Capítulo 8

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VEGAS

APESAR DO QUE PETE PENSAVA, eu havia marcado a viagem para a Europa antes de ele se mudar. A maioria das marcas do Theerapanyakul Group tinha sede lá, e eu reservava um mês por ano para participar pessoalmente de reuniões com os chefes de nossas subsidiárias europeias.

Este ano, o timing apenas acabara sendo de extrema conveniência.

No entanto, garanti que Macau e Pete fossem vigiados enquanto eu estivesse fora. Havia atribuído a Macau uma função no setor de vendas em uma das lojas de varejo de nossas subsidiárias de joias. Ele era uma pessoa sociável, e trancafiá-lo em um escritório qualquer representaria apenas um desastre para ele e para a loja em questão.

De acordo com o gerente da loja, o começo foi difícil – meu irmão nunca foi pontual –, mas quando voltei para Nova York, ele parecia já ter se adaptado a seu novo papel, ainda que a contragosto.

Pete, por outro lado, havia se habituado ao novo ambiente com a maior naturalidade. Greta e Edward puxavam o saco dele em todos os relatórios, e, ao voltar para casa, encontrei uma nova pintura na galeria, toalhas com o monograma D&V nos banheiros e malditas flores por todos os lados.


– Vegas, relaxa o rosto – disse Winona. – Dá um sorriso... Isso! Perfeito.


O obturador da câmera clicou várias vezes. Pete e eu tínhamos passado a manhã tirando fotos de noivado no Central Park. Foi tão penoso quanto eu imaginara, cheio de sorrisos e abraços falsos enquanto Winona nos guiava em poses destinadas a mostrar como estávamos "apaixonados".


– Pete, coloca os braços ao redor do pescoço dele e chega mais perto. - Meu corpo retesou quando Pete obedeceu e deu um passo hesitante em minha direção. – Mais perto. Tem espaço para passar um trator entre vocês – brincou Winona.

– Obedece para a gente poder acabar logo com isso – resmunguei. - Quanto mais cedo eu conseguisse me distanciar dela, melhor.

– Você se torna mais adorável a cada dia. – A voz de Pete era tão doce que daria para regar panquecas com ela. – A Europa realmente fez maravilhas pela sua personalidade.

– Mais perto – incentivou Winona. Se ela notou a hostilidade entre nós, não demonstrou nada. – Mais um passinho para a frente... O peitoral de Pete roçou no meu peito quando ele fechou o espaço que restava entre nós. Meus músculos ficaram rígidos.

– Vegas, abraça o Pete. Pelo amor de Deus.


Como eu só queria acabar com aquela tortura, contraí a mandíbula e coloquei as mãos na cintura de Pete. O calor atravessava a seda da sua roupa, e seu maldito cheiro de maçã invadiu meus pulmões mais uma vez. Nenhum de nós se mexeu, com medo de que um mínimo movimento inadvertidamente nos aproximasse ainda mais.


– Eu recebi uma ligação interessante do meu contador, quando estava em Paris – comentei, tentando me distrair de nossa proximidade perturbadora. – Cem mil dólares em compras no meu Amex em um único dia, incluindo dez mil em flores. Você se importaria de explicar?

– Você me deu um Amex Black. Eu usei – respondeu Pete com um gracioso dar de ombros. – O que posso fazer? Eu gosto de flores. E de sapatos.

Tradução: você foi um babaca antes de ir e eu descontei na sua conta bancária.

Um ato sutil e mesquinho de vingança. Muito bem. Não havia nada mais irritante do que alguém que não sabia se defender.

– Deu para notar – respondi, tentando não inspirar muito fundo para que o cheiro dele não me envolvesse completamente. – E as toalhas?

Rei Impetuoso - VEGASPETEOnde histórias criam vida. Descubra agora