — minha voz sai mais baixa do que eu pretendia. — Pode me devolver o livro?

Ele olha para seus amigos, rindo.

CryokinesisOnde histórias criam vida. Descubra agora