Capítulo 12 - Sobreviva

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Zoooom, zooom.

Acordo com um zumbido estranho passando a centímetros da minha cabeça.

Abro os olhos lentamente, completamente desnorteada. O que aconteceu?

Sento-me na grama com um grunhido, colocando a mão em ponto extremamente dolorido na minha nuca, sentindo um caroço ali.

Minha cabeça! em um segundo, lembro-me de tudo o que está acontecendo. O treinamento! Braços, e mais braços por todo canto, e...!! Eu ainda estou aqui!

Deito novamente no chão e rolo para longe da máquina enquanto pego o bastão que está caído na grama. O pesado remo de madeira passa raspando por cima da minha cabeça, tocando em alguns fios de cabelo. Ufa, por pouco não desmaio novamente.

Levanto-me, já longe do alcance de qualquer braço fazedor de galos.

Olho para cima. Os dois que fiz parar com as bolas de neve ainda estão estáticos. Isso é bom, principalmente porque são os últimos.

Preciso chegar logo até a base antes que eu seja atingida novamente, penso. Espero até que não tenha nada no meu caminho e corro até a máquina. Na metade do caminho, sinto um braço se aproximar de mim na direção da minha cabeça. Seguro as duas extremidades do bastão firmemente e levanto-o na altura da cabeça para tentar me proteger do braço.

Dois segundos depois, sinto um tranco no bastão. Não estou em uma posição que me dê muita força e, por isso, começo a ser empurrada para trás pelo braço.

Abaixo a cabeça, deixando o remo passar.

Espera um pouco! E se... Repasso as regras mentalmente. Não há nenhuma restrição sobre quebrar os braços, já que Halt permitiu que eu batesse neles, sem me informar a força máxima permitida.

Olho para o lado, bem a tempo de ver um se aproximando. Levanto-me confiante e levo o bastão para atrás da cabeça.

Quando o ele está a meio metro de mim, abaixo o bastão com toda a força que tenho, fazendo o braço se quebrar na parte não acolchoada.

— Vingança, seu otário! — exclamo triunfante.

— O que você fez?! — escuto Halt gritar de cima da máquina. — Você não sabe o trabalho que vai dar pra consertar isso!

Dou de ombros e quebro outro da mesma forma que fiz com o anterior. Ninguém mandou colocar um bastão na minha mão.

Viro-me para a máquina e coloco uma das mãos em um dos buracos, olhando rapidamente para os lados para me certificar se nenhum dos braços está por perto.

Barra limpa, prendo o bastão no cinto da calça e começo a escalar a máquina sem grandes dificuldades. Nunca treinamos escalada em particular, mas logo noto que é algo bem instintivo e minha força sobre-humana faz quase todo trabalho, tornando uma tarefa quase que terapêutica (desconsiderando o cenário atual e os braços tentando arrancar minha cabeça, eu realmente poderia achar isso).

Um apoio para o pé, um para a mão; um para o pé, um para mão. CUIDADO!, e este é o resumo perfeito dos meus pensamentos durante toda a escalada.

Quando finalmente chego no topo, estou ofegante. Mais por causa da adrenalina que percorre meu corpo do que cansaço em si, mas não tenho tempo pra recuperar o fôlego, pois logo sou recebida por um chute de Halt na direção de meu braço, o que faz com que eu dê alguns passos pra trás pela surpresa, ficando a centímetros da borda da máquina.

Abro os braços instintivamente pra me equilibrar e não cair daqui de cima.

— Você ficou louco?! — Grito, dando alguns passos para frente enquanto retiro o bastão do cinto. — Eu quase caí desse negócio!

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