Capítulo 25 - Inocência

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— Alyss, o que esse cara faz aqui? — escuto Will antes da porta do seu quarto abrir com tanta brutalidade que até mesmo Horace, que estava sentado no sofá de um jeito desleixado, se ajeita.

— Calma aí, Zé da Frigideira, só vim conversar!

— Meu nome é Will.

Horace dá de ombros.

— Não há muita diferença.

Will cerra os punhos, tentando ao máximo disfarçar a leve brisa que começa a encher o local.

Ando até ele e coloco uma mão em seu ombro, tentando o tranquilizar.

— Ele disse que sabe sobre as cineses — falo. — E que há um arquivo meu na base do exército, alegando que sou uma criocinética. Eu não poderia deixa-lo lá fora sem saber mais sobre essa história.

— Também tem um arquivo sobre o Zé da Frigideira lá. Ele é um aerocinêitico, né?

— Cinético. Se você for falar sobre isso, nos chame pelo nome correto — ele se vira para mim. — Não deveríamos estar fazendo isso sem Halt.

— Não sabemos que horas ele vai voltar. Não podemos arriscar deixa-lo por aí com essa informação — digo. — Pegue um copo d'água e se acalme, por favor.

O olhar dele desliza de mim para Horace, indeciso, nervoso e, se eu arrisco dizer, temeroso. Mas ele aceita minha sugestão e se dirige até a cozinha.

Volto para o sofá e me sento na frente do loiro.

— E então? — começo. Tenho que cerrar meus punhos para obrigar minhas mãos pararem de tremer. — Conte o que sabe.

— Não muito — ele dá de ombros, voltando à posição desleixada. — Adolescentes que têm poderes. Na verdade, só tem um bando de nomes com fotos.

— Nenhuma localização?

Ele nega com a cabeça.

— Tem também alguns adultos que parecem ser responsáveis pelos adolescentes. O seu adulto é um barbudo moreno, né?

— Halt — digo. — Sim. Se você sabe sobre as cineses, por que se fez de desentendido ontem?

— Porque eu descobri isso depois que acordei.

— Você o quê? — Will está parado perto dos sofás, segurando o copo d'água. — E quem mandou você vir até aqui?

Horace levanta as mãos.

— Ninguém! Eu vim por conta própria.

— Por quê?

— Não queria ser punido por estar bisbilhotando no escritório do Coronel — diz. — Além do mais, ele jamais iria confirmar o que eu descobri. E como eu descobri onde você está... Eu gostaria de ver com meus próprios olhos.

Ao meu lado, Will respira fundo, os nós dos dedos que seguram o copo, brancos.

— Então você quer dizer... — ele fala pausadamente, como se considerasse jogar o copo em cima do garoto. — Que não sabia que isso era real e veio aqui arriscar?

Horace assente, como se fosse óbvio.

— Você controla o ar, né, não?

— No momento eu estou mesmo é controlando esse copo para ele não sair voando na sua cara, seu militar estúpido.

Horace se levanta em um pulo.

— Uou, calma aí que eu sou só recruta! Eu vim aqui na paz, não tenho nada a ver...

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